sexta-feira, 27 de abril de 2018

Isabelle e sua sensibilidade


Festinha no colégio, ela me fala que não quer participar.
- Mãe, eu não queria ir pra festa do Leon na escola.
- Por que filha? Tu não gosta do colega?
- Gosto, mas é que é de “Deadpool”.
- O que é isso?
- Mãe, é um desenho muito violento. Não é coisa de criança não. O “herói” arranca os braços, a cabeça das pessoas, tem muito sangue...
- Isso é herói ou monstro?
- Eu não sei, o Leon que me disse que é um herói.
- Vixe, filha, pois então diz pra tia que tu não quer participar, mas eu acho que a festa será na sua sala....
- Mãe, mas na minha sala só tem 7 crianças, o Miguel também falou que não quer ir, se eu faltar só irão 5 crianças. Vai ser triste uma festa com só 5 crianças. Mãe, eu tive uma idéia, tu manda meu lanche que eu não vou comer nada dessa festa, mas eu vou!

#tenhoumaanãemcasa
23/04/2018

terça-feira, 10 de abril de 2018

Apresentação da Páscoa


Quinta feira passada foi dia de apresentação de Páscoa na escola. A primeira apresentação da Maria. Ela dançou lindamente, como uma menina de 2 anos. Enquanto ela dançava e se divertia, eu me enchia de orgulho, mas não pude deixar de lembrar da primeira apresentação da Isabelle na escola. Não é comparação, é lembrança. Isabelle, na época, não dançou, ficou juntos com os colegas, na frente da plateia, mas “congelou”. Eu fiquei frustrada, triste, zangada. Não com ela, mas comigo por criar expectativas nela. Que culpa tinha ela? Era apenas uma menina de dois anos. Assustada com a plateia.
Pouco depois da apresentação da turma da Maria, Isabelle com sua turminha fez sua apresentação. Ela dançou lindo, e com notória disciplina e concentração, como uma pop star. Ela brilhou. Eu, como mãe, estava com o coração cheio de orgulho.
Mas não pude deixar de perceber, que em algumas apresentações haviam desfalques de crianças. Crianças que não se apresentavam, que desistiam de entrar no placo e mostrar suas performances. As professoras intervinham, tentavam convencer, mas ao final respeitavam a vontade de cada criança.
A medida que eu observava as reações das crianças e o “insucesso” das professoras com as que não queriam se apresentar, eu me envergonhava do meu “orgulho”. Me envergonhava de perceber que minha filha havia amadurecido ao longo desses três anos, mas eu não, eu continuo a projetar minhas expectativas nelas. Eu me envergonhava de ainda não aceitar que cada indivíduo tem suas próprias vontades, mesmo que este seja uma criança. Eu me envergonhava ao perceber que cada ser tem sua própria história e mesmo que esta se entrelace na minha, não é a minha, e eu não posso impor a minha vontade, os meus anseios e sonhos frustrados a ele.
A princípio, eu pensei em como deve ser frustrante para os pais virem a apresentação do filho e este não se apresentar, e eu me compadeci. Mas depois, pensei melhor e refleti que talvez essa nem seja a expectativa deles. Talvez eles simplesmente respeitem a decisão e até apoiem, pois não há nada pior que fazer algo que não dá prazer, algo obrigado, estressante e que pode até desencadear um certo pânico.
Eu sei, racionalmente, eu sei que as pessoas têm habilidades diferentes. Eu também sei que criar expectativas é algo inerente ao ser humano, mas eu ainda ei de aprender a respeitar as diferenças, inclusive as vontades contrárias às minhas, e a evitar futuras frustrações. Por enquanto eu me envergonho de ser uma mãe humanamente imperfeita.

