terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Mães más...

Sobre ser uma mãe má... essa semana a Isabelle me tirou totalmente do eixo. Certo que eu não sou um poço de paciência, mas eu juro que tentei conversar, fazer contato visual (na altura dela), expliquei, argumentei, todas as técnicas de livros... não adiantou. Pus ela de castigo no quarto e fechei a porta, devido aos gritos altos ecoando pela casa. Ela foi pra janela e começou a gritar que estava presa. Se eu fiquei estressada? Fiquei muito puta. Eu fechava a janela e ela abria, me peitando mesmo. Até que não aguentei e dei uma palmada nas pernas dela (minha mão ardeu). Ela parou de abrir a janela, não sei se pela palmada ou se porque o pai chegou nesse exato momento.... O fato é que no outro dia ela acorda e fala: mãe, eu te amo! Você me colocou de castigo porque não me ama? Ao que eu respondo: eu te amo tanto que não irei me perdoar se no futuro você se tornar um ser humano desprezível. Se ela entende? Ainda não... só sei de uma coisa, por trás de uma pessoa educada, há uma mãe levemente surtada.

O Igor quando chegou se deparou com a porta do quarto dela trancada e ela suplicando por ele, a reação dele foi de me criticar e fazer um sermão de como se educa uma criança. Ele chegou quando eu ainda tremia de raiva e frustração. Expliquei meus motivos para tomar tal atitude. Ele, então, foi até a janela do quarto e conversou com ela. Ao sair, disse que fecharia a janela porque ela permanecia de castigo e somente depois que a mamãe (eu, no caso) autorizasse, ela poderia abrir a janela.
Enquanto ele conversava com ela, eu me sentia péssima, uma mãe malvada. Senti culpa e frustração. Onde eu estou errando para esse menina não me respeitar, nem me obedecer?
Ele fechou a janela do quarto e foi pro nosso quarto, ao chegar lá.... Tcharãm... Ela abre janela do quarto, desobedecendo a ordem do pai. Ele ficou irritadíssimo, imediatamente foi até ela e deu uma palmada em sua mão. (Deus que me perdoe) nessa hora, deu até vontade de perguntar "como é mesmo que se educa uma criança"? Quero só saber quem consegue ter êxito e se manter plena aplicando somente as teorias lidas sabe lá Deus onde.
Como dá trabalho criar gente, no futuro, eu espero ser recompensada. Eu não estou criando pra mim, é pro mundo, é minha herança. O melhor de mim. E não falo só geneticamente, mas de tempo, de suor, de trabalho, dedicação, de valores!

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Maria rezando

Todas as noites ao colocar a Maria para dormir a gente reza.
Eu começo: “Papai do céu”, ela completa: “mamãe do céu”, eu falo: “protege”, ela continua: “o papai, a mamãe, a Bebé e a Mamá”, e terminamos: “Amém”.
Esses dias ao colocá-la para dormir pós almoço, fui surpreendida com ela falando: mãe, vamos rezar? Então comecei: “papai do céu”, ela completou: “mamãe do céu, Bebé do céu...” imediatamente eu interrompi, e expliquei que não existe “Bebé do céu”. Não sei se o sono era demais ou se ela realmente imaginou que existia toda a família “do céu”.

Redenção astral

Crianças são seres evoluídos. Acredito que a medida que crescemos somos alterados. O sistema, a sociedade, o meio, nos modifica. Acreditamos ficarmos mais forte, mais inteligentes, porém perdermos as qualidades mais nobres.
Esses últimos dias Isabelle tem me ensinado bastante.
  • Isabelle foi diagnosticada com pneumonia. Enquanto eu procurava uma lógica para ter me antecipado a doença. Ela entendeu o diagnóstico e o tratamento. Nos primeiros dias ela reclamava do gosto do remédio, mas logo percebeu a melhora e se animou em tomar as dosagens corretas. E com amor, cuidado, troca e paciência, ela ficou boa.
  • Isabelle chega no salão e pede para manicure fazer a caricatura dos “pj masks” nas unhas dela. A manicure tenta dissuadi-la. Mas é difícil convencê-la depois que ela toma uma decisão. Ela insiste. A manicure enfim revela que não sabe fazer tais desenhos. Isabelle, questiona o que ela sabe desenhar. A mulher fala que pode desenhar corações, flores, o que ela quiser. Minha menina instiga: “mas esses desenhos até eu sei fazer”. A profissional se sentindo desafiada aceita tentar desenhar os pequenos heróis nas unhas dela. E ficou uma obra de arte. Ambas ficam felizes e realizadas!

Quando a manicure tentou dissuadi-la, eu não gostei da maneira que ela falou, em tom de deboche. Mas a Isabelle não entendeu dessa forma (graças a Deus), ela com toda sua pureza, encantou a profissional e de uma forma doce, porém desafiadora, convenceu a profissional a fazer o que ela desejava. Enquanto elas conversavam, eu apenas observava. Não me meti. Ela foi firme, não se deixou convencer com a opinião alheia. Por fim, conquistou o que queria, com palavras, com carisma, com encantamento. Que orgulho eu tenho dela!
  • Isabelle fraturou o dedão do pé brincando na escola. Quando eu soube que ela teria de engessar a perna só por causa de um dedo, fiquei irritadíssima. Tá, eu não sou médica, eu desconheço os procedimentos. Mas não é exagero? Só por causa de um dedo? E a mãe que sofre por antecipação, já prevê tudo que a menina será privada de fazer. E pensa: “vai passar o aniversário com o pé imobilizado já que serão 21 dias de gesso”? (Não, isso definitivamente não estava nos planos). Ainda bem que em casa temos equilíbrio. Enquanto eu só enxergava o lado negativo (a coceira, o banho, ela não poder brincar no parquinho, não poder dançar), o pai mostrava quão legal pode ser ter uma bota de gesso (poder desenhar, andar com saltinho). Isabelle apenas escutou e observou. No dia seguinte, ao acordar ela foi logo falando: “mãe, no meu aniversário eu não vou estar de botinha. Eu vou tirar um dia antes”. Ela já tinha negociado com o pai.

Eu, no meu instinto de proteger a menina, atropelei tudo, falei o que não devia (na frente dela), não facilitei. Ainda bem que ela tem pai! Ainda bem que somos uma equipe!  Os dias estão passando, ela até agora não reclamou de nada: de incomodo, coceira, dor. Nada! Se adaptou a botinha muito rápido, faz movimentos como se a bota não existisse. O gesso já está todo riscado, enfeitado, e ela está feliz, faceira. E quando eu pergunto se na escola ela brinca no parquinho, já que no recreio os amigos todos fazem uso dele, ela responde: “não, mãe, eu fico na sala brincando de jogos. Eu gosto de brincar com jogos”! Obrigada Isabelle, por facilitar as coisas para mim e pra você! Por fazer de um limão uma limonada! Por me mostrar leveza e alegria até no que não é tão positivo.
E eu sigo tentando aprender a não sofrer por antecipação, a não fazer tantos planos e não querer ser senhora do destino. E eu achando que estava no meu 3º inferno astral do ano (inferno astral de filhos, atingem as mães), acabo de perceber, mais uma vez, paz no caos. Estou na minha redenção astral.
Ela faz cinco anos em duas semanas. E eu tenho a certeza de estar caminhando na direção certa. Reconheço erros, mas sei que há mais acertos. Assim como sei que nesse caminho ainda haverá bastantes tropeços, mas sempre estaremos juntos, crescendo, nos apoiando, aprendendo, ensinando e evoluindo juntos, como família. Cada experiência, cada toque, cada olhar, desde o momento que ela nasceu, hoje é refletida nas suas atitudes. O tempo que investimos, hoje dá frutos. Nós, como pais de primeira viagem, errantes, e sedentos de fazer o melhor, tínhamos muito medo de criar uma criança insegura, dependente de nós. Mas com ela a gente aprendeu que amor em excesso, na formação do indivíduo, torna pessoas seguras, bem resolvidas, independentes.

Lívia Lins Torquilho

10/11/2017

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Apresentação de fim do ano letivo

Quantas duvidas habitam o coração de uma mãe... E o meu coração que estava inquieto, angustiado, hoje acalmou. Há semanas eu titubeava em manter Isabelle na escola dela, ou transferi-la para uma escola bilíngue. Mas hoje após a apresentação de encerramento, meu coração teve a resposta que precisava.
Eu não sou de me emocionar fácil, mas confesso que durante a apresentação tive que me controlar e segurar as lágrimas. Hoje eu presenciei crianças ensinando adultos a serem mais humanos. Foi uma apresentação linda, cantada em libras. Uma demonstração de cuidado, zelo, carinho, inclusão, acolhimento e amor. Um presente! E se às vezes eu duvido de a humanidade ainda ter jeito, hoje eu tive minhas esperanças renovadas. Essa geração poderá sim fazer a diferença no mundo, porque eles já estão fazendo a diferença no mundo de alguém.
Sem palavras para a atitude do Colégio Irmã Maria Montenegro com essa apresentação. Foi uma atitude pequena de inclusão e respeito ao próximo, mas que me trouxe reflexões grandiosas. Que grata surpresa! Hoje eu tenho ainda mais certeza da minha escolha ao optar por esse colégio para ser parceiro na educação e formação das minhas filhas.
Quanto a estudar numa escola bilíngue... ela só tem 5 anos. No momento, eu prefiro investir na formação de um ser humano. Ela terá muito tempo para construir um currículo, a infância não é o momento. O que eu desejo para agora é que ela desenvolva competências humanas. Ela não precisar começar a ser treinada para entrar no mercado de trabalho tão precocemente.

