segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Novos amigos

Meu irmão conversando com a Maria sobre os primeiros dias de aula.
- Maria, você já fez muitos amigos na escola?
- Sim, a Mamá tem vários amigos.
- Então é fácil fazer amigos?
Isabelle que escutava a conversa brincando com a Bruna (a baby alive que engatinha, fala, faz xixi, só não estuda porque escola tá caro mesmo) responde:
- Ah, é muito fácil, é mais fácil que fazer essa boneca engatinhar!!!

#perolasdeisabelle

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Roteiro Belém e Ilha de Marajó


Roteiro Belém e Ilha de Marajó


A nossa família adora sair pelo mundo colecionando momentos, histórias e destinos. Dessa vez o destino escolhido foi a bela capital do Pará e a Ilha do Marajó. A aventura foi garantida!


1º Dia
O nosso voo Fortaleza – Belém foi pela manhã, ao chegarmos ao nosso destino deixamos nossas coisas no hotel e seguimos para Estação das Docas, antigo porto fluvial de Belém, revitalizado no ano 2000. Hoje é um complexo turístico de 500m de extensão, dividido em três armazéns, o Armazém 1: Boulevard das Artes, lá é possível encontrar produtos relacionados ao artesanato regional, roupas e biojóias à venda. No Armazém 2: Boulevard da Gastronomia, há vários restaurantes que oferecem pratos requintados utilizando matéria prima típica da região. E ainda há o Armazém 3: Boulevard de Feiras e Exposições. A Estação das Docas é um local muito agradável, fica às margens da Baía do Guajará e é bem policiado, seguro. Um ambiente bem familiar. A vista do pôr do sol de lá é bem bonita. Almoçamos no Armazém 2, no restaurante Lá em Casa (comida muito boa e regional), para sobremesa, escolhemos o famoso sorvete da Cairu, que fica no mesmo galpão dos restaurantes, nossa escolha foi pelo sabor mestiço (tapioca com açaí).
Após o almoço, caminhamos um pouco pela Estação Docas e seguimos para conhecer o Ver-o-Peso, ao lado da Estação. O mercado Ver-o-Peso é o cartão postal da cidade. É a maior feira livre da América Latina, lá é possível encontrar barracas de frutas, peixes, ervas, temperos, doces, essências, artesanato, também é possível fazer refeições por lá, apesar de o ambiente não parecer muito higiênico. Infelizmente, fomos no período da tarde e o Mercado de Ferro já estava fechado, não pudemos entrar para apreciar a arquitetura do local.
Após o passeio pelo Ver-o-Peso, voltamos à Estação das Docas para fazer um passeio de Barco pelo Rio Guajará e Guamá. O passeio “Orla ao Entardecer” tem duração de aproximadamente uma hora e meia, e mostra a cidade de uma perspectiva diferente. De dentro do barco é possível ver alguns pontos turístico da cidade, como: a Estação das Docas, Ver-o-Peso, Forte do Presépio, a Casa das Onze Janelas, a Catedral, o Magal das Garças. O passeio é embalado por música ao vivo e apresentações de danças típicas, como o carimbo, o siriá e o retumbão. O passeio sai da Estação da Docas às 17:30 e custou R$ 40,00 (adulto) e R$ 20,00 (criança). As meninas adoraram o passeio, principalmente as apresentações de dança.
Ao desembarcamos na Estação, aproveitamos para degustar algumas das cervejas da Amazon Beer (cervejas artesanais) e para petiscar pedimos um bolinho de pato ao molho de tucupi, que surpreendeu no sabor. Jantamos uma massa no Restaurante Capone, ainda na Estação.

2º Dia
Dia de atravessar o Rio Guamá e conhecer a Ilha Combú. Essa ilha é uma das 39 ilhas de Belém e ficou famosa pela produção de chocolates artesanais, feito do cacau plantados nos quintais das casas erguidas sobre palafitas.
O passeio até a Filha do Combú foi agendado antecipadamente com o Mário Cesar Carvalho (91 9388-8885). Há dois tipos de passeios para conhecer a propriedade, menu degustação e menu café da manhã. Optamos pelo menu degustação, com o custo de R$ 45,00 (adulto) e criança menor de 6 anos gratuito. O pacote inclui a travessia da Praça Princesa Isabel à propriedade (ida e volta); acolhida com a D. Nena, apresentando um pouco da sua história com a produção do chocolate; uma trilha curta pela floresta Amazônica, para conhecermos a plantação de cacau e outras arvores frutíferas nativas da região; processo produtivo do chocolate (extração da polpa, fermentação, secagem, torra e obtenção da amêndoa pura); em seguida é oferecido a degustação de alguns produtos da fábrica.
O passeio até a Ilha do Combú foi um dos pontos altos da viagem. Muito bom ver e mostrar para as crianças um pouco da diversidade do nosso país. Conhecer como vivem a população ribeirinhas, em casas de palafitas, o meio de transporte precário, porém funcional. Fazê-las caminhar no meio da floresta (embora dentro de uma propriedade), em total contato com a natureza.
A visita a propriedade de D. Nena durou 2h30mim. De lá seguimos para o Solar da Ilha, um restaurante bom, na ilha, com piscina para as crianças brincarem e se refrescarem enquanto esperávamos o prato chegar. Pedimos uma caldeirada para almoçar, esse prato é uma delícia e se assemelha muito com a nossa peixada; e uma isca de peixe de filhote para as crianças almoçarem, uma delícia.
Duas observações sobre o restaurante: a piscina do restaurante não é muito rasa e há um desnível. Estávamos com duas crianças com altura próxima a 1,10m e uma delas, por não saber do desnível, ia se afogando. Acho conveniente o restaurante sinalizar/ informar o desnível da piscina. Fomos ao restaurante numa quinta–feira, e não haviam muitos clientes, ainda assim nosso pedido demorou cerca de 45min (no momento que fizemos o pedido havia sido informado que o tempo de espera seria de 20 à 25min).
Após voltarmos ao continente, seguimos para o Museu Emílio Goeldi. O museu é uma instituição pública, de propriedade do governo federal. Não entramos no museu, ficamos apenas na área do parque zoobotânico. Lá vimos diversas árvores frondosas, vitórias régia e até ervas, formando um bosque. Mas o que mais chamou atenção das crianças foram os animais (lá também tem um mini zoológico). Pudemos ver de perto: onça pintada, ariranha, jabuti, anta, macaco, diversas aves, peixes, cobras, lagartos, jacaré, entre outros.
Achei o local bem agradável e no centro da cidade, porém apesar de o local ser limpo, os animais bem alimentados, percebemos um certo descaso do poder público com o recinto. Percebemos a falta de manutenção preventiva e corretiva em alguns equipamentos (o que é uma pena).
De lá seguimos até a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, que fica a dois quarteirões do museu. A Basílica é belíssima, e é a única basílica da Amazônia brasileira. A festa do Círio de Nazaré, a maior procissão mariana do mundo, tem início na Catedral metropolitana e termina na Basílica. A imagem da Virgem de Nazaré fica no altar central, protegida por um vidro blindado.

3º Dia
Começamos o dia com uma caminhada pela Praça da República. Uma praça grande no centro da cidade, onde as meninas puderam correr um pouco. De lá seguimos para a visita guiada pelo Theatro da Paz, onde foi possível conhecer um pouco da história do local e da própria cidade. O Theatro é muito bonito e rico, fruto de recursos advindos do Ciclo da Borracha. Na decoração do Theatro é possível observar materiais oriundos da Europa, como o lustre e as estátuas de bronze (França), o piso (pedra portuguesa), a escadaria e diversas outras pedra em mármore (Itália).
Há visitas guiadas de hora em hora, das 9:00 às 17:00, com intervalo de 13 às 14:00 horas. A taxa para visitação é de R$ 6,00 (adulto), estudantes e idosos pagam meia entrada.
De lá seguimos para o Complexo Feliz Lusitânia, que fica localizado na região mais antiga de Belém, o complexo abriga o Forte do Presépio, a praça Dom Frei Caetano Brandão, a Casa das 11 Janelas, a Igreja Santo Alexandre (Museu de Arte Sacra) (não visitamos) e a Catedral Metropolitana.
O Forte foi construído para proteger a Amazônia de eventuais invasores, de lá se tem uma vista belíssima da Baia do Guajará e é possível tirar uma foto bacana do Ver-o-Peso.
A casa das 11 Janelas era a antiga propriedade do senhor de engenho de açúcar Domingos Bacelar, sendo posteriormente adquirida pelo Governo do Estado para abrigar o Hospital Real. Após algumas modificações no projeto, hoje a propriedade é conhecida por Casa das Onze Janelas e o local é utilizado para exposições de artes contemporâneas e mantém um acervo de obras de artistas renomados.
O museu de arte Sacra é formado pela Igreja de Santo Alexandre e o Colégio de Santo Alexandre, tem arquitetura jesuíta.
A catedral de Belém foi fundada como Igreja de Nossa senhora da Graça, tem estilo barroco-colonial e neoclássico. Lá se encontra o maior órgão da América Latina. Um Cavaillé-Coll.
A Praça Dom Frei Caetano Brandão, fica no centro do complexo. Seu nome é em homenagem ao Bispo do Pará, muito conhecido por cuidar dos enfermos em suas viagens pela Amazônia e com os índios e pobres.
Do complexo, seguimos para o Mangal das Garças, onde almoçamos no restaurante Manjar das Garças. O restaurante funciona no almoço como buffet, pagamos o valor de R$ 76,00 por pessoa e pudemos comer à vontade, as crianças não pagaram. A comida é deliciosa e foi possível experimentar diversos pratos típicos.
Após o almoço fomos passear pelo Mangal. Do mirante é possível ter uma vista belíssima do Rio Guamá. No borboletário do parque pudemos ver a soltura das borboletas, as meninas ficaram encantadas, ainda no Mangal pudemos ver de perto várias aves, inclusive flamingos, répteis (cruzando nosso caminho), caranguejos (no mangue) e a belíssima revoada das garças, no momento de sua alimentação.
Segue o link da programação e horário da alimentação dos animais: http://www.mangaldasgarcas.com.br/pagina/programacaodiaria .
4º Dia
Seguimos para o terminal hidro fluvial de Belém para embarcarmos numa lancha rápida com destino à Ilha do Marajó. O valor da passagem custa R$ 48,00 (adultos e crianças a partir de 3 anos). O tempo de travessia é de 2 horas até a cidade de Soure. Ao chegarmos em Soure, seguimos para uma pousada fazenda onde nos hospedamos por uma noite. Na fazenda pudemos fazer o passeio de búfalo (montaria e charrete), após o passeio foi oferecido pela fazenda um lanche (café, bolinho, pães, manteiga de búfalo, produzida na própria fazenda). De lá seguimos para a M’Barayó, casa do índio Carlos Amaral, onde vimos a confecção de uma peça em cerâmica marajoara e ouvimos a explicação sobre a fabricação da peça, inclusive os materiais utilizados, o significado do desenho e a pintura aplicada sobre a peça. O índio ainda contou um pouco da sua história com a arte em fazer cerâmica e a técnica ensinada por seus avós. Foi uma visita bem interessante, onde foi possível conhecer um pouco mais sobre a cultura marajoara. Após a visitação a M’Barayó, seguimos até a Praia de Pesqueiro, onde almoçamos observando a praia nativa, com infraestrutura bem precária e rudimentar. À noite, fomos até o centro da cidade, estava tendo festa na praça principal, era o aniversário da cidade.

