sexta-feira, 26 de setembro de 2014

À procura da mamadeira

Estou deitada na cama. Isabelle entra no quarto e ao me vê pede pra deitar junto. Após coloca-la na cama, me lembro que ela tomava o leite na mamadeira na sala. E assim começa nosso diálogo:
- Filha, tu tomou teu leite todo?
- Tomei não!!
- E tu ainda quer?
- Quero.
- Então tá, vou buscar tua mamadeira. Onde tu deixou?
- Na sala, em cima da mesa.
Vou até a sala e não encontro. Grito de lá:
- Isabelle não está aqui.
- Tu não encontrou? Pois "pera" ai que vou te ajudar!!!
Logo depois eu falo:
- Pronto achei.
Ela já ao meu lado fala:
- Ah, tu encontrou!!!

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Vamos jogar?

Isabelle chama o pai pra jogar o jogo (da memória) da Peppa.
O pai pergunta:
- Como joga, filha?
Ela responde:
- Com a mão!!!

terça-feira, 16 de setembro de 2014

A bailarina

Entramos no elevador. Percebi que tinha uma mulher vestida com roupas de ensaio de ballet (meias, collant,...). Então falei:
- Isabelle, você sabia que aqui no elevador tem uma bailarina.
Ela olha para a mulher de cima a baixo, analisando.
A mulher pergunta a ela:
- Você faz ballet?
Ela dá um sorriso sapeca e responde:
- Ainda não.
A mulher, surpresa comenta:
- Nossa, ela é muito esperta, fala tudo. Quantos anos ela tem?
Eu indago:
- Tu tem quantos anos, filha?
Isabelle mostrando o dedinho, responde:
- Um!!!

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Disciplinando o papai

Isabelle entra no meu banheiro e percebe que o pai não colocou a cueca no roupeiro, ela logo põe a mão na cintura e comenta olhando para mim.
- O papai deixou a cueca no chão. Isso é muito feio. A Bebé quer ligar pro papai.
Sai do banheiro pega meu telefone e fingindo estar falando com ele fala:
- Papai, não pode deixar a cueca no chão, isso é muito feio. É para levar pra Kébia (Clébia, a babá) lavar, viu? Beijo, Tchau.
E desliga o telefone.

Aniversário da mamãe

Ontem Isabelle acordou e ao me ver logo perguntou:
- Hoje é aniversário da mamãe?
Respondi:
- Sim, filha. Hoje é o aniversário da mamãe.
Ela então ensaia:
"Parabéns para você!", então para de cantar e soltando gritos de felicidades fala:
- Oba, hoje vai ter bolo de chocolate!!! E brigadeiro!!!

terça-feira, 9 de setembro de 2014

A notícia do nascimento

A casa está revirada, há brinquedos por todas as partes. Isabelle parece está tendo crises de bipolaridade, hora é minha doce menininha, em outros momentos é uma menina rebelde e cheia de vontade. Estou exausta.
Depois de vários "não" proferidos e os brinquedos devidamente guardados, deito na cama, coloco Isabelle para assistir Peppa (a porquinha rosa). A paz reina.
O celular toca, é uma mensagem. Uma amiga avisa que a filha irá nascer em uma semana. Uma notícia dessa parece mágica, faz com que eu esqueça todo o caos que encontrei em casa. Olho pra Isabelle deitada ali junto de mim, concentrada. Escrevo, então para minha amiga: "Que maravilha. Você conhecerá o verdadeiro amor. Isso mudará para sempre a sua vida, suas verdades, pensamentos, sua forma de agir. Será a mudança mais louca e feliz da sua vida."
Fico ali olhando para minha menina e lembrando dela pequenininha. Do dia que ela nasceu. Do medo (na verdade estava assustada, mas na hora dá uma paz, uma sensação meio surreal, o medo simplesmente desaparece), e da sensação impar que foi tê-la em meus braços e sentir uma amor tão real, tão palpável e forte que chega a doer.
Lembro da bagunça que encontrei em casa, penso em como é difícil educar e como muitas vezes me sinto esgotada. Mas diante da notícia do nascimento de um ser tão esperado e já tão amado, todo esse caos se torna insignificante. Então percebo de onde tiro força e coragem para enfrentar todas as tribulações do dia-a-dia, reconheço ali olhando para Isabelle o quanto Deus é perfeito, e como ela é um milagre palpável na minha vida, e que não há nada mais importante que a jura que fiz a ela no momento que a segurei nos braços, bem junto ao meu coração, pela primeira vez: vou te amar e te proteger sempre.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Papagaio não!!!