Texto: Lívia Lins Torquilho
23/11/2017

#devaneiosdelivia

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Bodas de cerâmica

9 anos, 108 meses, 3.287 dias, 78.888 horas, 4.733.280 minutos desde aquele SIM! Já habitamos em 3 casas em Fortaleza e 2 em Recife. 10 paises visitados, 10 estados brasileiros explorados. 2 filhas. E eu que sou a louca dos números só não consigo contabilizar a quantidade de memórias que já colecionamos...
Amor, o casamento mudou. O tempo ficou reduzido. As conversas são sempre interrompidas. O foco mudou, as prioridades também. Mas o que não alterou foi o amor. Ah, esse exponenciou.
As declarações de amor quase não existem mais de forma verbal, mas elas continuam a existir no caos da nossa rotina. No acordar no meio da noite e sair de mansinho para acudir uma filha, enquanto o outro continua a dormir. No “ficar com as crianças” para o outro ir para a academia. No preparo da refeição. No convite do jantar à dois. Na comemoração de quando as meninas dormem antes de nós e temos tempo só para nós dois.
Eu te amo todos os dias. Tem dias que só falto explodir de tanto amor, mas tem dias que eu só te amo mesmo. Eu te amo todas as manhãs quando você sai de fininho sem fazer barulho. Eu te amo suado, quando volta da academia. Eu te amo quando você resolve as coisas de casa, quando faz supermercado, quando troca fraldas, quando dá o jantar das meninas, quando leciona a tarefa, quando ensina jogos e quando pacientemente conversa com elas, educando-as, orientando-as. Eu te amo quando você chega do trabalho, principalmente quando chega mais cedo. Eu te amo no meio da noite, quando encosto em ti, e tu me envolve em teus braços. Eu te amo nas decisões do dia-a-dia, quando divergimos e quando concordamos. Eu te amo quando você chega com presentes para as suas três meninas, mesmo não sendo dia especial e você faz ser. Eu te amo de férias, quando a gente sai para desbravar o mundo. Eu te amo na sua preocupação com o futuro e no seu fingir não se afligir com a violência dessa cidade.
Eu te amo, eu te amo e eu te amo, e mesmo que eu já não diga mais isso com tanta frequência, eu continuo te amando. Porque não existe outra pessoa no mundo que me traga mais equilíbrio, paz e sossego. Ao seu lado a vida é mais colorida, divertida, leve e fácil!
Eu te amo do tamanho do universo...
Sua Pequena

Texto: Lívia Lins Torquilho

#devaneiosdelivia

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Hora do almoço

Duas horas de almoço!
Buscar criança na escola, negociar na saída da escola os cinco minutinhos a mais para que ela possa brincar (já que a manhã inteira não foi suficiente). Chegar em casa e administrar o tempo do almoço, colocar crianças para dormir e ensinar tarefa de casa.... Não necessariamente nessa ordem. Na hora do almoço tem reclamação que a comida é ruim, que não gosta da carne, que tem cheiro verde, que blá, blá, blá! A mãe dá a primeira surtada e então a comida passa a não ter defeitos, já que a criança começa a comer tudo, sem reclamações, só do meio pro fim (acho que esquece da surtada) surge a dor de barriga, o sono, a negociação pelo celular (mãe, enquanto eu como, eu posso jogar só um pouquinho?) Aí, vem a hora da tarefa: não quer escrever o nome, nem pintar, finge não ouvir as explicações, não capricha... A mãe surta novamente, e tcharãm: a tarefa é feita em cinco minutos, caprichosamente! Hora de colocar para dormir: mando uma para o quarto, e a outra levo pro outro. Tem dias que 10 minutos são suficientes para ambas dormirem... Pois é, tem dias...
Hoje, eu invoquei todos os santos, todas as almas encarnadas e desencarnadas, espíritos de luz, e amigos imaginários, qualquer ajuda era bem-vinda, não teve jeito! Foram 60 minutos tentando colocar uma criança que minutos antes tinha pedido para dormir. Ela deita ao meu lado e começa a sessão de tortura, belisquinhos e beliscões, eu já sem paciência e vendo que a beliscando de volta não estava surtindo efeito, declarei que o próximo belisco, eu confiscaria a chupeta, e assim o fiz. Adiantou? Adiantou para ela abrir o berreiro e prometer que não me beliscaria mais. Não devolvi a chupeta. Eu sei que tomei a decisão mais complicada para mim, mas a que achei correta, não obedeceu, foi punida. Só que quem foi punida fui eu, porque a menina até parou de chorar, mas enquanto eu fingia/ ou tentava dormir, ela conversava com todas as criaturas que eu tinha invocado, ligava para a Minnie, pegava o travesseiro e montava em cima fazendo de cavalinho, me chamava, fazia carinho em mim, tudo ela inventou. Já sem paciência e surtando (valendo), derrubei todos os oito travesseiros da cama e sai do quarto. Não quer dormir? Pois ok, só sai daí quando acordar, ou quando eu voltar do trabalho. Quando abro a porta do quarto, a outra filha está deitada no chão me esperando para ir deitar com ela! Obrigada, Senhor, pelas duas horas de almoço que não são suficientes para mim!
Sabe aquele emotion do WhatsApp da mulher dançando linda, plena e vitoriosa? Não se encaixa para mim hoje. Sai de casa, com uma dor de cabeça terrível, com duas crianças berrando uma em cada quarto e ambas de castigo, só saem quando acordarem para aprenderem a ter rotina e não perturbar mais minha hora de descanso. Nesse momento, eu clamo ao tempo que dê uma acelerada para que a noite chegue logo e eu possa dormir, de preferência sem crianças a me encher a paciência (que eu não tenho).
Se os meus vizinhos não tiverem filhos, devem me achar a louca, se tiverem me entenderão. Se você que está lendo esse relato, estiver me julgando, vá arrumar uma criança pra cuidar e seja feliz com seus conselhos e pré-conceitos. Agora, se rolou empatia, pode chegar lá em casa nesse horário do almoço que estou aceitando ajuda!
Texto: Lívia Lins Torquilho

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terça-feira, 31 de outubro de 2017

Halloween - Parte 2

Ontem, mandei lanche temático para a Isabelle na escola. Os coleguinhas piraram quando viram o lanche dela e ao buscá-la eles foram logo falando: “Tia, eu adorei o lanche da Isabelle, amanhã vai ter de novo? ” Eu, hoje ao preparar o lanche dela, resolvi aumentar a quantidade para que ela pudesse dividir com os amigos. Uma forma de confraternizar, e ensiná-la a partilhar. No clima de halloween, ela quis ir para a escola vestida de bruxinha, eu a incentivei e o pai, que sempre a leva, foi a caráter (roupa preta e uma capa de drácula). Os amigos dela amaram. Eles ficaram encantados...
Eu sei que algumas pessoas são avessas ao Halloween, por acreditarem se tratar do dia das bruxas, culto à outros deuses... Eu respeito! Mas não aturo, e perde totalmente o meu respeito uma pessoa que ignora uma criança por estar se vestindo de “bruxinha”, que vira o rosto para uma mãe porque esta está incentivando a filha a ser feliz. Porque, na cabeça dessa pessoa, é um culto à bruxaria. Sério mesmo, me tira do sério gente pequena. Não sei se é fanatismo, ignorância ou falta de tolerância mesmo. Como um ser humano que diz amar a Deus, agir com tanta falta de respeito e amor ao próximo. Eu fico aqui rezando por essas “almas penadas” que habitam a Terra. Tolerância, povo de Deus, é disso que o mundo precisa.
O que fizemos hoje ao encorajá-la a ir para a escola fantasiada e distribuir lanches com os colegas, foi ensiná-la a dividir, a fazer uma festa mesmo que sem motivo aparente, foi quebrar a rotina e fazer os dias mais leves e felizes. Foi dividir carinho em forma de doces e travessuras.
Enquanto isso, nós seguimos construindo memórias... Porque de verdade, é exatamente isso que fica.... Retalhos de uma infância feliz! E quando a gente se veste assim e entra no mundo da imaginação, na verdade eu estou emponderando-as. Estou trabalhando a auto estima delas. Minhas meninas podem ser o que quiserem e vestir-se como quiserem, independente de ser convenção ou não. A gente veio para esse mundo para ser feliz, não só para seguir regras, que entenda, são importantes, mas quebrar protocolos faz parte!

Texto: Lívia Lins Torquilho

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Halloween

Halloween - All Hallows' Eve, em tradução livre: véspera de dia de todos os santos! Festa cristã, criada pelo papa no século VIII.
Um dos hábitos mais característicos dessa festa envolvia crianças, elas passavam de casa em casa cantando rimas ou dizendo orações para as almas dos mortos. Em troca, elas recebiam bolos de boa sorte que representavam o espírito de uma pessoa que havia sido liberada do purgatório. Daí a origem da brincadeira: doces ou travessuras.
No século 18, um festival celta (pagão) comemorava o fim do verão, dias de Deus (sol) e da colheita, na noite de 31 de outubro. O ano novo começava em 1° de novembro, e junto dele a chegada da temporada de fome, frio e mortes, devido ao inverno. Com o objetivo de afastar a influência dos maus espíritos que ameaçariam a colheita, a festa era cercada por figuras bizarras e estranhas, e as pessoas se fantasiavam. Para afastar as "almas penadas" que poderiam vir atras dos vivos, os celtas deixavam abóboras nas portas e indicativos de que a casa estava abandonada. E saiam todos para celebrar numa noite com muitas fogueiras (usadas para queimar o joio, como símbolo do rumo a ser seguido pelas almas ou para combater doenças). Era uma maneira de tentar enganar a morte.

Texto: Lívia Lins Torquilho
#devaneiosdelivia

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quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Isabelle e a Pneumonia

Após dias com febre sem cessar, Isabelle foi diagnosticada com PNEUMONIA. Como assim, pneumonia? Pneumonia sem secreção? Mas a tosse dela é seca. Pneumonia não era para ser decorrência de uma gripe mal curada? Faz meses que ela não gripa. Pneumonia em criança não é coisa de mãe displicente? Tudo bem que faz anos que ela não vai ao médico. É certo que eu não sou muito fã de medicamentos, mas cuido das gripes e resfriados.
Eu olho para minha menina adoentada e percebo que essa doença silenciosa fez minha casa emudecer. Os gritos e gargalhadas, que normalmente preenchem a casa de alegria e vida, sumiram provisoriamente. Os sons que invadem a noite são as tosses insistentes de uma criança, seguidas de um chorinho fino, abafado, e o pedido para o pai e/ou a mãe ficarem junto dela. Durante o dia a irmã está sempre por perto, fazendo companhia e servindo-a de água e sucos. Vez por outra ela fala: "Bebé, vamos brincar?", enquanto Isabelle deitada no sofá balança negativamente a cabeça.
Ela já está tomando os devidos medicamentos, sei que logo ela estará bem e com a saúde restabelecida. Por ora, eu me envergonho, por vez em quando, reclamar do barulho e da bagunça que elas fazem, por querer um pouco de silêncio. Hoje, eu só queria chegar em casa e encontrar minha sala revirada, com brinquedos espalhados pelo chão, gritos de alegria a me receber na porta, gargalhadas a ecoar pela casa e crianças pulando no sofá. O desejo de hoje é encontrar duas crianças a brigar e brincar, fazendo barulho até eu cansar. O som da tosse insistente na madrugada, eu gostaria que desse lugar a um leve e tranquilo ressonar. O acordar no meio da noite para a temperatura verificar,  eu gostaria de trocar por beijos, carinhos e desejos de boa noite, e voltar a dormir sem me preocupar. Ah, que saudade que estou do caos que me exaure, mas que faz meu coração tranquilizar.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Completude

Eu era inteira sem ser completa. Eu achava que sim, mas quando vocês chegaram eu percebi que algo que eu nem imaginava me faltava.
Crianças, quanto amor e entendimento, Quanto aprendizado e alegria. A pureza, a bondade e a doçura de vocês me faz perceber o mundo de maneira mais positiva. As pequenas descobertas de vocês me encanta. Acompanhar seus crescimentos me fascina. Vocês são a luz dos olhos meus. O meu caminho mais bonito, o meu sonhar acordada, a minha vontade de voar, meu porto onde posso ancorar, o mar onde posso desaguar. Minhas meninas que com gargalhadas, brincadeiras e palavras sinceras me fazem perceber a beleza e a riqueza na simplicidade de nosso rotina. Me fazem notar no caos da sala bagunçada, das brigas bobas e disputas infantis o quão abençoada e feliz nossa família é. E mesmo quando eu penso em fugir só pra ter um pouco de sossego, eu descubro que no meu coração não há desassossego, porque é com vocês que eu me sinto em paz!

