quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Isabelle e a Pneumonia

Após dias com febre sem cessar, Isabelle foi diagnosticada com PNEUMONIA. Como assim, pneumonia? Pneumonia sem secreção? Mas a tosse dela é seca. Pneumonia não era para ser decorrência de uma gripe mal curada? Faz meses que ela não gripa. Pneumonia em criança não é coisa de mãe displicente? Tudo bem que faz anos que ela não vai ao médico. É certo que eu não sou muito fã de medicamentos, mas cuido das gripes e resfriados.
Eu olho para minha menina adoentada e percebo que essa doença silenciosa fez minha casa emudecer. Os gritos e gargalhadas, que normalmente preenchem a casa de alegria e vida, sumiram provisoriamente. Os sons que invadem a noite são as tosses insistentes de uma criança, seguidas de um chorinho fino, abafado, e o pedido para o pai e/ou a mãe ficarem junto dela. Durante o dia a irmã está sempre por perto, fazendo companhia e servindo-a de água e sucos. Vez por outra ela fala: "Bebé, vamos brincar?", enquanto Isabelle deitada no sofá balança negativamente a cabeça.
Ela já está tomando os devidos medicamentos, sei que logo ela estará bem e com a saúde restabelecida. Por ora, eu me envergonho, por vez em quando, reclamar do barulho e da bagunça que elas fazem, por querer um pouco de silêncio. Hoje, eu só queria chegar em casa e encontrar minha sala revirada, com brinquedos espalhados pelo chão, gritos de alegria a me receber na porta, gargalhadas a ecoar pela casa e crianças pulando no sofá. O desejo de hoje é encontrar duas crianças a brigar e brincar, fazendo barulho até eu cansar. O som da tosse insistente na madrugada, eu gostaria que desse lugar a um leve e tranquilo ressonar. O acordar no meio da noite para a temperatura verificar,  eu gostaria de trocar por beijos, carinhos e desejos de boa noite, e voltar a dormir sem me preocupar. Ah, que saudade que estou do caos que me exaure, mas que faz meu coração tranquilizar.

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