#reflexãodepáscoa
#devaneiosdelivia

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Conselhos para minhas filhas

1. Siga sempre o seu coração, ele é bússola;
2. Escute sempre o papai e a mamãe, eles estão quase sempre certos, e só querem o seu bem, mas não deixe de escutar o seu coração;
3. Dinheiro é bom, mas desconfie do que vem fácil;
4. O essencial dinheiro não compra. Cuide em ser, não em ter;
5. Estude, trabalhe duro. Só o esforço e a persistência levam ao sucesso;
6. Gaste seu tempo com o que te dá prazer. A vida é curta. Tempo vale mais que ouro;
7. Viaje. Pra perto ou pra longe. Não importa o lugar. Viagens sempre te deixará mais rica;
8. Coragem, menina! Se arrisque. O medo serve apenas para te fazer pensar duas vezes. Ouse. Saia da sua zona de conforto. Se permita experimentar o novo;
9. Não deixe o medo te paralisar. Enfrente-o;
10. Pondere. Pense. Questione. Não tome decisões no calor do momento;
11. Não tenha medo de mudar de opinião. Leia. Seja curiosa. Se inteire do mundo;
12. Aprenda outros idiomas. Eles te darão asas. Podem abrir portas;
13. Seja gentil. Com os outros e com você;
14. Não julgue. Calce os sapatos do outro;
15. Seja tolerante. Seja generosa. Tenha compaixão;
16. Repeite opiniões e limites. Os seus e o dos outros;
17. Não há erros sem consertos. Para tudo há solução;
18. Seja criativa;
19. Demonstre, expresse seus sentimentos;
20. Seja verdadeira, mas cuidado para não magoar sem necessidade;
21. Tenha empatia;
22. Divida. O pão, o afeto, as palavras;
23. Fale menos. Escute mais. Você tem dois ouvidos, só uma boca. A natureza é sábia;
24. Ande descalço, se conecte com a natureza;
25. Sinta o cheiro do mar, mergulhe, sinta seu corpo salgar;
26. Olhe para o céu. Na adversidade, olhe pro céu. Na alegria, olhe pro céu. O universo é imenso;
27. Inspire, respire... Deixe o ar penetrar no seu corpo;
28. Ria, de você, das situações, das piadas sem graça. Gargalhar é prece;
29. Seja fiel. A você, ao que acredita. Seja autêntico;
30. Desacelere, contemple;
31. Se desconecte (do virtual). Prefira relações reais. Olho no olho faz milagres;
32. Abrace. Faça contato coração com coração. Abraço é casa. Coração é morada;
33. Sonhe. Mentalize. Seja positivo. O universo conspira;
34. Tenha fé. Há um ser supremo que rege todas as coisas. Não existe acaso, existe Deus;
35. Milagres acontecem. Tenha sensibilidade para percebê-los;
36. Chore. De rir, de cansaço, de medo, de alegria. Põe pra fora o que te faz mal. Lágrima cura;
37. Tenha amigos. Não precisa ser muitos, mas tenha alguém que possa confiar;
38. Coma com prazer;
39. Celebre, inclusive os momentos não tão grandiosos, a felicidade está nas pequenas coisas;
40. Existe a lei do retorno;
41. Tenha filhos;
42. Se exercite. Não pela estética, foque na saúde, na endorfina;
43. Cuida da sua aparência, ela reflete o que se passa na sua cabeça e no seu coração;
44. Não se corrompa, nem mesmo pequenos delitos. Seja íntegro;
45. Não tenha vícios, nem compulsões. Não exagere, busque o equilíbrio;
46. Dance, cante. Seja leve;
47. Espalhe alegria e bom humor;
48. Tente não reclamar. Não se lamente. Não se atormente. O mau humor afasta as pessoas;
49. Seja agradável. Seja alguém que você gostaria de ter por perto. Seja sua melhor companhia;
50. A tristeza e a frustração são inevitáveis. Não deixe que elas se hospedem, permita apenas visitas (rápidas);
51. Tenha alguém que te faça querer voltar para casa;
52. Não se distancie dos seus ideais, lute pelo que você acredita;
53. Encante. Se encante;
54. Não perca o brilho nos olhos;
55. Perdoe. Não pelos outros, mas por você. Feridas abertas infeccionam. Deixe cicatrizar;
56. Você não é melhor que ninguém.... nem pior;
57. Não leve tudo pro lado pessoal;
58. Seja agradecida;
59. Faça alguém feliz;
60. Ame. Com todo o seu coração. O amor salva (isso é brega, mas é verdade).