#devaneiosdelivia
#laréondeocoraçãoestá
#there'snoplacelikehome

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Criança (s.f)

Criança é ser sagrado. É anjo sem asas. Uma pessoinha que se lambuza todo ao tomar sorvete e também quando come brigadeiro. É quem adora uma bola, se divertir na água, correr descalço. É quem gosta de brincar, explorar, se fantasiar e vive a imaginar. Não percebe maldade. Trata a todos com igualdade. Não guarda rancor. É um ser perguntador, mas confia sem questionar. Alguém que espalha alegria, contagia com sorrisos sinceros e pequenas demostrações de amor. É quem se encanta com o simples, quem não tem vergonha de ser feliz. É uma criatura autêntica, que fala o que pensa. Ensina adultos a crescer, e cresce rápido demais. É segunda chance, recomeço, esperança de futuro. É pequena no tamanho, mas grande na capacidade de amar.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Uma eternidade para comer

- Isabelle, porque tu demora uma eternidade mastigando?
- É porque a gente só consegue sentir o sabor das coisas quando come bem devagar, entendeu?

#isabelleensina #sabedoriainfantil #achoqueéporissoqueelaémagra

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Isabelle ambientalista

Estava no caixa do supermercado pagando pelas mercadorias, a “caixa” começa a empacotar na sacola plástica. Isabelle começa a fazer sermão dizendo que aquela sacola polui o ambiente, que não era para usar a sacola, que o correto é usar sacola reciclável que se usa muitas vezes e o vento não carrega com facilidade. Eu já morta de vergonha com a minha mini ambientalista fazendo zuada, falei que da próxima vez pegaríamos uma caixa de papelão.

Ao entrar no carro ela ver uma sacola reciclável (embaixo do banco). Ela pegou as mercadorias, colocou todas na sacola e foi devolver para a “caixa” a sacola “poluidora”.

Coleta Seletiva

A tarefa da escola era para identificar as lixeiras de coleta seletiva. Eu a deixei fazer sozinha, sem interferir. Após a conclusão, percebi que ela tinha trocado algumas lixeiras e questionei-a:
- Isabelle, você tem certeza que a tarefa está certa?
-Tenho, eu prestei muita atenção na aula.
- Isabelle, acontece que a lixeira verde é a de vidro e não de papel.
- Mas mãe, a tia colocou uma garrafa na lixeira azul, eu vi!
Eu imediatamente mandei uma mensagem para professora questionando. Infelizmente (ou não) a professora respondeu com um áudio e a Isabelle estava ao meu lado quando eu escutei a mensagem. Imediatamente, ela respondeu por áudio a professora, falando que tinha visto ela (professora) colocar uma garrafa na lixeira azul.
A professora, diante de tanta insistência da menina ficou confusa, antecipadamente se desculpou, caso tivesse feito confusão, e falou que no dia seguinte ela junto com Isabelle iriam verificar se a garrafa estava realmente na lixeira azul.
No dia seguinte, ao buscar Isabelle na escola eu questionei-a sobre a garrafa e ela foi logo dizendo:
- Tu acredita mãe que a “tia” foi lá na lixeira e trocou a garrafa de lixeira, antes que eu pudesse ver?!

Pior que ela quase me convenceu que ela estava certa.... Fui olhar no google.  E eu mostrando pra ela as imagens no google e ela fazendo cara de bunda, como se todo o universo estivesse errado, menos ela!

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Ainda vai tirar onda com a cara da irmã?

Eu e o Igor estávamos conversando na sala, de repente as meninas saem aos gritos do quarto, uma brigando com a outra. O Igor manda cada uma para um quarto, pra ficarem sobre a cama. Gritos de reclamações e choro.
Alguns minutos passam e o silêncio impera.
- Igor, é bom a gente olhar  que a Maria tá fazendo, ela ainda não tem juízo.
- Que nada! Ela tá bem quietinha em cima da cama.
Isabelle grita:
- Pai, a Maria saiu do castigo.
Ele vai até o corredor e vê a pequena com a mão na cintura, na porta do quarto da Isabelle falando:
- Eu saí!!!

Conclusão: Se não tivesse ido tirar onda, a gente teria demorado a perceber a desobediência, perdeu a liberdade em dois segundos!

#Cenasdavidareal #sótemsanta #desantasóonome #quebrapau #irmãs

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

O Inglês

Estávamos na praia de San Simeon, Califórnia. Eu observo os elevantes marinhos na praia, aos montes, brincando, brigando, dormindo e chamo as meninas para observarem. Isabelle está tentando interagir com um esquilo que sai da vegetação. Ela frustrada olha pro pai e fala:
- Eu já chamei, ofereci comida, pedi um abraço e nada, ele não vem.
O pai, muito sábio fala:
- É que tem que chamar inglês!
Maria, que estava ali próximo à Isabelle, imediatamente chama:
- Inglês, vem cá, Inglês!!!

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Cantando em inglês

Estávamos viajando, Isabelle estava cantando super empolgada no carro (em inglês, ou melhor no melhor inglês Isabellês). Eu inocentemente falo:
- Filha, eu não estou entendendo nada que tu está cantando!
- Mãe, é que eu estou cantando inglês, e você não sabe inglês!

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Carta à Maria - 2 anos

Maria,

Hoje eu sou só gratidão à Deus. Como me sinto honrada em ter sido escolhida para ser sua mãe. Eu olho pra você e custo a acreditar que um dia tenha duvidado do tanto que eu seria capaz de te amar. Como pude temer e ficar tão insegura com sua chegada na minha vida? Você chegou e tirou tudo do lugar, mudou conceitos, rotinas, relacionamentos. Você me reinventou. Eu sou muito grata a você! Você é minha benção/ milagre em forma de gente. Você é o meu mar de amor, que inunda a minha vida. Tão pequena e tão intensa!
Maria, você é a luz da minha vida. Você ilumina tudo. Sua alegria genuína contagia, sua energia e vitalidade transbordam, sua sagacidade me emociona. Minha menina, você me ensina tanto, todos os dias. Como eu sou feliz por te ter na minha vida. Minha Maria, minha tão desejada e esperada Maria. Minha segunda filha, minha caçula. Uma menina doce e dona de uma personalidade tão própria. Tão implicante e tão carinhosa. Tão independente e tão "grudinha". Minha menininha que adora um colinho, um beijinho, um carinho. Ah Maria, eu olho pra você e me emociono com tamanha perfeição. Como pode ser tão linda, tão perfeita (em todos os sentidos)? A menina que veio tão sob medida para mim. A garotinha que tanto chama por mim, tanto colo me pede, tanto me belisca e acarinha. Às vezes, eu canso de tanto grude então lembro que essa fase logo passa e me entrego, curto, e tento guardar esses momentos tão nossos na memória.
Como eu gosto de te ouvir cantar, te escutar tagarelando, me divirto observando você repetir feito uma papagaia a Isabelle. Me acalma escutar sua respiração enquanto dorme. O som da tua gargalhada afaga minha alma.

Meu Deus, me orienta, me guia, me ilumina, para que que saiba educar essa menina. Dá a ela saude, vida leve, florida e rica em benção. Que nada endureça seu coração. Protegei-a de todods os males. Que ela siga sempre no caminho do bem, espalhando alegria, amor e boas energias. Amém

Com amor,

Mamãe.

#devaneiosdelivia

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Trinta e seis

Durante algum tempo, eu neguei a minha idade, neguei tanto que, de verdade, esqueci quantos anos tinha. Mas já faz um tempo que aceitei. Não me acho velha, mas sei que não sou mais tão jovem. Hoje, não só aceitei como tenho orgulho do que eu me tornei, do que conquistei, das bênçãos que ganhei.

A minha certidão de nascimento revela que nasci há trinta e seis anos, mas às vezes eu duvido. Não tenho maturidade pra tanto. Tem dias que me sinto com seis, outros, com vinte e seis e há dias que penso ter oitenta e seis. Tenho o sorriso dos dezesseis, a sinceridade dos três, a curiosidade dos seis, a sagacidade e a vitalidade dos quinze, a empolgação dos vinte, a serenidade dos trinta. Já não tenho a teimosia dos quatro, a rebeldia dos treze, a inquietude dos dezesseis, os cabelos dos dezoito, a pele dos vinte e dois, o corpo dos vinte e cinco. Mas quer saber? Aprendi a me aceitar, a me respeitar, a me perdoar. Embora tanto ainda tenha a aprender, a conquistar, a celebrar...

Tenho sede de viver, quero o mundo conhecer
Sonhos realizar, gargalhadas espalhar,
Sorrisos receber, amigos (re)conhecer.

Minhas meninas quero ver crescer,
Grandes mulheres se tornar
Uma família formar, se isso as realizar
Mas sem nunca esquecer que uma mãe a interceder sempre por elas estará.

Meu Senhor, muito obrigada,
Pelo dom da minha vida,
Pelas bênçãos que, diariamente, a mim são oferecidas.
Também quero agradecer
Por pai, mãe e irmãos tão amáveis, disponíveis e presentes.
Embora sejamos tão diferentes
A eles sempre posso recorrer.
Um marido parceiro, Tu pra mim escolheu
Uma família estruturada com filhas amadas, Tu, gentilmente, nos concedeu
Hoje eu sou só gratidão
Por tanta gente querida,
Que habita no meu coração
E que deixa minha vida muito mais leve e colorida.

Se não for abusar, humildemente, quero Te suplicar
Saúde, paz, proteção e sabedoria
E que a fé nunca venha me faltar
Dá-me uma vida plena, longa e abundante em alegria
E que Tua luz seja sempre o meu guia.

#devaneiosdelivia

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Cento e cinco minutos

Cento e cinco minutos tentando colocar uma criança para dormir... Cento e cinco minutos!
Cento e cinco minutos de sessão de tortura, sim, porque a pequena Maria só sabe dormir beliscando o ser humano que a coloca para dormir, mas não é um belisco ingênuo, indolor. É um belisco daqueles fininhos, que deixam a região beliscada bem roxinha.
Cento e cinco minutos de MMA, porque rolou chutes nas costelas, cotoveladas no rosto, cabeçada na barriga, puxão de cabelo, bunda no rosto, mas beliscos, e quando eu achava que já tinha rolado de tudo, eis que ela levanta do nada e senta em cima de mim, acho que pra me finalizar.
Cento e cinco minutos de perninhas que não param quietas, que só podia estar fazendo alongamento, Estende, alonga, flexiona, respira, relaxa e começa tudo outra vez.
Cento e cinco minutos e ela canta, conversa sozinha, reza, belisca mais um pouco, se distrai com a escuridão, apoia todo o seu peso sobre o meu peito (peito mesmo, mães não tem seios), faz casinha com travesseiros, destrói a casa, joga os travesseiros no chão, desce da cama, chora para subir... E eu que normalmente me faço de morta, perdi a paciência, gritei, contei até três e mandei não levantar mais e não encostar mais em mim.
Cento e cinco minutos e pronto, se rendeu e dormiu!