5º Dia
Após o café da manhã, seguimos até o Curtume, onde nos foi apresentado o processamento do artesanato em couro de Búfalo. De lá, seguimos para a praia de Barra Velha, no caminho pudemos observar ninhal de pássaros, com destaque para o símbolo do Marajó, “o Guará”. Fizemos uma caminhada de aproximadamente 500m sobre uma ponte estreita de madeira, onde tivemos a oportunidade de observar a floresta de mangue, lugar que os nativos fazem a pesca de caranguejo de água doce e a extração de turú (viagra marajoara), banhada pela Baía de Marajó. A praia de Barra Velha é muito bonita, bem rustica e nativa.
Retornamos à Belém, em lancha rápida, que partiu da cidade de Salvaterra. Chegamos ao nosso destino às 16:30 e seguimos para a Estação das Docas para almoçar/ jantar e de lá seguimos para o aeroporto.

Belém tem seus encantos, um povo hospitaleiro e simpático, cultura, história e comida maravilhosa. Foi muito bom passar uns dias numa capital ladeada por rios e tendo como “quintal” a floresta Amazônica. O som, o aroma e os sabores dessa cidade nos encantou. Infelizmente, não foi possível provar do famoso peixe com açaí, pois não tivemos tempo para isso. Os restaurantes que frequentamos não ofereciam o prato. Fica para a próxima!

Obs: Dizem que em Belém chove todo dia ou chove o dia todo, ainda assim, a temperatura é bem elevada. Não esqueça de andar com um guarda-chuva, de se proteger com o uso de repelente e protetor solar e de ingerir bastante água para hidratar, porque com chuva ou sem chuva o calor é constante na capital paraense.


Roteiro de Lívia Barros Lins Torquilho, mãe de duas meninas, Isabelle (5 anos) e Maria (2 anos e 3 meses), adora levar as crianças para desbravar o mundo.
Viagem realizada de 17 à 21/01/18.


quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Do outro lado da câmera

Ele me manda uma foto por WhatsApp. Um presente. Uma imagem-poesia. Eu olhei a fotografia e sorri. É assim que eu desejo que ela lembre de mim. Das nossas brincadeiras, das gargalhadas, de como a gente se divertia com tão pouco. Apenas água, sol, areia, vento e nós.
Eu olho para a imagem e sei que lembrarei de cada detalhe desse momento por muito tempo. Os gritinhos estridentes, o som da gargalhada, a voz dela me chamando, o toque da água, o vento a nos abraçar, o sol a nos espiar. Ela correndo livre, explorando, registrando tudo com seus olhos curiosos.
No futuro, quando ela olhar para essa foto, é provável que não lembre especificamente desse dia, irá lembrar da mãe moleca, que corria, gargalhava e se divertia feito uma criança de cinco anos. Ela vai ver o retrato da alegria genuína, do carinho, do cuidado, do amor da mãe pela filha.
Pai, obrigada pelo registro. Obrigada, por não deixar esse momento se eternizar apenas na nossa memória e no nosso coração. Obrigada, por me permitir dar a ela uma imagem para recordar o quão belo era a nossa relação. E de como a mãe dela era uma mulher linda, que embora tivesse marcas de expressão, celulites e até uns quilinhos a mais, era fascinante. Obrigada, pai, por mim e por ela. Um dia, no futuro (distante, eu espero), quando eu não mais estiver aqui, são imagens como essas que irão acalentar o coração da nossa menina e diminuir um pouco da saudade dela de mim.

Texto: Lívia Lins Torquilho


24/1/2018

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

E a D. Rata levou a chupeta

Maria chupou chupeta desde que nasceu. Isabelle nunca aceitou. A Maria pedia pela “peta” só na hora de dormir, era colocar na boca e ela se preparar para dormir, como um ritual mesmo. As vezes ela acordava no meio da noite somente para colocar a chupeta que tinha caído enquanto ela dormia. E as vezes de manhã cedo, quando ela acordava e eu queria dormir um pouco mais, eu oferecia a chupeta, ela colocava na boca e nós dormíamos mais uma horinha.
Uma das minhas metas para 2018 era fazer ela largar a chupeta. No dia 31/12/17 fomos passar o réveillon no Porto da Dunas, e ela foi no carro com a chupeta na boca, mas quando chegamos lá a chupeta tinha desaparecido. Não encontrei de forma alguma. Aproveitei para começar a retirada da chupeta. Naquela noite, ela dormiu sem chupeta, estava tão cansada que nem lembrou da chupeta, ou melhor, até lembrou, mas sabia que a chupeta estava perdida.
No outro dia, quando chegamos em casa, eu escondi todas as chupetas dela, antes que ela procurasse. Na hora de dormir ela pediu pela chupeta, eu expliquei que ela tinha perdido a chupeta. Mas Maria é esperta e ela sabe onde guardávamos as chupetas, ela foi até a cozinha e apontou para o armário onde as chupetas deveriam estar. Eu falei que não tinha nenhuma chupeta lá e então contei uma “historinha”. Falei que quando viajamos, a D. Rata passou lá em casa e pegou as chupetas dela, porque o ratinho, filho da D. Rata, é bebezinho e ele precisava muito de chupeta. E como a Maria já é uma menina grande, a D. Rata achou que ela não precisaria mais das chupetas. Ela escutou a história atenta, mas não se convenceu. Diante da insistência dela pela “petinha”, eu prometi que no dia seguinte iriamos procurar pela D. Rata e pediríamos as chupetas de volta. Ela adormeceu sem chupeta. No dia seguinte, na hora da soneca da tarde, chorou bastante pela “peta”, mas a noite dormiu sem insistir pela chupeta. E assim seguimos durante toda a semana, ela chorava muito pedindo a “petinha” para dormir a tarde. Devido os choros, e para fazê-la entender e acreditar na história, descemos por dois dias até o parquinho para “procurar” a D. Rata, mas a “senhora” pegadora de chupetas não apareceu. No fim da semana, ela já não lembrava mais da chupeta.
O processo não foi muito fácil. Ela chorou bastante pela falta da chupeta, confesso que no 4º dia pensei em devolver a chupeta. Me questionei se estaria agindo certo. Afinal a chupeta era apenas conforto, era o ritual para dormir, era o que a fazia dormir melhor e mais fácil. Mas resisti e vencemos!
A história da D. Rata me surgiu porque pensei se caso a D. Rata resolvesse devolver as chupetas, elas estariam roídas (eu cortaria os bicos, de forma que a chupeta ficaria inutilizada). Mas a D. Rata nunca devolveu.

