quinta-feira, 20 de março de 2014

A decisão do segundo filho

Outro dia li um texto "A criança terceirizada". É um texto interessante, escrito pela jornalista Mariana Sgarioni, porém após a leitura pus em cheque a decisão sobre um segundo filho.
Comecei a me questionar sobre essa vontade. Sou tão realizada em ser mãe da Isabelle que um outro filho não seria por realização pessoal. A decisão de um outro filho seria para dar um irmão para ela. Pois acho importante se ter um irmão. Adoro meus irmãos e acho que foram e são importantes na minha vida, na formação da minha personalidade. São presenças constantes na minha vida e são amigos para toda a eternidade, independente de brigas, de qualquer bobagem, são pessoas que posso sempre contar.
O texto fala sobre crianças que são geradas por seus pais, porém são criadas pelas babás, pois os pais são ausentes.
Eu amo minha filha, tento ficar o máximo de tempo com ela, mas às vezes canso. E tem domingos que rezo para a segunda chegar e a babá ficar com ela. Após ler esse texto senti culpa por sentir cansaço e por querer deixá-la com a babá. Por isso comecei a repensar na decisão do segundo filho. Não sei se tenho estrutura emocional para isso. Neste momento, sei que não.
Gosto da minha liberdade e não gosto de sair com a babá a tiracolo. Hoje, consigo sair sozinha com a Isabelle, mas sair eu, ela e mais um bebê, seria impossível, ficaria refém de uma babá. E essa ideia não me apetece. Começo a pensar em dar um irmão para ela somente daqui uns 4 anos. Mas aí, surgem algumas dúvidas: não é muito tempo? Será que terei coragem de começar tudo de novo? Serão amigos?
Quando falo pro meu marido do quão cansada fico quando passo o dia todo com a Isabelle, ele não compreende, fala que ela é uma criança ótima, que não dá trabalho. Tenho que concordar, ela é uma criança ótima, mas o fato de estar sempre alerta, cansa. Na hora das refeições, me estresso. Ele fala que não dá trabalho, mas não prepara as refeições, tampouco as serve. Por mais que ajude (troca fralda, dá banho), não fica muito tempo com ela (não estou sendo injusta, sei que ele tem que trabalhar, mas vamos fazer as contas, das 24 horas do dia, talvez fique umas 2 horas com ela). De verdade, fica com a melhor parte, as brincadeiras.
Outro dia, estava chateada com a Isabelle porque quando o pai está perto ela não quer saber de mim (acho que estava mesmo era com ciúmes), achava injusto eu estar sempre com ela e ela preferir o pai, mas em um determinado momento pensei, pôxa, ela tem tão pouco tempo com ele que quer aproveitar.
O fato é: ser mãe é maravilhoso, mas cansa. Sei que não quero ter somente um filho, mas preciso estar pronta para isso. É uma decisão que tem que ser muito pensada e planejada, não dá pra voltar atrás.


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