#devaneiosdelivia

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Abraço

Abraço é laço
É sorrir com os braços
É acolher a alma
É se entregar com calma
Abraço gostoso é abraço apertado
Daqueles que sufoca e deixa o outro esmagado
Abraço de aprovação, de aceitação
O olhar que abraça dando força e motivação
Palavras que abraçam com carinho
Daquelas que demonstram que não estamos sozinhos
Tem abraços que faz levitar, emocionar e até dores e cansaço sarar
Na lista dos abraços, não posso esquecer
Daquele que faz o coração forte bater
Que faz até tristeza desaparecer
Há ainda o abraço de amigo, que é abrigo
O abraço de amor, que faz sentir um agradável calor
Abraços que selam paz, que alivio ao peito trás
Abraço por convenção, mas que também toca o coração
Abraço para matar a saudade, e devolver a serenidade
Tão bom se sentir abraçada, acolhida, querida
O abraço é bem isso, mesmo à distância deixa a alma aquecida.

#devaneiosdelivia

Caminho certo?

Mais uma vez, chilique, manha, birra. Eu me abaixo, faço contato visual, converso, explico, tento ser razoável. Ela parece querer me testar. Eu não cedo a seus caprichos. Me viro e sigo meu caminho. Hoje de manhã foi assim...
As vezes eu acho que estou fazendo tudo errado, não sei se tenho vocação para essa tal maternidade.
Mais tarde, leio o jornal: ataque terrorista, uma pessoa jogou o carro contra uma multidão. Matou dezenas, feriu quase uma centena. O ser humano matando seus semelhantes, por ideologias que não justificam. Foge ao meu entendimento.
Sabe Isabelle, eu não sei se estou agindo da forma correta nessa função de mãe. Para falar a verdade, a maior parte do tempo eu me sinto perdida, não existe um manual, uma receita, instruções a seguir, eu estou aprendendo com você, com sua irmã. Se hoje eu sou dura com você, se sou uma mãe chata, é porque eu tenho que impor limites, e educar é isso: ensinar, transmitir conhecimentos e comportamentos, instruir.
Hoje a mamãe ficou zangada, bem zangada com seu comportamento. Você percebeu o quanto a mamãe ficou triste e desapontada. Eu jamais irei brigar com vocês, e depois ficar beijando e abraçando como se nada tivesse acontecido. Vocês tem que aprender e entender que para cada ação há uma reação.
Hoje quando vi no jornal a notícia do atentado, lá longe, noutro país, eu tive certeza: sim, eu estou no caminho certo. Eu estou formando e criando seres humanos humanos, pessoas de bem, pessoas que saberão respeitar. Gente que fará desse mundo um lugar melhor. Hoje eu poderia ter cedido aos seus caprichos, ter escolhido a batalha mais fácil, ou não ter escolhido, ter me omitido. Mas sabe o que acontece? Uma vez eu escutei uma frase que diz: "quem não faz um filho chorar, um dia vai chorar por ele." Eu prefiro fazer vocês chorarem. Tenha certeza, é a minha forma de dizer o quanto eu amo vocês, amo tanto que não me perdoaria ter perdido a oportunidade de lapidar jóias tão preciosas.
Hoje eu vou dormir chateada: com você, pelo seu comportamento; comigo, pela frustração na educação (só queria que não demorasse tanto a ver os resultados); e com o mundo, pela total falta de amor.
Amanhã, será um novo dia. Novos começos, novos aprendizados, nova chance... Esperança é isso que nos move. Por um mundo com mais amor, por favor!


#devaneiosdelivia

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Dia dos pais - Homenagem Papai

Papai, hoje sou tão pequena
Mal sei como me comportar
Mas tu, de forma doce e serena,
Estás sempre a postos pra me ajudar.

Tu és meu príncipe, meu super herói
Meu melhor amigo
O abraço que é abrigo
O cara que lembranças felizes comigo constrói.

Tu és bravo, com mansidão.
É a luz no meio da escuridão.
És minha segurança, a minha total confiança.
O meu exemplo,
Aquele a quem contemplo.

Espero contigo sempre contar
O meu caminho me ajude a trilhar
Te quero sempre perto pra me guiar
E se no futuro, teus passos não seguir
Apoie-me, e me ensine a nunca desistir.

À ti, toda admiração
Da tua mais perfeita criação
Feliz dia dos pais
Das filhas que te amam cada dia mais,

Isabelle e Maria.

Dia dos pais... Homenagem vovô

O vovô é um cara bem legal,
Ele trata todos os netos de maneira igual
Ele sempre tem histórias pra contar
Da sua trajetória que nos faz orgulhar
Nos almoços de domingo,
Suas músicas nos faz escutar
Ele sempre tem um mimo para nos presentear
Ele é um bom amigo,
Nele eu posso confiar
Abraços e beijinhos, aos netos ele não deixa faltar
Fotos comigo ele adora registrar.

Aceite esses versinhos,
Feitos com muito carinho
Pra demonstrar o nosso amor e ternura,
A esse avô que é uma figura
Das netas queridas e sempre acolhidas,
Isabelle e Maria



#devaneiosdelivia

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Dicas de Isabelle para o pai

Passa na TV um comercial de perfume, Isabelle menciona que o pai tem um igualzinho. Eu digo que é o perfume que mais gosto. Passam alguns dias...
O pai entra no banheiro e abre o armário que tem os perfumes. Isabelle que o seguiu, aponta para o perfume e fala:
- Sabia que esse perfume é o que a mamãe mais gosta?
- Tem certeza? É que esse perfume é do papai.
- Eu sei que esse perfume é seu. É que ela adora quando você passa esse. É o que ela mais gosta. Se eu fosse você usava todo dia.


#dicasdeIsabelle #parecequeprahomemtemquedesenhar #mulheresjánascemespertas

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Errei, pedi desculpas e ela me acolheu

Em um momento de estresse falei o que não devia, fui grosseira e mandei as meninas saírem do meu quarto. Alguns minutos depois, me arrependi, chamei Isabelle (Maria já tinha dormido) e pedi desculpas, falei que tinha falado o que não devia porque estava irritada. Ela me olha, me abraça e diz:
- Não tem problema, mamãe, eu te amo mesmo assim. Eu sempre vou te amar!



#devaneiosdelivia

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Mini eu

Por tanto tempo olhei pra ela procurando algum traço meu. O nariz que fosse, os cabelos que cacheiam nas pontas, o formato das unhas, qualquer sinal que a associasse a mim.
Outro dia, após me irritar com ela por tolices, pus me a observá-la e naquele momento parece que me tiraram uma venda, vi uma mini-Lívia. Traços meus tão evidentes. Eu, totalmente exposta, desnuda. A personalidade tão parecida, os trejeitos, jeito de falar, maneira que reage a determinadas situações.
Entendi o porquê de me irritar tão facilmente com ela. Minha pequena criatura evidencia meus defeitos mais latentes. Ela me faz encará-los. Também reconheço qualidades minha nela. Ah, mas são os defeitos que me incomodam e me tiram do sério!
E eu que só queria que ela tivesse o meu sorriso, ou a cor dos olhos, ou a cor do cabelo...

#devaneiosdelivia

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Laços e Nós

Eu olho para elas e vejo laços...
Na cabeça, na roupa, no sapato, nos brincos, nos braços...
De fita, de cetim, de ouro, de aço
Visível, invisível, no papel, no sangue, no espaço.

No carro, olhando pelo retrovisor, eu vejo laços
De mãos dadas, os dedos em entrelaço
Na sala, ao brincarem, eu vejo laços
Existe afinidade,
Brincam em harmonia; há sintonia
Elas estão construindo uma amizade
Na cama, ao dormirem, eu vejo laços
São corpos entrelaçados, as pernas emaranhadas, respirações cruzadas
E quando seus corpos juntam num abraço,
Ali, também eu vejo laço.

Observo-as e percebo nós
Traços de nós
Nós, o nó...
Sem embaraço
Juntos num enlaço
Nó forte pra não soltar,
Nó delicado para não machucar, não sufocar, não apertar
Nó bonito, feito pra enfeitar.

Duas pessoas, dois pedaços
Unidos formam laço
Laço que se entrelaça
E cria outros laços.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Sol fonte de vitamina

Sobre aquele frasezinha super conhecida que é mais ou menos assim: “... tudo o que você disser poderá ser usado contra você...” Pois é, eu pensei que fosse só coisa de filme, mas eis que sábado, eu estava na Beira Mar, de manhã, com as crianças, Isabelle se senta num banco, no sol. Sugiro que ela saia dali que o banco deve estar quente e ela me fala:

- Não é você que diz que o sol tem vitamina? Então, estou no sol, tomando vitamina!

#pérolasdeIsabelle #piorqueelatácerta #esponjaqueabsorve #possofalarnadaquegrava 

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Inferno astral - Aniversário

Eu amo meu aniversário, sou igual criança, conto os dias para o grande dia! Não comemoro com festas, mas me presenteio fazendo algo ou conhecendo algum lugar inédito. Mas todo ano, próximo ao meu aniversário, é a mesma coisa! Eu começo a dar defeito. Meu humor muda, fico chata nível máximo, sensível, qualquer coisinha é uma coisona, fico meio desmotivada, acho até que minha imunidade cai.... Enfim, minha energia muda. Achei que fosse tensão pré-aniversário... 
Fiquei pensando sobre o assunto e cheguei a seguinte conclusão: deve ser porque todo ano temos um resultado a alcançar, de aprendizado e situações para evoluirmos, e a medida que os dias vão passando a meta deve que ser batida. Olha a lógica, a meta tem que ser batida. É como se o universo percebesse que há o risco de não atingir o objetivo, e com a proximidade da data, um alerta é emitido, se não foi feito o suficiente durante os 320 dias tudo tem que acontecer no prazo restante de 45 dias. Meio que uma corrida contra o tempo, vale tudo pra bater a meta!
Eu sei que é um pensamento meio maluco, mas pra mim faz muito sentido, porque tudo acontece no mês anterior ao meu aniversário.
Então eu descobri que minha tensão pré-aniversário se chama inferno astral! Eu sabia que tinha uma explicação... Fui ler sobre, e não é que descobri que está tudo ligado mesmo... Dizem que o aniversário funciona como um carregador de bateria, para termos energia suficiente para vivermos mais um ano. O carregador são todas as energias positivas, desejos de felicitações, abraços, demonstrações de carinho que recebemos no nosso dia. E o inferno astral acontece porque estamos realmente descarregados, pois a nossa ultima carga “da bateria” aconteceu há 11 meses...
Portanto, está decretado, esse ano, me mandem muita, mas muita energia positiva para que a minha energia aguente por 12 meses.... Quero de presente, só pensamento positivo, desejos sinceros e de preferência, muito bons....