Vovô Torquilho veio nos visitar. Isabelle não para de tagarelar. Eis que o avô admirado com tamanha tagarelice pergunta:
- Quem é o papagaio do vovô?
Ela pensa um pouco e responde:
- A Bebé não é papagaio, a Bebé é inteligente.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Ser mãe



Hoje, resolvi ler relatos de mães e escrever. É bom ler e ouvir relatos de mães, isso nos alivia e nos aproxima.
Eu adoro ser mãe, mas dá um trabalho. Às vezes eu só queria fugir, sair, desaparecer. Mas aí eu penso em todas as coisas boas que a maternidade me proporciona. Que é uma dádiva de Deus experimentar um amor tão sublime e inexplicável.
Neste instante, me recordo dos "chiliques" que Isabelle está protagonizando. Sim, ela chegou no "terrible two" e eu começo a perceber que minha paciência não é muito grande.
Hoje, em casa, após o almoço, fomos tomar banho. O chilique começou para entrar no banheiro, permaneceu durante o banho e continuou após o banho. Após inúmeras tentativas de conversar com ela, quanto mais eu tentava falar, maior era a intensidade do choro. Juro, tive vontade de dar umas palmadas. Mas por uma fração de segundo, acho que fui iluminada e só peguei-a no colo e a abracei. Pronto, o choro parou. E enquanto estávamos enroladas na toalha abraçadas eu só conseguia pensar: "Obrigada meu Deus por tamanha bênção".
Eu estou aprendendo que é muito difícil educar, que muitas vezes dá vontade de fazer vistas grossas. Daí eu penso: que filha eu quero para mim? Eu quero criar um ser humano do bem. Educado, criativo, feliz e saudável. Uma criança que carregará "traumas (do bem)", mas que no futuro agradeça a mim e a seu pai pela sua educação. Que no futuro ela perceba que a mãe dela era uma mulher normal, preocupada em ser uma mãe presente e bacana, mesmo que para isso tivesse de se colocar em segundo lugar.
E esse "se colocar em segundo plano" é quase que o sobrenome de todas as mães. Porque por mais que sempre nos coloquemos em segundo plano, sempre haverá a bendita culpa. Culpa por não ter tempo suficiente, culpa por tantos "não", culpa pelos castigos, culpa, culpa e culpa.
O fato é que ser mãe é uma delícia, uma experiência indescritível, mas não é fácil. É uma tarefa árdua, mas extremamente gratificante. Ser mãe é mergulhar num mar de amor, é conhecer um amor tão forte, tão puro, inocente, suave. Um amor verdadeiro. É maravilhoso chegar em casa e ser recebida com gritos de alegria: "A mamãe chegou, oba!!!". Isso não tem preço, faz com que todo o cansaço e pesar do dia sejam esquecidos.
Uma vez li um relato de uma mãe (que já é avó) em que ela falava a seguinte frase: "No final, você só vai lembrar das coisas boas. Eu sei que houve momentos muitos difíceis, mas eu só consigo lembrar mesmo dos momentos bons." Eu acho que esse é o segredo. A gente cansa, mas esse amor faz a gente se renovar todos os dias, faz a gente querer ser cada dia melhor por esses seres que nos inundam de amor. Isso faz tudo valer a pena.