Texto: Lívia Lins Torquilho

16/01/2018.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Eles crescem e a saudade fica

Desci no elevador com uma mãe e seu filho recém nascidos. Ao olhar pra o bebezinho, eu só consegui falar: a gente esquece que eles já foram desse tamanho!
Se eu tenho vontade de ter um terceiro filho? Não sei se a palavra é vontade, eu tenho saudade. Saudade não do barrigão, dos pés inchados, dos quadris largos que modificam o caminhar, das roupas apertadas ou da bexiga comprimida, tenho saudade da sensação de sentir o bebê mexer, de me sentir plena, de vivenciar o próprio milagre da vida. Saudade não do medo e de toda insegurança de ser capaz de amar outro filho como amo as outras, tenho saudade do primeiro encontro. Saudade não da dor de amamentar, tenho saudades do momento da amamentação, de sentir toda entrega e troca, do olhar do verdadeiro amor, de ser fonte de vida, de ser e ter colo. Saudade não das noite mal (não) dormidas, saudade do aconchego, do calor. Saudade não de viver “cheirando” a leite (azedo), mas do cheiro da nuca e do bafinho do bebê. Saudade das mãos gordas e da pele macia. Saudade não da solidão da maternidade, do baby blues, de me sentir perdida, sinto saudades de cantarolar e dançar o dois pra lá e dois pra cá e a criança se aninhar, se aconchegar, se encantar e nos meus braços adormecer. Saudade de ter um ser que se encaixa em meu peito e é tão frágil, miúdo, mas que me faz uma gigante para enfrentar meus medos, angústias e me transformar em uma mulher tão forte. Saudade de REconhecer o amor, um amor forte e avassalador. Saudade não do caos dos primeiros meses da maternidade, saudade de agigantar mais uma vez o coração. Saudade de amar mais uma vez incondicionalmente.
O elevador abriu as portas e eu me despedi: eles crescem rápidos demais e fica só a saudade!

