Até pra sonhar a gente deve sonhar direito...

 Até pra sonhar a gente deve sonhar direito...

O sonho do meu marido, segundo ele, ficar em casa com as meninas, enquanto tu, no caso eu, trabalhe.

Aí o universo, sim, porque vez em quando eu me acho muito importante e acho que o universo conspira por/ para mim,  colocou meu marido de férias (15 dias) e coincidentemente colocou um atestado de 10 dias para a babá. Dreams come true, baby...

1º dia de Igor de babá:

Amor, você acompanha a aula da Maria, ensina a tarefa, varre a casa, passa o pano, esquenta o almoço das meninas, põe a roupa pra lavar, estende as roupas, tira o lixo, alimenta as crianças, banha as meninas...

Chego em casa na hora do almoço... um stress, meninas chorando, as duas mal humoradas... gente, o que aconteceu? Mãe, meu pai não serve como babá, ele só grita, não fez metade das coisas que você mandou. Cadê ele? Foi se deitar... oi??? Na hora do expediente!?

Vou arrumar o meu almoço, ele aparece na cozinha. Tá fazendo o almoço? Meu querido, você era pra ter feito o almoço. Sua obrigação. Num queria ser dono de casa? 🙄🙄🙄🙄

Finalizamos o primeiro dia: sem lanche das crianças, sem banho e sem jantar. Sobrou pra quem??? Pra quem trabalha fora! Ah, e a tarefa de casa da Maria foi esquecida.

2º dia: não teve casa varrida, a roupa ele pôs pra lavar, mas não estendeu. A aula da Maria ele fingiu esquecer que tinha que acompanhar, mas eu não deixei. Teve aula de ginástica rítmica e natação das meninas que ele questionou se ele realmente tinha que acompanhar, afinal: amor, a Isabelle JÁ tem 8 anos, ela pode ficar só. Pois é a Isabelle SÓ tem 8 anos, você desce e acompanha as duas. 

Pelo menos entregou as crianças banhadas, não sei se só de piscina, mas pelo menos se banharam. Mas o jantar foi esquecido.

3º dia: hora da aula da Maria, ele se tranca no banheiro, após 1h, eu de saída na porta grito: Maria, leva o computador pro banheiro que teu pai vai acompanhar a aula, afinal é o sonho dele, não vou estragar.

Escuto a porta do banheiro abrir. Bato a porta de casa e saio, mentalmente eu peço; só mantém essas crianças alimentadas, limpas e vivas!

Agora uma confissão.... ultimamente eu tava me achando uma péssima mãe. Sem paciência, irritada, tipo, tava achando que tava no modo só mantém essas crianças vivas, modo sobrevivência. Aí, na segunda, recebo a declaração:  "mil vezes minha mãe em casa que meu pai... ele é um péssimo baba"! Mas eu num sou estressada? "É as vezes, mas ainda é melhor que meu pai!!!" E eu intimamente fiquei feliz, apesar do caos, afinal, reconhecimento, né? Delas, que é o que importa!