#devaneiosdelivia


sexta-feira, 6 de abril de 2018

Desfralde da Maria



A meta para 2018 era fazer com que a Maria deixasse de usar chupeta e fizesse o desfralde diurno.
Em janeiro, em uma semana, conseguimos eliminar o uso da chupeta.
O desfralde eu esperei para pós carnaval. No dia 1º de março começamos a saga. Maria já dava sinal que estava pronta para desfraldar. Ela se comunica bem, e sempre avisa quando vai fazer cocô, mesmo estando de fraldas. O xixi não era avisado, mas ela se incomoda em estar suja, portanto, achei que seria o momento.
A pediatra me aconselhou a iniciar o desfralde de maneira lenta, deixando-a de calcinha por curtos períodos em casa, até ela se adaptar, começar a perceber e a controlar o esfíncter. E assim fizemos, ela ia para a escola de fraldas, ficava por toda a manhã com a fralda e só deixávamos ela de calcinha na parte da tarde, pós a soneca do almoço. Passamos uma semana tentando desfraldá-la somente em casa e houveram vários escapes. Confesso que em alguns momentos me irritei e achei que EU não estava preparada para o processo. Quase desisti. Ao mesmo tempo que sabia que tinha que passar tranquilidade e segurança para Maria nesse momento, me frustrava, me angustiava e me irritava a cada escape. A professora, que foi grande parceira nesse processo, quando soube da nossa intenção em desfralda-la, sugeriu que mandássemos calcinhas e shorts extras para que o desfralde fosse feito em conjunto com a escola. Aceitamos a sugestão e a ajuda. E foi superpositivo. Quando decidimos desfralda-la por completo, em casa e na escola, o desfralde aconteceu mais rápido e natural. Maria compreendeu mais facilmente e logo gostou de usar o penico e o vaso, como uma “menina grande”. Ela adorou a novidade de estar só de calcinha. Por falar em calcinha, comprei várias calcinhas de seus personagens favoritas e um livro: Princesa Polly e seu penico, que se tornou seu livro preferido, ela o carrega para todo lugar.
O seu primeiro xixi no penico, demorou alguns logos minutos sentada, ela no penico e eu a seu lado, lendo o livro, brincado e interagindo com ela. Quando ele veio, fizemos festa, comemoramos e nos despedimos dele no vaso. O cocô, eu imaginei que fosse demorar algumas semanas até ela se acostumar a fazer a evacuação sentadinha. Ela sentava no vaso, tentava, tentava e se dava por vencida. Pedia a fralda para fazer cocô, eu colocava (com medo de constipação), foi quando a pediatra me sugeriu que colocasse um apoio para os pés, pois isso daria uma maior segurança e ajudaria na prensa abdominal, usando os músculos do abdômen para ajudar na evacuação. Segui tal orientação, e, tcharãn, logo tivemos cocô no vaso.
A primeira semana de desfralde foi bem tensa. Realmente pensei em desistir, mas persisti. Na semana seguinte, Maria desfraldou, sem nenhum escape. Na terceira semana, ela teve uma virose com diarreias, por questão de segurança e conforto, voltei a colocar a fralda, mas ela ainda assim avisava sempre que queria fazer xixi e cocô e se incomodava com o uso da fralda. Temi por uma regressão, mas ao ficar boa da virose e removermos novamente o uso das fraldas, nenhum escape. Hoje, 24 dias depois do primeiro xixi no penico, posso afirmar que ela está totalmente desfraldada durante o dia!

Obs: Ela faz uso da fralda ao dormir: soneca da tarde e à noite, apesar de reclamar.

#relatosdelivia #desfraldedamaria
06/04/2018