Texto: Lívia Lins Torquilho

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Califórnia com as crianças

Férias na Califórnia, com um bate e volta à Vegas da Família Lins Torquilho

Esse é o roteiro de férias da minha família, eu, Lívia, Igor, meu esposo, e nossas duas filhas, Isabelle (4 anos) e Maria (1 ano e 11 meses). Farei um relato da nossa experiência pela Califórnia.
A gente não precisa de desculpas para viajar, mas essa viagem foi especial por estarmos comemorando os dois anos da Maria, que foi em 22/09 e o meu aniversário, que foi em 11/09.
Saímos de Fortaleza com destino à San Francisco. Partimos às 18:20 do aeroporto de Fortaleza e desembarcamos em San Francisco às 15:10, horário local. Conexões em São Paulo (Guarulhos) e  Cidade do Panamá, no Panamá. Totalizando quase 25 horas de voo.
Maria saiu de casa com diarreia, e mesmo a mãe, eu, no caso, tendo levado 2 mudas de roupas para a criança, a menina chegou ao nosso destino final só de fralda e blusa. A diarreia dela permaneceu por 10 dias, depois disso não sei se ela ficou boa ou simplesmente deixou de fazer cocô por não aceitar mais quase nada de alimentos (nem o leite). Em tempos normais, eu teria surtado, mas como estávamos viajando, eu relaxei, e ofereci a ela apenas o que ela pedia, sem neuras com procedência, horários, tipo de alimento.
1.       Chegada ao aeroporto de São Francisco (26/08/2017)
Embora exista um metrô (BART) que transporta do aeroporto à Union Square, preferimos pegar um UBER. Pois nosso hotel ficava no Fisherman’s Wharf e o metrô não levaria até lá. Portanto teríamos de pegar o metrô, e depois um ônibus ou táxi para irmos até o hotel. A passagem do BART custa U$$ 8,65/ pessoa o trajeto levaria em torno de 30 minutos. Após analisarmos custo beneficio, optamos por pagar por um UBER, visto que estávamos com 2 crianças, 2 malas e um carrinho de bebê e estávamos desembarcando após quase 25h de viagem. O UBER custou em torno de U$$ 30,00 e o percurso durou aproximadamente 35 minutos. Acho que foi a melhor escolha!
Apesar de chegarmos ao hotel por volta das 17:00, nesse dia não fizemos nada, aproveitamos para descansar e renovar as energias. Caímos na cama e dormimos até o outro dia!
O hotel que ficamos foi o Sheraton Fisherman’s Wharf. Recomendo demais pela localização, serviço (funcionários muito prestativos, atenciosos), limpeza, ambiente familiar.
2.       Primeiro dia oficial da viagem (27/08)
Decidimos pegar um ônibus de turismo, estilo hop on hop off. Em San Francisco existem várias empresas que oferecem esse serviço. O percurso muda de uma empresa para outra, então fique atento caso tenha algum local especifico que você queira passar. Só descobrimos isso depois de termos feito o city tour. Escolhemos a Big Bus por conveniência. O ônibus partia da calçada do hotel.
A Big Bus oferece vários pacotes de city tour. Escolhemos o pacote deluxe, que consiste de 2 dias utilizando o serviço do ônibus, city tour noturno por San Francisco, city tour por Sausalito, City tour a pé (existiam 4 locais que era feito esse serviço. É bom verificar os locais e horários do walking city tour, pois só tem um horário por dia em cada local) e passeio de bike (1h). O custo desse pacote foi de U$$ 65,00 por pessoa. Crianças pagam a partir de 5 anos.
Para nós, esse city tour valeu muito a pena, pois tivemos uma visão geral da cidade e descemos nos pontos que achamos mais interessantes e que ficavam mais distantes. Depois de vermos do alto vários pontos turísticos, descemos na Golden Gate, como ficamos na parte superior do ônibus (sem teto), a passagem pela ponte venta muito, foi necessário por o casaco. A vista é maravilhosa. O ônibus dá uma paradinha que seria suficiente para tirarmos foto no mirante e continuarmos o passeio, mas por termos optado pelo tour em Sausalito também, trocamos de ônibus nessa parada (que é a parada do ônibus que faz o tour em Sauasalito).
Sausalito é uma cidadezinha proximo à San Francisco, super charmosa e de lá temos uma vista linda de San Francisco. Aproveitamos para passearmos no centrinho e almoçarmos. No retorno do city tour de Sausalito, o ônibus nos deixou noutro mirante da Golden Gate, que é no centro de informação ao turista. Lá pegamos novamente o ônibus para prosseguirmos com o city tour por San Francisco.  À noite, aproveitamos para fazermos o tour noturno, roteiro diferente do tour do dia. Nesse tour não há paradas. Novamente, ficamos na parte de cima do ônibus, confesso que quase congelamos apesar de estarmos bem agasalhados, porém o vento é muito forte e frio, em determinado momento, decidimos descer e nos abrigarmos na parte fechada.
3.       Segundo Dia (28/08)
Dia de andar... Feito todo o city tour por San Francisco, decidimos voltarmos nos pontos que mais nos interessava, e como o pacote que compramos incluía o walking city tour, decidimos fazer pela região da Union Square, posamos nos três corações que ficam na praça (geralmente tem um coração em cada canto da praça, mas uma parte da praça está em obras, portanto, só ficaram três corações) e Chinatown, passamos pelo portal, seguimos por algumas ruas, pela igreja Old Saint Mary’s Church, pela fábrica de pipas, finalizando o tour na fabrica de biscoitos da sorte. Retornamos até a Union Square e pegamos o bus do city tour, descemos próximo à Alamo Square para curtirmos um pouco a praça e conhecer as Painted Ladies, de lá seguimos para o bairro mais hippie de San Francisco o Haight & Ashbury. Caminhamos por algumas ruas, vimos vários brechós, painéis pintados, cafés descolados, edificações com fachadas inusitadas e posamos em frente à casa onde teria morado Jimy Hendrix. De lá seguimos então para o bairro mais colorido do mundo: O Castro. Fomos recepcionados pela bandeira gigante e seguimos até o Teatro, um pouco mais a frente atravessamos o cruzamento mais colorido de San Francisco, Castro x 18 Street. De lá, pegamos um Uber e fomos até a Lombard Street, do alto dá pra comtemplar uma vista incrível de Alcatraz, das colinas gigantes de San Francisco e das oito curvas que fizeram dessa rua o cartão postal da cidade. De lá seguimos à pé até a Guirardelli Square. Aproveitamos o passeio para tomarmos um sorvete na famosa loja de chocolates. Após repormos as energias, seguimos para o Fisherman’s Wharf. Uma região muito charmosa e turística. Repleta de lojinhas, restaurantes e uma vibe bem legal. Finalizamos nosso dia no Pier 39, com as meninas vendo os leões marinhos, subindo e descendo a escadaria piano (elas se amarraram na escada). O jantar foi na Boudin, a tradicional sopa no pão.
4.       Terceiro Dia (29/08)
Iniciamos o dia passeando de bondinho (Existem 3 linhas cobrem a cidade: a CaliforniaPowel/Hyde e a Power/Mason. A maior rota é a Powel/Hyde com 28 paradas em seu percurso. A diferença entre a Hyde e a Mason, é que a primeira vai até bem perto da Ghirardelli Square e passa pela Lombard Street e a segunda vai até o meio do Fisherman’s Wharf). Muito bacana o passeio, uma experiência diferente. É como estar andando num museu ambulante. Bacana sentir o vento no rosto e observar as ladeiras e o ritmo da cidade a bordo de um transporte tão antigo. Para um meio transporte público achei o valor um tanto salgado, U$$ 6,00 o bilhete apena de ida. O final do nosso passeio de bondinho foi na parada final da rota da Powel/ Mason. Descemos na esquina da Powel com a Market, de lá seguimos à pé para o Civic Center.
Curiosidade: Quando o bonde chega ao final do trilho, os 2 funcionários (condutor e cobrador, descem e o processo é manual. A plataforma de madeira gira e um deles manipula manualmente (empurra) para que o bonde vire.
Em frente ao prédio da Prefeitura, que é lindo tanto por fora como por dentro e pode ser visitado sem custo, tem um playground bem fraquinho que as meninas se divertiram bastante. Por trás da Prefeitura (City Hall), tem os prédios War Memorian Opera House, Symphony Hall. Prédios suntuosos e lindíssimos. De lá seguimos para o Golden Gate Park, o parque é gigante, é bom ir com um mapa para se situar. Fomos apenas para o playground para as meninas brincarem um pouco e para o Museu De Young, a entrada do museu é paga, mas o acesso à torre para observar a cidade e o parque é gratuito. Ainda no parque é possível visitar o conservatório das flores, o jardim japonês, o California Academic of Science, um museu interativo.
Do parque seguimos para o Embarcadero, passeamos pelo calçadão fazendo paradas e descobrindo lugares interessantes, como a Praça da Levi’s, local que é rodeada pelo escritório e o museu da marca. Acabamos o nosso passeio novamente no píer 39, que ficava a duas quadras do nosso hotel.
5.       Quarto Dia (30/08)
Dia de deixar San Francisco.
Fizemos algumas compras pelo site da Amazon.com, as compras foram feitas quando ainda estávamos no Brasil, o prazo de entrega seria até o dia 26/08, sábado, dia que chegaríamos em San Francisco. Ocorre que ao chegarmos no hotel, recebemos uma parte dos produtos (stroller e outras amenidades), outra parte (car seat da Maria) recebemos no dia posterior, ficando ainda para ser entregue a nós um car seat (da Isabelle). Recebi um e-mail da Amazon.com informando que esse produto, devido a um atraso seria entregue até o dia 29/08, terça feira. Na terça feira a noite, o produto ainda não havia sido entregue no hotel, embora no site constasse a entrega. Entramos em contato com a gerencia do hotel, com a segurança e inclusive o Igor, juntamente com um funcionário, verificou nas câmeras do hotel que de fato o produto não havia sido entregue. Diante desse transtorno e que no dia seguinte pegaríamos um carro para seguir pela Pacific Coast Highway, decidimos comprar outro car seat no Target logo cedo da manhã do dia seguinte. Era 7:30 da manhã, estávamos de saída para o Target, quando o telefone do quarto tocou, era o funcionário da segurança do hotel, o mesmo que tinha verificado as câmeras na noite anterior com Igor, avisando que estava com o produto para nos entregar. Quando o Igor foi receber, ele explicou que durante a noite foi nas imediações do hotel, em busca da nossa mercadoria, e o mesmo havia sido entregue por engano noutro hotel. Duas observações: (1) Nota 10 para o Sheraton Fisherman’s Wharf Hotel e sua equipe pela competência, prestabilidade e atenção. (2) Nota zero para a Fedex, decepção pelo serviço prestado. Pelo jeito, não é só o Correios que não anda trabalhando direito....
Pegamos o carro e seguimos em direção à Pacific Coast Highway. Primeira parada em Halfmoon bay, uma cidadezinha próxima à San Francisco muito procurada por surfistas, de lá seguimos até o Pigeon Point Lighthouse e Whaler’s Cove – 20 milhas/32 km depois de Halfmoon Bay, fica o farol chamado de Pigeon Point. Não pudemos entrar na edificação do farol, pois estava interditada, mas o que faz desse lugar mais interessante é que hoje lá funciona um albergue. A vista de lá é linda! Lá também é conhecido por Whaler’s Cove porque no período migratório das baleias, de Março à Maio, elas passam por lá fazendo um verdadeiro espetáculo da natureza. De lá seguimos para Santa Cruz, uma cidade charmosa que também é bem procurada por surfistas, lá inclusive, tem o museu do Surf, visto que foi lá que em 1885, três príncipes havaianos praticaram o surf e o esporte virou febre em toda a costa. Em Santa Cruz fizemos o passeio pelo Santa Cruz Board Walk, um parque de diversões bem vintage e super famoso. Os ingressos dos brinquedos podem ser vendidos por passaporte, U$$ 34,00 podendo brincar em todos os brinquedos ilimitado, durante o dia, ou tem a opção de venda por brinquedo, variando de U$$ 3,00 à 6,00, dependendo do brinquedo. Nossa parada em Santa Cruz foi bem rápida, só para esticarmos as pernas. Seguimos rumo ao nosso destino, a cidade de Monterey, onde pernoitaremos para explorarmos um pouco mais a região.
Chegamos em Monterey por volta das 16:00 e decidimos seguir direto para a Carmel-by-the-sea. De carro, andamos um pouco pela 17 mille drive e pelo centro de Carmel. Caminhamos pela praia e apreciamos um belíssimo por do sol. A noite, andamos pelo centrinho de Carmel, bem pequeno. Não há postes de luz pela cidade, mas é uma cidade segura, sofisticada e requintada.
6.       Quinto Dia (31/08)
Monterey era uma vila de pescadores, que tinha como principal fonte de renda as fabrica de sardinhas. Hoje, não existem mais fabricas de sardinhas, onde havia uma grande fabrica se transformou em um dos maiores aquários do mundo. Logo cedo, fomos até o aquário e ficamos por lá por toda a manhã. De lá seguimos para o passeio mais esperado, a Big Sur.
Big Sur, o nome, vem do espanhol que predominou na região “El Grand Sur”, o grande Sul. Considerada uma das estradas mais lindas do mundo, a Big sur, é um pedaço da Pacific Coast Highway, que se estende de Monterey/ Carmel até San Simeon, um pouco antes de chegar em San Luis Obispo. São 140 Km de estrada, à beira mar, sobre penhascos e com vistas deslumbrantes do Pacifico.