#devaneiosdelivia
27/07/2017

Travessuras x missa

Estávamos chegando no prédio, Isabelle avista a Comunidade Católica que tem missa aos domingos (em frente ao prédio), e pergunta:
- Tem missa hoje?
- Não, porquê?
- Eu estou precisando ir à missa!
Eu respondo:
- Isabelle, todos precisamos ir à missa.
O pai completa:
- Mas pelo jeito, a Isabelle precisa mais que todo mundo!

Será que ela aprontou?

Esse fato aconteceu na semana passada, mas poderia ter sido hoje.

Em tempo: Como a babá não tem autoridade para colocar as crianças de castigo, e muitas vezes ela recorre a televisão para entreter as crianças enquanto faz algo na cozinha, ela teve a ideia de quando Isabelle faz algum mal feito sintonizar a TV no canal da Canção Nova, quer seja para assistir missa, ou assistir algum programa religioso. Ela inclusive já explicou pra Isabelle que devido ao mal comportamento ela deve rezar para pedir desculpas ao Papai do Céu. Eu adorei a ideia, pois não deixa de ser educação religiosa.

terça-feira, 25 de julho de 2017

Vovô e Vovó

A minha vó é muito linda e querida
Ela deixa eu correr, brincar, pular e até a cama bagunçar
Ela sempre está à postos para me mimar, histórias contar e até me aconselhar
Na rede gosta de me balançar
E nos seus lençóis me enrolar.
Ela fala manso feito passarinho
Na sua voz tem muito afeto e carinho
Ela tem cheiro flor,
Tenho certeza que ela é feita de puro amor.

O meu vô é muito esperto
Que sorte tê-lo sempre por perto
Ele adora me beijar
A ele um sorriso vou dar
Pra de mim ele com ternura lembrar
Espero que quando ele for viajar
Peta, canjica, biscoito, pra mim ele não esqueça de comprar
O vovô sempre faz festa
Pra essa neta linda, querida e (pouco) modesta.

Que maravilha a companhia desses avós desfrutar
Amor demais eles têm para extravasar
Sem o ônus de educar.
É muito bom suas casas frequentar
Das suas guloseimas provar
Travessuras aprontar
Sem receio de de castigo ficar.

A eles toda a minha admiração
Por toda uma vida de dedicação
Eu os agradeço de todo o coração
Por tanto amor, cuidado e atenção!

À Deus peço um favor
Dá a minha vó e ao meu vô
Vida longa, saúde e paz
E que o tempo, embora fugaz,
Nos deixe viver inesquecíveis momentos
Repletos de encantamento.

Homenagem do dia
Para esses avós queridos que enchem nossa vida de alegria
Com amor, Isabelle e Maria.

#devaneiosdelivia

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Ser feliz despenteia

Todo dia, ao buscar Isabelle na escola, eu a encontro bem no estilo "voltando da guerra", toda suja, cabelo desgrenhado, o sapato com um quilo de areia... eu fico me questionando porque minha filha não volta pra casa como a maioria das meninas: cabelo impecável, farda limpinha, cheirosinha!
Hoje, ao vê-la brincando no parque, descabelada, suada, mas com um sorriso que emoldurava seu rosto, eu entendi que ser feliz despenteia. É como dizem por aí: "o que é realmente bom nessa vida, despenteia... Fazer amor, despenteia; gargalhar, até a barriga doer, despenteia; viajar, voar, correr, banhar-se no mar, no rio, na piscina, despenteia; tomar banho de chuva, despenteia; dormir, despenteia; brincar, despenteia; beijar, verdadeiramente, despenteia; cantar até perder o fôlego, despenteia; dançar até duvidar se foi uma boa ideia, deixa seu cabelo irreconhecível"...
Ali, eu entendi, ao olhar pra minha menina, o quão feliz ela é. Eu vi seu sorriso, sua felicidade estampada no rosto, sua energia e saúde em forma de suor, e eu percebi que o cabelo bagunçado, era um mero detalhe, algo que diante daquele momento me passou despercebido.
Isabelle, despenteie-se, mas me faça um favor: seja feliz!
Seja feliz e não se importe com convenções, com aparências, porque, de verdade, o que torna uma pessoa bonita, é a felicidade! De nada adianta estar impecável, bem vestida, cabelo arrumado, maquiagem perfeita, banhada a ouro, se no íntimo você não se sentir, não se perceber bonita.
Obrigada, minha menina, por me lembrar de deixar a vida me despentear!

#devaneiosdelivia

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Aqui dentro há paz!

Lá fora o barulho, o trânsito, a insegurança, o caos...
Aqui dentro, a paz.
Na minha mente um turbilhão de pensamentos,
Ao meu lado; a respiração calma, o semblante sereno.
Eu sinto o toque suave das mãos,
O ritmo desacelerado de um pequeno coração.
Ah se eu pudesse, eu pararia o mundo inteirinho
Só pra ficar aqui, a contemplar esse rostinho.
E dessa paz desfrutar,
Só mais um pouquinho...
(O mundo eu não consigo parar
Ao trabalho eu vou voltar
Uma foto ei de tirar
Para de lá te olhar
 E dessa paz novamente gozar)...



#devaneiosdelivia

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Carta aos vizinhos - Isabelle

Caros vizinhos,

Eu queria me desculpar porque, às vezes, minha filha dá um escândalo durante a aula de natação. Ontem foi um desses dias. Eu vi que muitos de vocês foram até a varanda observar o motivo de todo aquele choro. Vi no olhar de vocês o julgamento para a mãe da criança. Confesso que minha vontade era de tirá-la dali e levá-la para casa, mas não, eu não fiz. Mesmo vendo no olhar, de alguns de vocês, reprovação. mesmo percebendo que vocês, no fundo, queriam que eu controlasse aquela criança e a fizesse parar de gritar.
Eu fiquei ali, observando o professor tentar dar a aula, tentando fazer o seu trabalho. Fiquei olhando e mentalmente me desculpando com ele por todo aquele mau comportamento dela e por todo o julgamento que vocês, vizinhos, também deveriam estar fazendo a ele. Certamente, pensando que ele deveria estar maltratando a criança. Não se preocupem, ele não estava.
Eu infelizmente não consigo controlar a minha filha. Eu permaneci durante toda a aula observando-a e tentando fazer com que ela se acalmasse. Eu não sei se fiz certo em ter obrigado-a a fazer a aula. Mas não acredito que ceder aos seus caprichos fosse a solução.
Ela só tem 4 anos, e ainda não sabe se comportar e nem mesmo identificar e expressar totalmente seus sentimentos e emoções. Eu estou tentando ensiná-la a fazer isso, mas isso leva um tempo, eu estou formando um pessoa, e essa tarefa é bem difícil. Ela não é um computador que eu só programo com comandos e ela prontamente atende. Pode levar um tempo até que minha filha se comporte de acordo com o padrões que a sociedade define como certos. Por isso, mais uma vez, eu me desculpo.
Eu estou fazendo o melhor que eu posso, eu irei dizer "não" a ela um milhão de vezes, se preciso for, mesmo que isso incomode os outros. O que vocês, estimados vizinhos, testemunharam não foi uma mãe "carrasca" que obriga a filha a fazer o que não quer, foi uma mãe tentando fazer o certo, tentando disciplinar a filhar, tentando fazer que ela tenha responsabilidade e respeito pelo trabalho do outro. O que vocês observaram, da varanda das suas casas, foi o árduo trabalho de uma mãe se empenhando em CRIAR um ser humano, no literal sentido da palavra.
Mais uma vez, perdoe-nos por todo o transtorno e incomodo causado, peço apenas paciência com minha filha e empatia com a mãe.

#devaneiosdelivia

Lívia Lins Torquilho
07/07/2017.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

O sentido de tudo.

Embora eu tenha alguns arrependimentos, eu faria tudo outra vez. Eu faria as mesmas escolhas, tomarias as mesmas decisões, erraria, acertaria. Faria tudo igualzinho, eu não mudaria uma vírgula da minha história.
Eu refaria os mesmos caminhos, abriria as mesmas portas, tropeçaria nas mesmas pedras. Eu acolheria, eu aceitaria, eu deixaria ir, eu partiria, eu retornaria, eu faria tudo, absolutamente tudo igual.
Foram as minhas decisões, as minhas escolhas que trouxeram vocês até mim, e eu não trocaria por nada nesse mundo. Porque eu amo vocês, desse jeitinho que vocês são, com as qualidades e os defeitos. Eu viveria tudo de novo, só pra ter vocês comigo, só pra tudo ter sentido!

#devaneiosdelivia

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Maria - Um ano e nove meses

Um ano e nove meses. Passou voando, quase que num piscar. Às vezes eu olho pra ela dormindo e me pergunto: “onde eu estava que não vi essa criança crescendo?”Ah, Maria, há exatamente um ano, você deixou de mamar e nosso “grudinho” foi diminuindo, mas só um pouquinho, porque você ama uma “chameguinho.”
Minha menininha, você é tão linda. E tem um sorriso que ilumina o dia, ainda mais quando sorrir fazendo caretinha. É tão tagarela, e imita a irmã em tudo, até nos trejeitos. Ela é sua ídola. Vocês brigam, implicam uma com a outra, mas imediatamente se entendem e aí de quem se mete na confusão de vocês, que sobra pro metido. A parceria, a sintonia, a cumplicidade de vocês me emociona; faz-me perceber que eu estou do caminho certo.
Que Deus te conserve sendo esse sol que aquece e ilumina, esse furacão que não para quieta, essa coisinha linda que encanta e cativa, essa implicantezinha que mexe com todo mundo, essa criatura doce, mas com um toque delicadamente ardido,  essa menininha esperta e sagaz, que tem o olhar extremamente atento a tudo. Que você permaneça determinada, destemida, desbravadora, curiosa, alegre, amada, querida, dengosa, sociável, comunicativa, linda e leve feito a brisa, cheirosa feito as flores e gostosa feito chocolate (ah, porque eu mordo, e eu sei o quanto que tu é gostosa!). Que seus anjos da guarda tenham tanta energia quanto você e que não desgrudem os olhos um minuto de ti.
Ah Maria, que privilégio é ser sua mamãe!
Mamãe ama tu do tamanho do universo!

Lívia Lins Torquilho
22/06/2017.




P.S: Eu não esqueci o “terrible two”, só não quis mencionar que é pra ver se ele esquece da gente e passa direto sem fazer parada prolongada lá em casa. Apesar disso, ela continua encantando e cativando, mesmo fazendo birras.

