quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Meus dois amores

O primeiro filho já é amado antes mesmo de se tornar realidade. Ainda criança, eu já sabia que seria mãe.
Minha primeira filha, Isabelle. Desejada, planejada e muito amada. Se eu super protejo? Não, não conscientemente. Sim, inconscientemente.
Minha segunda filha, Maria. Deseja, planejada e extremamente amada, embora eu perceba que ela acredita que a irmã é mais amada que ela. Ela tá certa? Não, amo-nas de maneira diferente, porém igualmente intensa.

Maria, eu preciso te pedir perdão. Perdão, porque é difícil pra mim pensar em ti sem pensar instantaneamente na sua irmã. Perdão, porque descobrir que tu existia dentro de mim me trouxe alegria, mas uma culpa enorme também. Perdão, minha filha, porque na minha visão de ser justa, eu tento não te ver.
Eu te entendo, minha filha. Eu sou a 3ª filha. Teus comportamentos se assemelham tanto aos meus, tuas reações, teu fingir não ligar. Teu jeito descolado e desenrolado. Tua agressividade, tua independência. Tua maneira de se mostrar e de sobreviver.
Maria, eu ainda vou errar tanto contigo, mas tenha paciência comigo. Não é falta de amor. Tu escancara o que eu não gostaria de encarar. As dores que eu finjo não sentir, os sentimentos que eu tentei por tanto tempo guardar. Você não é invisível! Eu te vejo!

Eu amo a Isabelle por tantos motivos e por tanto que idealizei (Isabelle, eu te liberto das minhas expectativas). Eu a amo, porque ela revela o que o pai dela tem de melhor, porque ela é um desejo que se tornou real, porque ela é comprometida e responsável, porque ela ri com os olhos, é sensível e gentil.

Eu amo a Maria porque ela é uma versão minha em miniatura, o que isso me orgulha, também me assusta e me deixa enlouquecida. Eu a amo, porque ela é divertida, empolgada, esperta, autêntica, simpática, desenrolada, atrevida. Eu a amo, porque ela me faz sair da minha zona de conforto, me faz buscar evoluir, porque ela é minha chance de ressignificar a minha história.

Minhas duas meninas, meus dois amores tão diferentes, e, igualmente, intensos.

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