Como a Big Sur está interditada, desde Fevereiro deste ano, devido a deslizamentos de terra e posterior demolição da Pfeiffer Canyon Bridge, resolvemos fazê-la parando nos principais mirantes até o Pfeiffer Big State Park e no dia seguinte, após fazer o desvio de Highway 101, continuar pelo outro lado até San Simeon, para seguirmos pela H1 para Los Angeles.
Segue abaixo os principais mirantes que paramos:
a.       Point Lobos State Reserve (MON 70.2) – É uma parque estadual, considerado o mais bonito da região. Dá pra passar horas no lugar, fazendo trilhas, explorando a região, ou simplesmente se encantando com as inúmeras reentrâncias com piscinas de maré que realmente impressionam. É preciso chegar cedo porque o parque só permite uma quantidade mínima de carros de cada vez. Você paga uma taxa (U$$ 10,00) pra entrar neste parque, mas esta taxa serve para vários outros parques na região como o Andrew Molera State Park, Pfeiffer Big Sur State Park ou o Julia Pfeiffer Burns State Park
Seguimos em frente, pela Big Sur, a estrada começa a mostrar porque tem o título de estrada mais linda do mundo. A cada curva, uma surpresa, uma visão, uma praia escondida. E o Pacífico sempre ao fundo, em azul profundo e feroz. Uma emoção. Um passeio para fazer sem pressa.
b.       Rocky Point (MON 62.0) – Paramos no restaurante de leva o nome dessa parada. Aqui as pedras com vários formatos no meio do mar dão efeito interessante na água. E há flores silvestres por toda parte. Deixamos o carro estacionado no restaurante e seguimos por uma trilha.
c.       Rocky Creek Bridge (MON 60.1) – Esta ponte é quase igual a ponte da próxima parada, a Bixby Bridge que é a famosa, sendo esta bem menor, mas não menos surpreendente.
d.       Bixby Creek Bridge (MON 59.8) – Essa é a ponte cartão postal da região, fica apenas uma milha (1.6 km) de distância da ponte anterior.
e.       Hurricane Point (MON 58.3) – Tem visão pro norte da Bixby Creek Bridge e um detalhe que explica o nome: venta muito neste lugar.
f.        Point Sur Lightstation State Park (MON 54.1) – O parque tem um farol muito interessante e rende ótimas fotos, porém só está aberto nos fins de semana.
g.       Pfeiffer Big Sur State Park (MON 46.9) – Outro parque com nome parecido que confunde os visitantes. Aqui é local onde as pessoas fazem camping. Dentro do parque, além das trilhas, há também duas cachoeiras muito bonitas.
Nós chegamos até a parte fechada e voltamos para Monterey para pegar a estrada sentido Highway 101, no próximo dia. No Pfeiffer Big Sur Park nos deram a informação que teríamos acesso ao Julia Pfeiffer State Park se fizéssemos o desvio de Highway 101 e na altura de Bradley pegar a Nacimiento Fergusson Road.
7.       Sexto Dia (01/09)
Decididos a ir até o Julia Pfeiffer State Park (MON 35.9), que para nós era parada obrigatória, já que é lá que se encontra um dos cartões postais mais importantes da Big Sur: a famosa cachoeira McWay, pegamos estrada Highway 101 e na altura de Bradley pegamos a Nacimiento Fergusson Road. Nesse trajeto passamos por uma estrada que é base militar e subimos uma montanha de 860m com várias curvas fechadas. O suficiente para Isabelle passar mal e vomitar o carro inteiro, sem contar no calorão de 42°C, 109F. A estrada montanhosa é sinistra, curvas fechadas e sem guard rail. Confesso que fiquei travada durante todo o percurso. Mas a vista de lá pra Big Sur é fantástica. Após descermos a montanha e chegarmos à Big Sur fomos até o Julia Pfeiffer State Park, nesse momento as duas crianças dormiam no carro e eu já cansada, com fome, muita fome, e calor decidi não descer do carro para fazer a trilha que dava acesso a vista da cachoeira McWay, isso mesmo, acesso ao mirante para ver a cachoeira porque o acesso a praia estava fechado! O Igor desceu, foi até o mirante, tirou fotos e depois tentou me convencer a ir até lá enquanto ele ficaria com as crianças no carro. Mas nesse momento eu não estava nem um pouco convencida a descer do carro no ar condicionado e encarar um sol escaldante e andar por 1 Km apenas para ver de longe (e era bem de longe mesmo) uma cachoeira.
Existem duas maneiras de acessar o mirante da McWay Fall, estacionando no Parque que custa U$$ 10,00 ou parar à beira da estrada, que tem sinalização de proibido estacionar. Quando saímos do parque o Igor me mostrou a trilha que levava até o mirante e parados (não estacionados) à beira da estrada eu vi a famosa cachoeira, mas confesso que ficamos frustrados em não termos conseguido ir até a praia.
Saímos do parque convictos de que a próxima parada seria em San Simeon pela Big Sur, ou seja, viajaríamos por 52 milhas até o próximo destino. Após andarmos 25,7 milhas descobrimos que a Big Sur estava interditada em outro ponto, ou seja tivemos que retornar para a estrada montanhosa, sinistra e insegura que viemos para fazermos um novo desvio. Nesse momento, já estávamos famintos, porém, não havia mais nenhum ponto de venda de comida aberto na região, pois já passava das 15h.
DICA: Não comece a rodar pela Big Sur sem estar devidamente alimentado, e sem mantimentos no carro. É difícil encontrar restaurante, lanchonetes, qualquer ponto de venda de alimentos na rota. E quando encontra, custa um rim.
Finalizamos nossa viagem pela encantadora Big Sur em San Simeon. Nossa parada foi em Point Piedras Blancas Vista Points (SLO 62.4). Esta praia é conhecida como a praia dos elefantes marinhos, devido a enorme quantidade deles na praia. Uma experiência realmente singular, fantástica. Uma experiência visual e auditiva maravilhosa. Muitos deles bem na nossa frente, em seu habitat natural. Dormindo, brincando, brigando, se banhando no mar, fazendo barulho; e como fazem. De lá seguimos para Morro Bay, onde pudemos contemplar um lindo por do sol. Pernoitamos em Lampoc, para no dia seguinte seguirmos até Los Angeles.
Apesar dos desvios e pequenos transtornos, viajar pela Big Sur vale cada quilometro rodado.  Indescritivel, inexplicável. Paisagens belíssimas, com o mar sempre ao fundo, sem esquecer da engenharia da estrada que margeia o Pacifico.
8.       Sétimo Dia (02/09)
Começamos o dia em Solvang, conhecida como a capital americana da Dinamarca, é uma cidade minúscula com arquitetura típica dinamarquesa, que fica a 40 minutos de Santa Bárbara na Califórnia. Em Solvang tomamos café da manhã na Paula Pancake’s House, um lugar bem simpático e lotado. Esperamos na fila por 45 minutos. A comida é boa e valeu a experiência.
De lá fomos passear pela cidade, a principal avenida é a Mission Drive, onde encontramos hotéis, restaurantes, cervejaria, Solvang Brewing Co. – a cervejaria local e alguns moinhos. Ainda na Mission Drive, encontramos quase em frente a cervejaria a loja Jules Hus, uma lojinha que vende artigo natalinos o ano inteiro. A loja, na verdade, só vende esse tipo de produto. É uma loja bonita, com bastante variedade, mas eu esperava mais. No cruzamento da Mission Drive com a Alisal Road tem uma cópia da estátua da Pequena Sereia de Copenhagen e na praça um pouco mais a frente o busto do famoso escritor Hans Christian.  A Alisal Road, é outra rua que merece atenção, pois tem um moinho e uma cópia da Torre Redonda de Copenhagen. A cidade é pequena, quente, pegamos calorão de 40°C. Em menos de duas horas é possível andar sem pressa o centrinho todo.
Saimos de Solvang em direção à Santa Bárbara. Uma cidade praiana bem lindinha. Fomos até a Missão de Santa Bárbara, uma das atrações mais famosas da cidade. A missão foi fundada em 1786 pelos franciscanos espanhóis. De lá fomos andar um pouco pela State Street, a rua mais famosa da cidade que é endereço de vários restaurantes, cafés e lojas.
Após almoçarmos um típico hambúrguer americano e tomarmos um sorvete de churros na McConnell’s, seguimos viagem rumo à Santa Mônica.
A idéia inicial era chegarmos cedo à Santa Mônica, alugar um bike e seguir pela orla de bike até Venice Beach. Porém, chegamos em Santa Mônica as 18h, devido ao transito, que não imaginávamos pegar, e os locais de aluguel de bike fecham às 18h, portanto não pudemos locar a bike. No trajeto do estacionamento do carro até as lojinhas de aluguel de bike, Isabelle já havia percebido o Pacific Park, o parque de diversão do píer de Santa Mônica, e seu interesse não era andar de bicicleta, mas brincar no parque. Sendo assim, fomo curtir o Pacific Park com ela.
O píer de Santa Mônica é o ponto final da Route 66, que liga Chicago à Los Angeles. Passear no píer, é sem dúvidas o passeio mais turístico de Santa Mônica. Localizado nas redondezas de Santa Mônica Beach, o píer é famoso por ser o local onde está situada uma imensa roda gigante à beira mar (a única no mundo movida a energia solar) um carrossel de 1922 e vários outros atrativos para se aproveitar muito. Além da praia, é possível apreciar a paisagem local, parar em algum dos restaurantes ou simplesmente ir ao Pacific Park que é um dos lugares mais requisitados pelos visitantes. O parque tem mais de 12 atrações e pode-se adquirir bilhetes para um ou mais brinquedos do local. Compramos o pacote para Isabelle brincar ilimitado por um dia por U$$ 18,00 e ela adorou. Saímos do parque após as 22:00 e pela movimentação no estacionamento, o melhor ainda estava por vir.
Para visitarmos Los Angeles, decidimos nos hospedar em Anaheim, que é uma cidade bem próxima de Los Angeles e é onde se situam os parques da Disney. Saímos do píer e seguimos o rumo de Anaheim.
9.       Oitavo Dia (03/09)
Dia de fazer o reconhecimento em Los Angeles. Impossível pensar em Los Angeles sem associar a Calçada da Fama, sendo assim, foi lá que começamos o nosso passeio. A Calçada da fama fica em Hollywood Blvd. É onde pode se ver todas as “estrelas” sem fazer muito esforço. Ali mesmo em Hollywood Boulevard fica o Chinese Theatre ou Teatro Chinês, onde ficam as mãos e sapatos de atrizes. Essa tradição começou, acidentalmente, com uma atriz que pisou no cimento fresco. Visitamos o Hollywood and Highlands, o complexo de entretenimento, que além de lojas e restaurantes é onde acontece o “Red Carpet” pro Oscar, o antigo “Kodak Theatre”, onde acontece a cerimônia do Oscar, agora se chama Dolby Theatre.
DICA: Estacione no Hollywood & Highland, que custa U$$2 pelas primeiras duas horas com o carimbo de alguma loja ou restaurante.
Nossa próxima parada em Los Angeles foi tentar tirar uma foto com o letreiro Hollywood. Até tiramos uma de uma das varandas do Hollywood and Highlands, mas foi frustrante, as letrinhas símbolo de glamour ficaram quase ilegíveis, portanto, fomos atrás de um endereço que nos pusesse bem perto da Hollywood Sign:  3000 Canyon Lake Drive. DICA: Como nesse local é proibido parar e estacionar, e tem agente multando mesmo, estacione o carro um pouquinho mais abaixo, num parque para cachorros, que tem estacionamento para caramba.
Após posarmos com a placa, seguimos para a Warner Bros para tentarmos fazer um tour pelos bastidores dos estúdios. Não conseguimos, pois ao chegarmos lá fomos informados que só se agenda tour pela internet, no site (http://vipstudiotour.warnerbros.com/). Até tentamos marcar, mas não havia mais vagas para o dia, nem para o próximo.
De lá, decidimos ir até o Farmer’s Market, um local histórico em Los Angeles, equivalente ao Mercado Municipal de São Paulo. Lá, os fazendeiros vendiam suas mercadorias entre o fim do Século XIX e o início do Século XX. O local acabou tornando-se uma instituição da cidade, e hoje abriga um grande número de restaurantes, cafés e lojas. É um local que os moradores da cidade costumam frequentar. Lá, almoçamos em um restaurante brasileiro, o Pampas Grill. Comida excelente, ótimo custo benefício, self service, comida boa, atendimento excelente e o melhor, eles falam a nossa língua.
Após o almoço fomos passear por Beverly Hills e pela Rodeo Drive. Aproveitamos para registrar a passagem tirando uma foto na placa de Beverly Hills, uma placa toda bonitinha que fica numa pracinha pequenina quase em frente a Rodeo Drive (9439 Santa Monica Blvd). Passeamos de carro por algumas ruas e nos impressionamos com as casas. Depois fomos passear pela Rodeo Drive, a rua mais chique da Califórnia. A Rodeo Drive é a rua central de uma região conhecida como triangulo dourado de LA, o triângulo é formado pelas Santa Monica Blvd., North Crescent Drive e Wilshire Blvd. É uma região de lojas caríssima, vitrines maravilhosas, lojas super tendência. Vale a pena passear por essas ruas, e a Rodeo Drive, é sem dúvida a mais top. O Hotel Beverly Hills Wilshire, onde foi gravado o filme “Pretty Woman” (Uma linda mulher) fica no final da Rodeo Drive, quase em frente a escadaria. Após o passeio nas ruas mais glamourosas e estilosas da cidade, e para terminar o dia comtemplando um belíssimo pôr do sol fomos em direção ao Griffith Observatory (2800 East Observatory Road), onde fica o planetário da cidade. A entrada é grátis e num dia sem névoa, as vistas são lindas. Porém, não conseguimos estacionar. O local estava muito lotado e o estacionamento que tinha vaga ficava bem distante do observatório e ainda teríamos que subir uma longa e íngreme colina, com duas crianças no carrinho, desisti do passeio. Sendo assim voltamos para o hotel para descansar e repormos as energias para o dia seguinte.