Birras de Belle

A mãe está exausta...
Ela tenta acertar, mas a menina só faz reclamar.
A menina é geniosa, a mãe, coitada, fica furiosa.
A mãe até tenta falar manso, mas a menina não dá descanso.
Oh menina tinhosa!

A mãe perde a paciência;
Para, pensa, respira...
Conta até um milhão...
Faz uma oração...
Tenta manter a razão.

Coração de mãe também cansa, se magoa, se entristece;
A mãe também chora, e por vezes se emudece.
O pai pensa que a mãe tá fazendo birra,
Por hora, ela só precisa de silêncio, senão ela pira.


#devaneiosdelivia

Par do São João - substituição

Lembra do par do São João da Isabelle? Que seria o Giovane, porque ela dança muito bem e tem muita paciência!!? A mãe dele avisou que ele não irá participar. O que que a Isabelle fez? Escolheu outro par, e não avisou a professora.
- Isabelle, agora que o Giovane não vai mais participar do São João quem será o teu par?
- O Miguel.
- A tia quem falou?
- Não, é porque dos meninos ele é quem dança melhor!!!

#debestanãotemnada

terça-feira, 13 de junho de 2017

Votos de casamento

Namorar é ótimo, mas casar é sensacional! Ninguém muda ninguém, e com o passar dos anos os defeitos ficam cada vez mais aparentes. É preciso um bocado de tolerância, de foco, de sabedoria. O sol nem sempre estará presente, mas é também preciso a chuva para florir. Nem todos os dias serão flores, mas todos os dias é dia de celebrar e renovar o amor. A felicidade por vezes se esconde nos momentos difíceis. E nunca deixem o diálogo e o respeito fora da relação.
O bom do casamento é a rotina. A rotina de dormir com a mesma pessoa, e acordar ao lado dela. A rotina de observar a respiração amado enquanto dorme. A certeza do abraço protetor no escuro da noite, no meio do pesadelo, o encontrar de pés, e carinho de dedos. A rotina do bom dia, mesmo que só com o olhar. A rotina de dividir o banheiro, tomar banho juntos, escovar os dentes, enquanto conversam banalidades. A rotina de tomar café da manhã juntos, mesmo que seja escutando o barulho ensurdecedor da TV. A rotina das brigas banais e de fazer as pazes se embolando no sofá ou na cama, no meio da tarde. A rotina de planejar gastos, de pagar contas, de organizar as finanças, de programar viagens, de fazer mágica para que o dinheiro dê para todos os planos. A rotina de querer voltar para casa e ter sempre com quem e assunto para conversar. A rotina de dividir as tarefas de casa, de dividir a vida, de fazer os programas mais bobos e mais legais e descobrir que a felicidade está no simples. A rotina do hábito, o hábito do amor. A rotina de se encontrar no outro, e mesmo quando tudo está prestes e explodir, encontrar paz e calmaria. A rotina do toque, do abraço, do beijo. A rotina de sonhar, idealizar e recomeçar. A rotina de querer que o amanhã seja igual a hoje, e mesmo que tudo mude, aqui dentro não muda, porque se tem um ao outro, e mesmo quando tudo lá fora for tempestade, o outro te trará a certeza que amanhã será um novo dia, mas só mais um dia dos restos de nossas vidas.

Par no São João

- Isabelle quem será seu par no São João?
- O Giovane (o colega com deficiência auditiva), mãe!
- Ah, é? E ele dança bem?
- Não, mas a tia (Ivane) disse que como eu danço muito bem, eu sou responsável por ensinar ele a dançar! Ela falou que eu vou dançar com ele porque eu sei ensinar e porque eu tenho paciência!

#seeladançabem #eunãosei #masaautoestima #énaestratosfera


segunda-feira, 8 de maio de 2017

Dia das mães na escola

Apresentação da escola, dia das mães... Ela dançou lindamente, com uma desenvoltura, totalmente desinibida, feliz, realizada... Encheu-me de orgulho. Lembrei-me da sua primeira apresentação de dia das mães na escola, dois anos atrás, fiquei frustrada, pois ela não dançou, ficou parada, inerte. Oh tempo, como tu foi generoso. Minha menina tá crescendo, amadureceu. Ela dançou tão lindo! Como ela é diferente da mãe. Não que eu não goste de dançar, mas eu sempre fui tímida nas apresentações da escola, minha mãe também deve ter se frustrado inúmeras vezes... Hoje eu percebi porque tantos pais choram nas apresentações da escola, é uma auto realização, é conquista, é orgulho!
Obrigada Isabelle, você me fez tão feliz.


#devaneiosdelivia #eladançoueencantou #elaébrilhante #elaéartista #minhapopstar #bebelleorgulhodamamãe #orgulhodefine #mamãefeliz

terça-feira, 25 de abril de 2017

Cenas da vida real - Hora de refletir

A tarefa da escola era desenhar a família. A menininha desenha, o pai, a mãe, ela, e a irmãzinha, então, ela examina o desenho recém-criado e conclui desenhando o celular na mão no pai. Esse é o retrato da família que a menina observa.
Hora de dormir, era fim de semana, a mãe já está deitada com a filha mais nova, o pai então resolve deitar com a filha mais velha, todos na mesma cama. Ele anuncia que é hora de dormir. A menina maior reclama: essa luz do celular está me atrapalhando, você não sai do celular, no banheiro fica no celular, se dirige é com o celular, se janta é com o celular, até na hora de dormir não sai do celular. Você é muito “celulazeiro”!
O mal do século, aquele treco que aproxima quem está distante e afasta os próximos! Observar essas duas situações é bem perturbante. É o pedido de socorro e apelo de uma criança. Eu entendo a situação do pai/ mãe que muitas vezes precisam daquele acessório para trabalhar, mas não seria suficiente trabalhar, às vezes, até mais de 12 horas por dia?  Será que aquele assunto urgente que te chama tanto atenção tarde da noite, não pode esperar? Enquanto se está olhando para a tela do celular, a infância daquela criança está passando, será que dará para recorrer à tecnologia para fazer o tempo voltar? Para dar os beijinhos de boa noite, para escutar as músicas, as histórias, para observar o desenvolvimento e as descobertas das filhas que imploram por uns minutinhos de atenção? Não seria o momento de se desconectar para sentir o toque real de mãozinhas que em pouco tempo já não estarão tão afim da sua presença?
Confesso que utilizo bastante o celular, mais até do que necessito. Porém, após o apelo verbalizado e desenhado da menininha, estou tentando diminuir esse uso. Tentando utilizá-lo quando as minhas meninas não estão por perto, estou tentando ser presença e não apenas estar presente. A vida é aquilo que acontece enquanto estamos parados, vidrados na tela do celular. Tenho medo de perder a infância das minhas pequenas, de estar formando pessoas introspectivas, solitárias, instáveis emocionalmente. É preciso viver o mundo real, criar conexões, escutar, tocar, ouvir, brincar, se entregar, construir vínculos verdadeiros e palpáveis. A criança suplica por atenção e afeto, e isso não é difícil, basta desligar o celular e observar a vida sem filtros.
Acredito que a vida era mais interessante quando não se tinha redes sociais. Existia vida! Hoje, ao mesmo tempo, que temos informações em tempo real, observamos pessoas muito mais ansiosas, crianças entediadas (e os pais achando que estão entretidas), relacionamentos vazios, muito “touch” e pouco toque, muitas mensagens, mas pouca saliva. As pessoas preferem estar procurando o melhor ângulo, a melhor pose, tiram uma infinidade de fotos só para postar, esquecem de viver o momento e arquivar na memória. Hoje a “felicidade” está escancarada nos “selfies”, na quantidade de seguidores e curtidas, não há entrega, tudo é muito superficial.
Suspeito que bom mesmo era na época da minha infância, embora minha mãe trabalhasse fora, ela sempre tinha tempo pra gente, ela não era escrava do celular, nem tinha um monte de neura, ninguém a julgava, ela não tirava foto pra postar, nem pra se mostrar, e ela tinha certeza que fazia o seu melhor.

#devaneiosdelivia

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Cama de mãe

Cama de mãe é ambiente sagrado;
É soninho velado;
É dormir despreocupado, sabendo que é protegido por um anjo de Deus escolhido;
Cama de mãe é deitar esparramado, mesmo que ela fique apertada, mas com os braços no filho enlaçado.
Cama de mãe é diversão, proteção e renovação;
Cama de mãe aquece a alma e acalma o coração;
É lugar de união, de confraternização e até de discussão;
Lá é recinto de perdão, oração e muita gratidão.

Cama de mãe é o lugar mais seguro do mundo inteirinho;
É lugar de descanso, é abrigo, é reserva de carinho.
Cama de mãe é abraço apertado, é amor impregnado;
É morada de sonhos, é estranha magia, são doces fantasias;
Cama de mãe é verso, é prosa é rima;
É assunto esgotado, é segredo revelado.

Cama de mãe tem denguinho gostoso, tem toque suave, tem fragrância de flor;
Cama de mãe tem sempre cafuné, tem risadas gostosa, tem histórias engraçadas e cantigas de amor.
Cama de mãe é refúgio e é morada, é lembrança, é segurança;
Cama de mãe é acalanto, é conforto, é alívio santo;
É sustento, é alento;
É aconchego e chamego;
É silêncio, é paz, é cura, é ternura!

Cama de mãe é colo de Deus;
É o lugar preferido dos filhos queridos!

#devaneiosdelivia


quarta-feira, 19 de abril de 2017

Olha o drama...

Após o almoço, levei Maria para dormir e disse para Isabelle ir para o quarto dela dormir. Após 5 minutos, Isabelle abre a porta do quarto chorando e questiona:
- Mãe, você me ama?
Antes que eu respondesse, ela emendou:
- Não, né? Você me detesta! Você não fica mais com a filha mais velha, só com a filha mais nova!!!