10.   Nono Dia (04/09)
Como eu mencionei anteriormente, ontem não conseguimos fazer o tour pelos bastidores do Warner Bros, sendo assim decidimos ir ao Hollywood Studios que combina parque de diversão com visita à estúdio de cinema. Eu estava bem receosa em fazer esse passeio, porque não sabia se seria permitido a entrada de criança de colo (a Maria tem menos de 2 anos). Também achava que as meninas não teriam tantas opções de brinquedos para usufruírem. Com uma expectativa tão baixa, fomos ao parque. Confesso que me surpreendi e posso afirmar que foi o melhor parque que fomos na Califórnia. As duas meninas puderam fazer o tour.  O parque é grande, o suficiente para não conseguirmos ir em todos as atrações que desejamos. Ele é bem preparado para o verão e o calorzão que assola a cidade. Há diversas atrações para a estatura de Isabelle, há espaço também preparado para crianças menores, do tamanho da Maria. Os funcionários sempre dispostos a ajudar e a tirar fotos, quando solicitados, e simpáticos. Também nos foi informado de lugar com estrutura para crianças pequenas, com forno micro-ondas, onde pudemos esquentar a comida da Maria que levamos, trocador, salinha para amamentação, poltronas e cadeirões de alimentação para crianças pequenas, tudo no ar condicionado. Os horários das atrações são divulgados em telas espalhadas pelo parque, bem como os horários que os personagens estariam a disposição para fotos. O parque estava bem cheio, mas já estávamos esperando por isso visto que hoje é feriado aqui, Labor Day. Mas mesmo estando bem cheio, conseguimos ir nos brinquedos e simuladores que nos dispomos. Adoramos o parque e indicamos! Valor do ingresso: U$$ 110,00 o adulto e US$ 105,00 a criança (de 3 a 9 anos).
11.   Décimo Dia (05/09)
Dia de Disney e Disney é sempre Disney. Expectativas mil. O parque abria às 10h, e como estávamos hospedados próximos, saímos do hotel às 9h, em quinze minutos chegamos ao estacionamento. Porém, após estacionarmos e passamos pela fila de inspeção (segurança), pegamos um tramway para chegarmos até o parque. Optamos por visitar primeiro a Disneyland. Na California, os parques da Disney ficam um de frente ao outro. Compramos os ingressos na entrada do parque. O que não teve fila, mas para entrar no parque, fila enorme no sol quente. Ou seja, do estacionamento até conseguirmos entrar no parque perdemos 1h. Após a entrada, fila para tirar foto na entrada do parque. Após posarmos para a fotografa do parque, a do photo pass, pedimos para que ela tirasse uma foto no nosso celular, a mulher até tirou, mas com tanta má vontade que se a foto do photo pass tiver ficado tão mal enquadrada como a nossa, é melhor ela mudar de profissão!
O parque é extremamente quente, nenhum pouco preparado para o calorão. Filas enormes em todos os brinquedos que nos propomos a ir. O castelo da Bela Adormecida é minúsculo, menor até que o da Disney Paris. A única vantagem que achei em relação à Disney Orlando é que na Disney Califórnia vimos muitos mais personagens interagindo com as crianças e passeando pelo parque. Não achei os funcionários simpático, me decepcionei, pois aqui não reconheci o padrão Disney que tanto encanta. E para frustração ser completa, o tradicional show de luzes e fogos que ocorre no fechamento do parque não aconteceu, pois como é baixa estação, só ocorre aos fins de semana e feriados. Achei o parque muito ruim.
A Isabelle pode se divertir em vários brinquedos e a Maria teve o tão sonhado encontro com o Mickey. E esse encontro eu lembrarei para todo o sempre. Ela simplesmente ficou encantada. Ela quando o viu, correu para abraçá-lo, pegou nas orelhas, olhos, focinho, boca, mãos. Ela olhava e tocava como que para ter certeza que ele realmente era de verdade.
Todos os personagens sempre muito atenciosos com as crianças. Atendiam muito bem, com simpatia e em nenhum momento senti que eles apressavam crianças e pais para tirarem logo as fotos, mesmo as filas estando bem grande para alguns deles.
Assistimos a Parade, que eu achei o horário cruel, as 3h, com sol escaldante. E também assistimos uma peça de teatro, bem tosco, mas que as meninas gostaram.
Uma das áreas que também diferencia do parque de Orlando e que é muito legal para crianças pequenas, é a Mickey’s Toontown. Uma cidade em miniatura bem lindinha e com atrações bem tranquilas, parece que estamos dentro do desenho, foi lá que a Maria se encontrou pela primeira vez com o Mickey, na casa dele, local que é ponto de fotos com o personagem.
12.   Décimo Primeiro Dia (06/09)
Dia de conhecer Disney Califórnia Adventure Park. Confesso que após o dia de ontem, as expectativas estavam bem baixas para o parque, até nos passou a ideia de desistirmos de ir, mas como tínhamos marcado um almoço no Ariel’s Grotto (com as princesas), decidimos arriscar e (literalmente) pagar para ver.
O Disney Califórnia Adventure Park é um parque menor que a Disneyland, menos quente, menos lotado e mais agradável. O tema do parque é a própria Califórnia, com píer, coqueiros e um clima descontraído. Ele é realmente um charme, e que bom que a gente não desistiu. As atrações nesse parque são mais divertidas. Não sofremos em filas, a única fila mais demorada que pegamos foi para tirar foto com Elsa e Anna, e ainda assim foi no ar condicionado!
Aqui assistimos o espetáculo Frozen, simplesmente excepcional, padrão Disney, encantador. A roda gigante que é cartão postal do parque, a Mickey’s Fun Wheel, fica em frente ao Paradise Píer e é bem diferente, pois tem as tradicionais cabines fixas, mas a novidade são as cabines móveis, que deslizam e balançam muito. Outra atração bem bacana no parque é a Cars land. A Radiator Springs foi reproduzida nos mínimos detalhes, inclusive a Radiator Springs Racers é uma das atrações mais disputadas no parque.
O almoço no Ariel’s Grotto foi muito bom. O preço é bem salgadinho, mas vale lembrar que se paga não apenas pela refeição, mas pela fantasia. Recomendo demais a experiência. A fachada do restaurante é decorada com uma concha enorme e com Tritão, o pai de Ariel. O restaurante é todo decorado com adereços que remetem ao fundo do mar, como águas vivas, algas, conchas. O restaurante fica no andar abaixo, sendo acessado por escada ou elevador. Ariel nos recepcionou, aos pés da escada, tirou fotos, deu autógrafos e conversou um pouco com as crianças. Depois fomos alocados numa mesa e uma garçonete muito simpática nos trouxe o cardápio para escolhermos o menu. Na mesa tinha coroa e adesivos para as crianças enfeitarem suas coroas. Bottons da Ariel também foram entregues para cada visitante do restaurante. A comida é boa, bem servida e a bebida não alcoólica é à vontade. Enquanto almoçávamos, um rapaz com trajes reais anunciou as princesas que apareceram uma a uma, no total foram quatro princesas que passaram entre as mesas, conversando e parando para que tirássemos fotos. O intervalo de tempo do anuncio entre uma princesa e outra foi de aproximadamente 5 minutos. No nosso almoço, as princesas que se apresentaram foram Branca de Neve, Cinderela, Rapunzel e Bela. Eu adorei porque foram as mais clássicas. Foi um momento de total encantamento.
O menu servido é composto de entrada, prato principal e sobremesa. Não são muitas opções, acredito que para facilitar o serviço de cozinha e agilizar o atendimento, visto que há várias “rodadas” de almoço durante o dia. O tempo de almoço é em torno de 1:30h, o que foi suficiente e sem pressa. Mesmo com duas crianças, e a Isabelle demora uma eternidade para comer, o tempo foi suficiente. O valor do almoço é de U$$ 39,00 o adulto e a criança U$$ 27,00, fora gorjeta que ao final da conta é sugerida em 15%. Maria não precisou pagar pelo almoço, mas também não foi servido um menu para ela, dividimos o nosso. É necessário fazer reserva, que são feitas somente pelo site da Disney. Como é um restaurante dentro do parque é necessário o ingresso para poder usufruir do serviço.
Diferente do parque Disneyland, nesse parque houve uma apresentação de fechamento do parque, o World of Color. Esse show acontece todas as noites na área do Paradise Pier. É um show de águas e luzes, com projeções, músicas e pirotecnia. O problema neste show, é que os lugares para assistir são limitados e é difícil conseguir um bom lugar caso não se entre na fila aproximadamente 1 hora antes de começar. E ainda se tiver sorte de conseguir um bom lugar, este será em pé (não existem cadeiras nem lugares para sentar). Para assistir esse show existe a opção do Fast Pass que é limitado e distribuídos no início do dia. Só que mesmo com Fast Pass, não é garantido que se consiga uma boa posição. O show dura aproximadamente 30 minutos. Nós conseguimos assistir de um bom lugar, por muita sorte. Mas achei bastante tumultuado e desorganizado, ainda mais se tratando de um local que o foco principal são crianças. A apresentação, caso não esteja em um bom lugar, fica impossível de ser assistida.
Valor do ingresso de qualquer um dos dois parques por dia: US$ 99,50 o adulto e US$ 93,50, crianças entre 3 e 9 anos.