Não sei se rio do drama da minha adolescente de 4 anos ou choro por todas as mães que são sempre mal entendidas e mal interpretadas.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Páscoa

Símbolos da Páscoa
- Mãe, você sabe quais são os símbolos da Páscoa?
-Não, quais são?
- O coelho, o ovo, mas o mais importante é a cruz. Porque Jesus morreu e depois viveu de novo. Porque Ele gosta muito da gente.
(Isabelle, 4 anos)


Distribuição de doces
Sempre gostei de presentear as pessoas que gosto e as pessoas que convivem conosco, como uma forma de lhes dizer que são lembradas e queridas. E tento passar esse valor para minhas filhas, pelo menos nas datas comemorativas. Agora, na semana da Páscoa, comprei uns chocolatezinhos e sugeri que Isabelle distribuísse com as professoras da escola, serventes e com o porteiro. Inclusive, ela preparou comigo doces para levar para os colegas de sala.
Ela foi para escola toda satisfeita, distribuiu os doces com os amigos e os chocolates com os adultos. Tão lindo vê-la distribuir doces, sorrisos e desejos de feliz Páscoa. Ela dava chocolates e recebia beijos. Há cada mimo entregue, ela recebia um carinho sincero de agradecimento, então ela exibia um sorrisão, voltava na sacola buscava outro e entregava para outra pessoa, repetidas vezes... E eu observando sua alegria só pensei: “que Deus a conserve com o coração bom, puro, que continue a gostar de dividir, sem pensar em retribuição. Quão abençoados somos, porque mais temos a agradecer que a pedir”. Quando acabaram os chocolates, ela olhou pra mim e falou: as pessoas gostaram né, mãe? Todo mundo agradeceu!!! Você viu como eles ficaram felizes? E eu mentalmente respondi: eu também fiquei muito feliz. Estou educando um ser humaninho que sabe dividir e que em momento algum pensou em ficar com nenhum daqueles chocolates, nem questionou se teria algum pra si.
#devaneiosdelivia


Caça aos ovos
O coelhinho da Páscoa resolveu nos visitar mais cedo este ano, acordamos na quinta feira e a casa estava cheia de pegadas de coelhos e ovos de chocolate. As meninas foram seguindo as pistas (pegadas) e encontraram muitos chocolates. Foi uma alegria que só quem tem criança entende. Depois de comer uns três chocolates, Isabelle diz:
- Mas a Páscoa de verdade não é hoje!
- A Páscoa começa hoje, o Coelho veio hoje porque ele não tem trenó feito o Papai Noel, como ele pula, ele se cansa muito, e tem muitas casas para visitar, então ele tem que descansar. Trabalha durante a noite, descansa de dia.
- Mas a Páscoa é só depois de três dias, quando Deus vive de novo. E na Páscoa de verdade, o Coelho trás ovo grande e ele trouxe ovos pequenos.
- Mas ele trouxe livros de história que tu ama e muitos chocolates, que se juntar tudo dá muito mais que um ovo grande.


#isabellesabida

Monstro Invisível

Estou na cozinha, realizando várias tarefas, Maria começa a mexer na gaveta dos talheres, e eu começo a ficar irritada por haver materiais cortantes e por não estar conseguindo me concentrar nas minhas atividades e nem prestar atenção nela. Depois de pedir três vezes para ela parar de mexer na gaveta e sair da cozinha, grito com ela (leia-se: dei uma surtada valendo). Ela para imediatamente de mexer e começa a chorar, um choro tão sentido... Isabelle que estava na sala assistindo TV, se solidarizou com a irmã e a chamou. Da cozinha fiquei espiando as duas se abraçando. Isabelle, então segurou Maria no colo, ajudou-a a sentar no sofá, e ali as duas ficam quietas, conversando e brincando.

Observação 1: Maria entende tudo que eu falo, tenho certeza que ela  insiste em fazer o contrário à minha ordem pra me desafiar.
Observação 2: Eu sempre achei que quando a Isabelle estava assistindo TV ela ficava absorta, o mundo podia era acabar que ela não perceberia. Descobri que ela é igual ao pai, tem audição seletiva!
Observação 3: Eu não senti culpa, eu senti gratidão ao ver aquela cena. Eu tive absoluta certeza que elas sempre terão uma a outra e que sempre se protegerão, inclusive do monstro invisível que habita em mim que de vez em quando desperta.
#devaneiosdelivia



#mãetambémsurta #monstrosinvisíveisexistem #odespertardomonstro #amomastambémgrito #metiramdosério #elasseapoiam #elasseentendem #elassãoirmãseparceiras #Xôculpa #obrigadaSenhor

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Reedição do amor

O papai tem o costume de toda sexta feira mandar para a Isabelle e pra Maria biscoitinhos e canjica. As meninas adoram (leia-se: Isabelle, até porque a Maria ainda não entende, mas é a que mais come) e elas até esperam por isso, acho que mais pela lembrança do que pelo próprio mimo. Sempre que os recebe Isabelle manda mensagem pro avô agradecendo e acrescenta um “eu te amo, vô... Você é o melhor vô do mundo!” Ela manda a mensagem e fica esperando um retorno (“a ansiosa”). Meu pai fica todo satisfeito com a mensagem e retorna com frases de afeto e carinho.
Essa semana ao escutar a mensagem dele para as meninas fiquei pensando: eu acho que a gente nasce com uma “cota” de “eu te amo” para distribuir. Acontece que muitas vezes a gente engole essa frasezinha, principalmente com os mais queridos. Meu pai deve ter me falado muitas vezes que me amava quando eu era do tamanho das meninas, assim como eu faço com elas, mas eu não lembro... Hoje, é mais raro, não me recordo a última vez (sem mágoas, eu também não falo). Mas o que eu fiquei pensando foi que sorte a delas de ter um avô que as quer bem, que gosta de mimá-las. E que sorte a dele de ter uma nova chance de expressar os seus sentimentos, de demonstrar seu afeto, de esgotar os seus “eu te amo”, se assim quiser.
Que sorte dos avós que não precisam educar, que podem só curtir. Eles demonstram carinho, afeto, amor de uma forma diferente dos pais. Acho que é porque eles sabem quão fugaz é o tempo. É a urgência serena de aproveitar, de se esgotar, de se eternizar. A nós, pais, cabe a responsabilidade de formar, educar, então o amor é demonstrado de uma forma mais comedida, mais controlada. Embora minhas meninas sejam a luz da minha vida, o sol que aquece minha alma, o meu universo particular, e talvez por isso mesmo, às vezes, eu seja tão dura e incisiva com elas. Eu sei que tão cedo as meninas não entenderão essa minha forma de amar, talvez, quando forem mães...
Por enquanto, eu só observo, aprendo e agradeço pela sorte que temos todos de sermos banhado nesse mar de troca de afeto e muito amor.

#devaneiosdelivia

#amorreeditado #ganhamostodos #distribuaeutemo #estouaprendendo #soobservo #sorteanossa


Lívia Lins Torquilho

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Âncoras ou asas

Hoje eu estava vendo um amiga com seu barrigão de 8 meses, ansiosa pela chegada do seu primeiro bebê. Engraçado que nessa fase, a gente tá andando feito uma pata, as pernas são um peso, que parecem que estamos com constantes caneleiras de 5kg. As roupas já não servem e as que servem a gente já enjoou, mas comprar outras pra quê, falta tão pouco. O sono já tá uma merda, não tem posição pra dormir e a bexiga não nos dá trégua. E a retenção de líquidos?
Ao mesmo tempo, a gente se sente plena, apesar estar rechonchuda, os cabelos nunca estiveram tão lindos, sedosos. A pele está um pêssego. Ansiedade a mil, tantos planos, tanta expectativa. Parece que o último mês, demora nove meses... Tão engraçado...
Essa tal ansiedade, junto com a expectativa, e essa louca vontade de fazer logo o tempo passar, não nos permite curtir essas ultimas semanas só nossa. Se as mães de primeira viagem soubessem, de verdade, que ela nunca mais estarão sós, eu acho que elas curtiriam mais, ao invés de se angustiarem tanto pensando num futuro, nos seus bebês fora da barriga.
Eu não conheço nenhuma mãe que tenha se arrependido de ter sido mãe. Mas também desconheço uma mãe que não tenha saudade de quando era só. Saudade do tempo só pra si, saudade de não se preocupar com crianças, com horários, saudade de dormir sem compromisso, sem sobressalto, saudade de si, saudade de uma época boa, da independência. Acredito que por mais planejada e desejada que seja uma gestação, a mulher nunca estará pronta. Por mais que falem, aconselhem e se leia sobre o tema, a real é ainda mais hard! É dureza, mas é bom, não no começo, assim, no começo, comecinho é bom, mas depois fica punk, e quando a gente acha que tá difícil, aí piora, mas aí, a gente já calejou e começa a entender que quem tá na chuva tem que se molhar, e começa a gostar da brincadeira. Mas tem dias que bate uma saudade de tomar banho demorado, ir ao banheiro sem companhia, comer em silencio, dormir até os olhos criarem bico, sair sem destino e sem horários...
Ainda assim eu não trocaria essa minha vida por nenhuma outra antes vivida! Prefiro minhas âncoras que minhas asas.
#devaneiosdelivia

Escolhendo livros

Hoje teve feira do livro na escola da Isabelle. Entregamos uma quantia (dinheiro que ela ganhou) pra ela escolher os livros que quisesse. Quando chego na escola, a professora tá doidinha, me falou que a Isabelle só queria livro que não era pra faixa etária dela, ainda assim deixou ela comprar 2. Fui questionar a Isabelle sobre os livro e ela foi logo falando: é que eu gosto de livros de matemática, mãe! Olha esses daqui, eu sei fazer essas atividades. (Eram livros de contas de adição e subtração).

segunda-feira, 27 de março de 2017

Pode me julgar

Pode me julgar, você pensa que eu sou uma péssima mãe. Você deve ter visto meu pânico ao perceber que tinha perdido minha filha no shopping. Você presenciou quando por reflexo eu bati na minha filha quando ela mordeu minha barriga. Você também testemunhou eu beliscá-la. Você viu minha filha se jogar no chão fazendo birra, chorando, gritando e esperneando, e eu simplesmente sai, não por vergonha, mas porque eu precisava respirar. Você também já me observou gritar com ela, ficar estressada, perder a paciência. Você provavelmente se horrorizou ao escutar eu ser indelicada e falar palavras rudes com ela. Também devo ter sido apontada por dar comida industrializada, ou por não ter passado o protetor solar. Você se espantou ao me ver fazer chantagens com ela. Você também já viu minhas duas filhas brigando e eu só fiquei observando a cena, sem intervir.
O que você não viu, não observou e não presenciou foi que eu me julgo todos os dias por ser uma péssima mãe, mas eu juro que estou tentando fazer o meu melhor. Eu choro escondida e peço perdão silenciosamente por não ter paciência, por não saber como agir e por não ser tão atenta. Eu lamento o meu cansaço. Eu acordo no meio da noite e vou velar o sono das minhas meninas. Eu largo tudo de imediato ao escutar o grito delas. Eu saio no meio do expediente ao me avisarem que elas estão com febre ou vomitando. Eu cancelo compromissos, só pra ficar com elas. Você não sabe, mas ao final do dia ao contabilizar a quantidade de "nãos" proferidos, eu me critico e me questiono se eram realmente necessários, se não sou dura demais com elas. Eu acordo todos os dias querendo ser o melhor que eu posso. Sou eu quem mais me julgo e critico.
Eu vejo defeitos em mim que eu não suporto, e suporto menos ainda ao notar os mesmos nas minhas crianças. Eu tento ser melhor a cada dia porque as minhas meninas me vêem tal como eu sou, sem filtros, e elas agem de acordo com os meus exemplos. E o que eu desejo é que elas sejam seres humanos melhores que eu, melhores que o pai delas. Eu gostaria que elas fossem perfeitas. E nisso eu também me censuro, porque eu conheço cada defeito delas.
Eu costumava ser uma mãe perfeita, mas eu ainda não tinha nenhuma filha. A maternidade me mostrou o que há de pior em mim, mas também está me transformando no que de melhor eu posso ser.
Então, você que não conhece a minha história, ou só viu recortes da minha vida, não me julgue. Eu não preciso de mais criticas do que as que eu já faço a mim. Próxima vez que você presenciar uma cena que te desagrade, tenha empatia, seja gentil e tente me ajudar. Provavelmente eu só estou cansada e tentando educá-las. Saiba que eu faço o máximo que eu posso (de verdade). E eu sei que amor aqui não falta. Minhas filhas são amadas, elas sabem disso, elas também sabem que eu não sou perfeita, ninguém é! Mas eu sou a melhor mãe que posso e sei ser.

P.S: Ontem Isabelle se perdeu no shopping, o Igor achava que ela estava comigo e eu achava que ela estava com ele. Desde ontem só agradeço pelo livramento, por termos encontrado ela bem, e sem que ela tenha percebido o ocorrido.

Pensamento lógico

Isabelle viu uma letra "L" e logo falou:
- Olha mãe, "L" de Lívia!
- Muito bem, "L" de Lívia
- E de "L"(ele)fante também!!!
(Tá, essa eu não consegui acompanhar, eu corrigi, mas horas depois eu entendi o porque do "L"fante).



-Isabelle, vamos tomar mel, porque você está resfriada!
- Tô não, mãe! Eu não estou nem gelada!!!



quinta-feira, 23 de março de 2017

Maria

Ela é furacão e também calmaria;
Ela é alegria contagiante no final de um intenso dia;
É delicadeza com uma pitada de brabeza;
Ela é pimenta com chocolate, doce e ardida.
Ela é o morde e assopra;
Ela é o beliscar e o beijar;
Ela é sorrisos e caretinhas;
Ela é o sol, ela é a lua;
Ela ilumina e encanta.
Ela é o par, a dupla, o quarteto;
Ela é o a mais, o equilíbrio, a simetria, a harmonia;
Ela é força e sutileza;
O despertar, o acordar, o esperar;
O erro e o acerto;
O re-conhecer; o re-conciliar;
A paz, a leveza, a beleza.
Ela é uma benção de Deus, o amo em expansão.
Ela é graça e magia;
Ela é minha MARIA.

sexta-feira, 17 de março de 2017

A chuva, segundo Isabelle

- Isabelle, eu acho que vai chover na hora da natação.
- Não tem problema, mãe. É só água. São as lágrimas de Deus!
- A chuva são lágrimas de Deus?
- É, mãe! Deus também fica triste. E o sol, é o sorriso de Deus, que ilumina tudo!!!

terça-feira, 14 de março de 2017

A maternidade e a culpa

Ontem estava observando Isabelle dormir e fiquei pensando: "meu Deus, como é que eu já sou mãe de uma menina desse tamanho?" Onde que eu estava que não vi ela crescer? Parece que eu fui dormir e quando acordei, catapufiti, ela tinha crescido.
Ela está na melhor fase dela, questionadora, observadora, argumentativa, explicativa. Óbvio que vez por outra ela faz birra, tem umas chaticezinhas, mas nada comparado aos "terrible two" ou aos "threenage". E sabe, eu não tenho saudades. Eu tenho culpa. Culpa por não ter sido madura o suficiente para perceber que eram fases. Culpa por ter exigido dela um amadurecimento que não era inerente à idade. Culpa por achar ela tão esperta que compreendia tudo e se comportar mal, no meu ponto de vista, era inadmissível. Culpa por não tê-la encorajado a expor e expressar verbalmente o que ela sentia, ao invés de se comportar de maneira inadequada. Culpa por não ter paciência. Ah, a maternidade, quem disse que é fácil?
Eu lembro da dificuldade que é SE encontrar na maternidade. Amamentar dói. Sangrar por dias, sem previsão do fim, é cruel. Privação de sono. Hormônios enlouquecidos. Trocas de fraldas, golfadas, cólicas, palpites (até do Zé da esquina que nunca te viu na vida). Mas passa, os dias passam, você descobre que as noites são longas e os anos são rápidos demais.
Então a gente descobre que uma coisa não passa: a culpa. Ah, ela vai nos perseguir por toda a vida, ela até muda de motivo, de contexto, mas não existe maternidade sem culpa.
Outro dia cruzei com uma vizinha com um bebê de dias no colo, olhei pro bebê, olhei para a mãe e tentei lembrar de como era minha rotina quando a Maria tinha aquele tamaninho. Mas eu não lembrei, isso não significa que eu esqueci, eu apenas hoje enxergo todo aquele caos dos primeiros dias (que foram infinitos) com ternura. É como se tivesse uma névoa cobrindo a memória, eu não lembro do caos, eu recordo dos sentimentos. Tinha muito amor, muita dedicação, muita frustração, muita alegria, muito cansaço, muito medo, muita ansiedade, mas também tinha muita culpa. Eu senti tanta culpa por não ser mais a mãe exclusiva da Isabelle, lembrei do tanto que sofri e chorei, e ela chorou e sofreu até encontrarmos o equilíbrio desse relacionamento a três que agora temos. Naquele momento tudo o que eu desejava era que aquela mãe tivesse mais plenitude, mais calma e amadurecimento e que não tivesse pressa por viver esse momento. Vontade de dizer pra aquela mãe: "curte, mulher, só se é mãe desse bebê uma vez. Eu sei que agora tudo parece difícil e infinito demais, mas acredite, passa, e passa rápido demais. Não seja tão exigente com você. Curte esse momento, curte essas olheiras, esses peitos hora cheios, hora murchos, essa barriga flácida e até o esquecimento de escovar os dentes, que muitas vezes você só lembrará quando chegar no fim do dia. Curte o teu bebê, curte essa dor dilacerante que é amamentar, porque quando você sequer perceber, você estará sentindo prazer por alimentar não só fisicamente, mas emocionalmente seu filho. Curte essas noites longas e mal dormidas (eu sei que ficar sem dormir é foda), é no silêncio da noite que o cheiro do teu bebê vai entranhar na sua alma e é ali no seu aconchego que você terá colo. O colo do teu filho. Desfruta dessa paz, a paz que só quem tem um bebê no colo, ambos totalmente entregues, sente. Ah, o cheiro de bebê, se desse pra guardar num potinho.... Chora, mulher, chora o que quiseres chorar, esse choro irá te curar e te fortalecer. Viva intensamente tudo isso, depois você não lembrará de nada com clareza, será como um sonho distante. Só se lembrará do que sentiu. E não se esquece de se perdoar, todos os dias, por aquela culpa que irá te acompanhar para todo o sempre".

quarta-feira, 8 de março de 2017

8 de Março - Dia Internacional dos direitos das mulheres

Isabelle e Maria,
Hoje, 8 de Março, é o dia internacional dos direitos das mulheres, na França. No Brasil, como tudo é simplificado, é apenas o dia da mulher, ignoraram “os direitos” que é o mais importante. E é sobre isso que quero falar para vocês. Eu desejo e espero que vocês sejam tudo que se proponham a ser. Sem medo de rótulos. Quero que vocês se tornem mulheres lindas, encantadoras, inteligentes, espertas, mas sobre tudo seres humanos respeitadoras e conhecedoras dos seus direitos. O mundo lá fora irá tentar frear vocês, então, minhas queridas, não se curvem. Ergam a cabeça, peçam licença e sigam os seus caminhos. Sigam o caminho que vocês escolherem, suas vidas, suas escolhas. Não permitam que ninguém determine o que vocês farão da vida. Sejam questionadoras, autênticas, persistentes e bravas. Vocês podem ser tudo o que quiserem, e vocês sabem disso. Ignorem os conselhos e as pessoas que tentarem dissuadi-las a não voar. O mundo é grande, então sonhem alto e voem, voem e concretizem todos os seus sonhos.
Com amor,
Mamãe.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Isabelle e a morte do peixe

Todo dia de manhã, Isabelle dá comida pro peixe. Hoje foi diferente.
- Isabelle, vai dar comida pro peixe.
- Pai, esse peixe tá muito preguiçoso, desde ontem que ele dorme.
- Isabelle, o peixe morreu.
- Morreu não, se a gente gritar, ele se assusta e acorda.
- Isabelle, o peixe não vai acordar, ele morreu.
Ela balançou o aquário e nada do peixe se mexer. Ela pensou um pouco e falou:
- Essa água tá podre, se a gente trocar a água, pode comprar outro peixe e ele pode viver aí.

E o pai achando que ela ia sofrer com a morte do peixe...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Auto estima em alta

Hoje, 6:45, ao me despedir da Isabelle.
- Mãe, você vai pra onde?
- Pra academia, virar "gata sarada".
Ela olha pro pai e fala:
- Eu não preciso ir pra academia, né pai? Porque eu já sou gata sarada!!!


No final da tarefa de casa, eu falo:
- Sua tarefa ficou quase perfeita, se não fosse esse "3" aqui (ela escreveu o 3 espelhado). Ele era pra olhar pra mim e não pra você (estou sentada do lado esquerdo dela).
- Ele preferiu olhar pra mim, eu sou mais bonita!!!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Orgulho

A criança faz um mal feito, a mãe manda ela se desculpar, mas a criança é muito orgulhosa para isso, prefere ficar de castigo a pedir desculpas. A mãe sabe exatamente a quem ela "puxou".
A mãe ficou muito brava com a filha, não pelo mal feito, mas por perceber um "defeito" tão latente dela naquele ser. Ela sabe que tem que orientar, que educar dar trabalho, mas sempre que lembrava do ocorrido ficava furiosa. E por se sentir irritada, quis ficar em silencio com a filha, ela (filha) tinha que sentir que a mamãe estava triste e zangada com aquela atitude. O orgulho da criança a irritava mais que a própria malfeitoria.
A criança levou dois dias para pedir desculpas, fez de modo encabulado, tímido, mas o fez. Por fim a mãe lhe falou que tinha ficado orgulhosa por ela ter se desculpado e explicou que é muito importante demostrar arrependimento e se desculpar com as pessoas.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Você não manda em mim...

Estou com uma adolescente de 4 anos em casa, a boca dela agora é essa frase: Você não manda em mim!
No réveillon, estava dando o jantar dela, como ela demorou demais a vir pra mesa, chamei novamente.
- Mãe, você hoje não manda em  mim, porque hoje você não manda nem em você!
- Como é?
- A sua mãe manda em você (ela aponta pra mamãe).
- Eu posso não mandar em mim, mas em você eu mando!


Já tivemos essa conversa outras vezes em casa. Já expliquei que pai e mãe são autoridade e a gente deve obedecer e respeitar, mesmo depois de grandes.
- Então sua mãe manda em você?
- Se eu estiver na casa dela, sim.
- E se ela estiver na nossa casa?
- Também!
- Pois quando eu crescer, você não vai entrar na minha casa, porque eu não vou querer você mandando em mim!