13.   Décimo Segundo Dia (07/09)

Chegamos à última cidade do nosso roteiro na Califórnia, seguindo pela Pacific Coast Highway. San Diego é a segunda maior cidade da Califórnia e fica bem ao sul do estado, coladinha na fronteira com o México. Devido sua localização, o clima é ameno, e as praias são uma grande atração (são bonitas, mas a água é bem fria!). O centro da cidade fica de frente para a baía, e é onde estão muitos hotéis.
Nossa primeira parada nessa cidade foi a praia de La Jolla, a região mais chique da cidade. Essa área é cheia de restaurantes boutiques e lojinhas caprichadas. Mas a atração mais popular por aqui, são as focas e leões marinhos, que tomam conta do lugar. São centenas deles, em seu habitat natural, dormindo, nadando, brincando, brigando…
Ficamos um tempão ali, tentando descobrir quais daqueles animais eram focas e quais eram os leões marinhos. Tem placas no calçadão informando as principais diferenças entre eles, por exemplo: as nadadeiras, que nas focas são pequenas, cobertas de pele e tem garras e dos leões marinhos são grandes, cobertas de pele parecem que são asas. As focas têm um buraco para os ouvidos e os leões marinhos tem orelhas pequenas. As focas são quietinhas e raramente fazem barulho e os leões marinhos estão o tempo todo fazendo barulho.
A praia é própria para o banho, inclusive fomos até o mar molhar os pés e ali a poucos metros tinha um leão marinho dormindo na areia. A água é realmente bem gelada. Depois de caminharmos no calçadão, as meninas brincarem na areia e presenciarmos um belíssimo pôr do sol, voltamos para o hotel.
14.   Décimo Terceiro Dia (08/09)
Sea World, na minha opinião o melhor parque temático. Fomos numa sexta feira e o parque estava vazio, ou seja, foi possível aproveitar tudo sem correria, sem filas, sem tumultos, sem transtornos. Como o clima em San Diego é ameno não sofremos com calor. O parque é calmo, todo arborizado e tranquilo. O SeaWorld é um parque aquático e com shows incríveis de animais. O parque é considerado um dos maiores do mundo e é diversão para todas as idades. O parque possui várias atrações para toda a família como o imperdível show das baleias, apresentações de golfinhos e leões marinhos (que não aconteceu no dia que fomos). Além disso, há aquários com diversas espécies de animais, o oceanário, tanques gigantescos com peixes, arraias e tartarugas marinhas, a gigantesca montanha-russa Manta, brinquedos e salas de cinema. O parque é bem estruturado, é todo dividido em setores com espaços dedicados à recreação, descanso, shows, gastronomia. Não é exagero dizer que o SeaWorld é um gigantesco aquário, onde é possível encontrar várias espécies de animais marinhos e em alguns dá até para tocar. Os shows são as principais atrações do parque. São incríveis e imperdíveis. Importante pegar um mapa na entrada com informações de horários. Seu planejamento dentro do parque deve ser definido de acordo com os horários dos shows. Isso é muito importante para não perder nenhum deles. One Ocean: É o principal show do parque, é o show das baleias. Blue Horizons: Show com golfinhos, mistura acrobacias, música e diversão. Sea Lions LIVE: Show engraçado com os leões marinhos (não houve no dia que estivemos lá). Pets Rule: Show com diversos animais, como cachorros, gatos, patos e porcos. DICA: Nos anfiteatros que acontecem os shows, é sinalizado os assentos de wet zone, então, caso você não queira se molhar, evite-os, porque realmente molha e molha muito! Sentamos na wet zone no show dos golfinhos, as meninas detestaram, mas eu e o Igor adoramos! O parque fecha, na semana as 17h, saímos de lá e fomos até o Las Americas Premium Outlet. Como lá fechava as 21h, não tivemos muito tempo de passeio, pesquisa de preço e compras. Esse outlet fica na divisa com o México, lá onde o Trump quer construir o muro!
Compramos o ingresso do parque pelo site da Sea World que estava com promoção de ingressos para admissões em dias de semana (segunda à sexta-feira) por US$ 60,00, adulto ou criança (crianças pagantes a partir de 3 anos).
15.   Décimo Quarto Dia (09/09)
Hoje foi dia de explorara um pouco a cidade e decidimos fazer um passeio bem diferente e interessante. Visitar um porta aviões. Na verdade, visitar o maior museu dentro de um porta aviões no mundo. USS Midway é um imenso porta-aviões que por mais tempo prestou serviços para a marinha americana. Eu não tinha ideia da grandiosidade deste porta-aviões até entrar nele e ser surpreendida por um galpão imenso com aviões expostos. Ao entrar lá, um audio-guide é entregue para que se possa conhecer melhor cada parte do porta-aviões. O áudio é narrado por ex-marinheiros que serviram no USS Midway e abrange mais de 60 locais diferentes dentro dele. É interessante passar pelo dormitório (bem apertado) dos marinheiros, visitar as salas de controle e imaginar que aquele lugar era como uma cidade sobre as águas. O local é imenso e é preciso reservar algumas horas para visitar o local. É possível subir no convés com as pistas onde os aviões pousavam e decolavam e ver muitos aviões e helicópteros originais que foram utilizados em guerras e missões para as quais ele prestou serviços.  Imaginar que tudo ali funcionava em questão de segundos e com precisão milimétrica, é realmente impressionante. Só é possível visitar a ponte de comando e o controle de trafego aéreo do navio através de um tour conduzido por ex-veteranos que serviram no navio e que contam detalhes curiosos sobre o mesmo. E essa visita é bem interessante. DICA: Esse tour a ponte de comando e o controle de trafego aéreo do navio é bem disputado, tendo filas consideráveis, então sugiro fazer primeiro essa atividade para depois conhecer o restante do navio. O ticket para visitação ao porta aviões custou US$ 20,00, por adulto, crianças só pagam a partir de 6 anos.
Como tínhamos estacionado o carro no Tuna Harbor Park, bem próximo à entrada do USS Midway, aproveitamos após visitar o navio, para ver e fotografar a grande e famosa estátua –“The Unconditional Surrender”, que fica no parque e retrata uma cena de um marinheiro beijando uma enfermeira, em comemoração ao fim da Segunda Guerra Mundial. Alguns falam que esse beijo foi roubado, outros que foi um beijo apaixonado. A estátua é bem concorrida para fotos.
Continuando o passeio do dia, fomos até o Old Town San Diego State Historic Park. Esse é um dos lugares mais antigos dos Estados Unidos. Foi lá que nasceu a cidade de San Diego. O Old Town San Diego State Historic é um parque histórico onde estão abrigados muitos edifícios históricos do período de 1820 a 1870, tais como:  a Casa de Estudillo, marco histórico nacional de 1827; a Casa de Machado y Stewart, construída no século XIX; o primeiro tribunal de San Diego; a Mason Street School, primeira escola pública de San Diego; a Racine and Laramie, tabacaria do período do século XIX; o San Diego Union Museum; o Museu do Xerife, entre restaurantes e lojas com artesanatos. Visitar a Cidade Velha é viajar no tempo. São mais de 35 restaurantes, muitos deles mexicanos e, claro, muito animados, 17 museus e dezenas de lojinhas.  Em Old Town, a sensação que dá é que saímos dos Estados Unidos e, voltamos para época do Velho Oeste. Eu gostei bastante do passeio.
16.   Décimo Quinto Dia (10/09)
Dia de pegar estrada rumo a Vegas. Mas até chegar na fabulosa Las Vegas fizemos várias paradas. A primeira parada foi em San Bernardino, cidade do 1º Mc Donald’s. Hoje, na casa em frente o local que sediou a 1ª loja do McDonald’s funciona um museu que conta a história do restaurante (entrada gratuita). Lá se encontra embalagens, maquinário, fardamento, cardápio da época e muitos brinquedos (Mc lanche feliz) que foram lançados no decorrer dos anos.
De San Bernardino seguimos até Victorville, onde localiza-se um museu da Route 66. Em frente ao museu há um carro similar ao do filme Carros, visto que a Radiator Springs foi inspirada na Route 66. De lá seguimos viagem pela histórica Route 66. Logo que deixamos Victorville em direção à Barstow, vimos a nossa esquerda o Emma Jeans Cafe, a casa do Brian Burger, onde foi filmado Kill Bill. Só não entramos porque não estava funcionando (só funciona de segunda a sábado). A Route 66 é uma estrada de mão dupla e com pouco movimento, é uma estrada bem reta e ladeada por paisagens desérticas. Um pouco mais a frente encontramos a Oro Grande, que está no percurso do ouro bruto do Oeste. Lá é possível ver árvores artificiais cheias de garrafas de vidro, que geram uma melodia. Mais um pouco a frente, encontra-se a Polly Gas Station, posto de combustível que mantém uma placa com os preços dos anos 50. Ao chegarmos na cidade de Barstowm, seguimos para Barstow Station para conhecer o McDonald’s que funciona em vagões de trem. Rodamos esse trecho pela Route 66, percorrendo 37 milhas. A partir deste ponto, seguiremos pela I – 15.
Após almoçarmos no McDonald’s, continuamos a viagem até a cidade fantasma Calico, a 18 km de Barstow. A cidade foi fundada em 1881 após quatro garimpeiros descobrirem prata em meio a uma região de deserto. Em 1883, a cidade já era a maior produtora de prata da Califórnia. A cidade começou a crescer, foi aberta uma agência dos correios, dois hotéis, três restaurantes, um mercado de carne, um bar, uma escola e algumas poucas lojas variadas. No auge da produção de prata, entre 1883 e 1885, Calico teve mais de 500 minas e uma população de 1.200 pessoas. Porém, a partir de 1890, diante de uma crise econômica, a prata começou a perder o seu valor. Em menos de 3 anos, as minas pararam de funcionar e Calico perdeu toda a sua população. Essa cidade nasceu, cresceu e morreu em apenas 12 anos. Em 1951, um fazendeiro e empresário local, decidiu reconstruí-la e reativar sua memória. Como a maioria das edificações estavam danificadas ou destruídas pela ação do tempo, ele mandou restaurar os edifícios principais como eram originalmente (baseado em registros da época). Em 1966, após reconstruir a parte principal da cidade ele doou-a para a cidade de San Bernardino. Hoje a cidade é apenas um parque turístico, funcionando como uma ghost-town, não existem mais moradores em Calico, só estabelecimentos comerciais para atender a turistas, como restaurantes, bares e lojas que ainda mantém o clima de velho-oeste. Por a cidade ser um parque temático, o horário de funcionamento é de 9h às 17h. Chegando de carro, se passa por uma cancela, onde é cobrado US$8 para adultos, US$5 para crianças entre 6 e 15 anos, crianças abaixo dessa idade não pagam e U$$ 1,00 para animais de estimação. Após a cancela há um estacionamento, onde ficam os carros e ônibus. Só é possível explorar a cidade caminhando. Chegamos em Calico as 16h e pudemos fazer alguns passeios à pé pela cidadezinha.
É possível visitar vários estabelecimentos da época. Conhecemos o Lucy Lane Museum, o museu da cidade. Ele leva o nome de Lucy Lane, o fantasma mais “famoso” de Calico. Lucy e John, seu esposo, moraram em Calico até seu declínio. Eles eram donos do armazém. Gostavam muito da cidade, mas abandonaram a cidade por não haver mais clientes; a Maggie Mine (Mina Maggie), uma mina de prata original da década de 1880, atualmente a única segura para visitação. Tem 305 metros de extensão. A visita custa US$2.50 para maiores de 11 anos e US$1.50 para crianças entre 5 e 10 e a Calico & Odessa Railroad (Estrada de Ferro) esse trem não é original da época da prata, mas faz um passeio interessante ao redor da colina, mostrando alguns locais históricos (como o cemitério) e equipamentos de mineração que ainda restam espalhados pelo terreno. O passeio dura cerca de 10 minutos e custa US$4 para adultos (11 ou mais) e US$2 para crianças (5-10). Há ainda outras atrações na cidade para fazer, porém por falta de tempo não as fizemos. São as: Mystery Shack (Barraco do Mistério é um show de ilusionismo e mágica. Valores: US$2.50 para maiores de 11 anos e US$1.50 para crianças entre 5 e 10. e Gold Panning Adventure (Filtração de ouro) atração que ensina a extrair prata e ouro, utilizando processo como os utilizados no século XIX. Valores: US$2.50 para maiores de 11 anos e US$1.50 para crianças entre 5 e 10 anos. Eu gostei bastante do passeio e indico. É uma oportunidade de conhecer uma cidade fantasma e as meninas se divertiram passeado e imaginando a vida dos moradores da época. A localização da cidade, no meio do deserto, rodeada por morros de pedra avermelhada, e com o vento soprando, são um convite a deixar nossa imaginação viajar por aquelas ruas, e nos dão a estranha sensação de que alguém nos observa.
Após visitar Calico seguimos pela auto-estrada I-15 em direção a Las Vegas, a estrada é reta e a velocidade é controlada por radar. Antes de chegar em Las Vegas fizemos uma última parada, em Primm, no Fashion Outlet, infelizmente quando lá chegamos já passava das 19h e o outlet fecha as 20:00, mas ainda assim deu para fazer umas comprinhas para as crianças. Chegamos em Las Vegas as 21:00. Las Vegas tem uma grande oferta de hotéis, os valores de hotéis são muito baratos, em relação a todos os outros destinos da nossa viagem. Aproveitando uma superpromoção no booking.com, fizemos nossa reserva no Circus Circus Cassino e Hotel. Confesso que estava meio receosa com o hotel, mas fui surpreendida positivamente. Apesar do hotel ser um pouco antigo e não ficar tão próximo da parte mais badalada da Strip, eu gostei da experiência. Achei o valor justo, pela localização, atendimento e serviços. Os quartos são limpos, bem conservados, e longe de barulho.  O hotel é enorme, para irmos da recepção ao nosso quarto foi preciso solicitar um mapa. Ele é dividido em torre de cassino e torre das acomodações. A torre do cassino é bem grande, e nela você encontra além do cassino, restaurantes, cafeterias, sorveterias, lojas de souvenir, joalheria, parque de diversão (inclusive com montanha russa), parque aquático e local de apresentação de shows na temática de circo, como acrobacias, show de palhaços, mágico. Os shows duram em torno de 5 minutos cada apresentação, sendo a programação a cada hora, a partir das 11:00 e finalizando às 22:00h, diariamente. O parque de diversão e o parque aquático só funciona aos fins de semana.

17.   Décimo Sexto Dia e Décimo Sétimo (11/09 e 12/09)
Começamos o dia fazendo o tradicional passeio ao famoso símbolo Welcome To Fabulous Las Vegas, que é marca registrada da cidade. O endereço é 5100 Las Vegas Boulevard South. De lá fomos passear pela cidade. Se eu tinha me impressionado com o tamanho do hotel que estávamos hospedados, fiquei impressionada com todos os hotéis da cidade. Impressionante como são grandes e suntuosos. Os hotéis basicamente seguem uma temática, por exemplo, o Paris é replica da cidade com seus pontos turísticos de mais evidencia, como a Torre Eiffel e o Arco do Triunfo.  O Venettian, evidencia a praça de San Marco, oferecendo passeios de gôndola (custo de US$ 20,00 por pessoa), a ponte Rialto, e assim são a grande maioria dos hotéis.
Visitamos alguns hotéis e caminhamos pela Strip (de carro e a pé). Confesso que andar a pé em Vegas é difícil, só mesmo por dentro de hotéis, porque o calorão não perdoa. Vimos a dança das águas na fonte do Bellagio, vimos o vulcão entrar em erupção no Mirage Hotel, escutamos gondoleiros cantar enquanto faziam passeios em suas gondolas nas águas do Venettian. Almoçamos em uma das torres do Ceaser’s que é shopping. Conhecemos a M&Ms Store, onde assistimos uma apresentação de filme em 3D. Fizemos compras em lojas e outlets. Não assistimos nenhuma apresentação do Cirque du Soleil porque só é permitido a entrada de criança a partir de 5 anos.
Acho que aproveitamos bem a cidade. O nosso intuito independente de estarmos com crianças não seria jogar, tampouco curtir a night. Acho que Las Vegas é um bom destino para todas as idades, porém, a curtição é diferente.

18.   Décimo Oitavo Dia (13/09)
Dia de voltar para Los Angeles, pois nosso vôo parte no dia seguinte pela manhã. Fim da viagem e eu termino esse relato com uma pergunta da Isabelle: “mas mãe, a gente já vai voltar pro Brasil?”


Saímos de Los Angeles com destino à Fortaleza. Partimos às 11:30 do aeroporto de Los Angeles e desembarcamos em Fortaleza às 15:45, horário local, do dia seguinte. Conexões em Cidade do Panamá, no Panamá e Rio de Janeiro (Galeão). Totalizando quase 25 horas de voo novamente. Em ambos os percursos, as meninas me surpreenderam, deram um show de bom comportamento e resistência. Graças a Deus, a viagem começou com emoção (Maria iniciou a viagem com diarreia), mas finalizamos sem nenhum transtorno. Todo mundo com saúde, nem resfriado pegamos.
Em nenhum momento cogitei fazer essa viagem sem as meninas. Acredito que independente de elas recordarem com detalhes daqui há algum tempo, o aprendizado,                                                          a observação de mundo e espaço, percepção de culturas, comportamentos e linguagens, tudo isso ficará armazenado de alguma forma nas suas lembranças. E eu sigo colecionando momentos e pérolas das crianças. Muito mais que paisagens bonitas, eu vivi momentos indescritíveis. E o melhor da viagem não é o destino, mas o caminho....

Roteiro de Férias pela Califórnia com uma esticadinha em Vegas, escrito por Lívia Lins Torquilho. (28/09/2017)

Muitas dicas do site ideiasnamala.com, da Mari Vidigal.