Maria chupou chupeta
desde que nasceu. Isabelle nunca aceitou. A Maria pedia pela “peta” só na hora
de dormir, era colocar na boca e ela se preparar para dormir, como um ritual
mesmo. As vezes ela acordava no meio da noite somente para colocar a chupeta
que tinha caído enquanto ela dormia. E as vezes de manhã cedo, quando ela
acordava e eu queria dormir um pouco mais, eu oferecia a chupeta, ela colocava
na boca e nós dormíamos mais uma horinha.
Uma das minhas metas para
2018 era fazer ela largar a chupeta. No dia 31/12/17 fomos passar o réveillon
no Porto da Dunas, e ela foi no carro com a chupeta na boca, mas quando
chegamos lá a chupeta tinha desaparecido. Não encontrei de forma alguma.
Aproveitei para começar a retirada da chupeta. Naquela noite, ela dormiu sem
chupeta, estava tão cansada que nem lembrou da chupeta, ou melhor, até lembrou,
mas sabia que a chupeta estava perdida.
No outro dia, quando
chegamos em casa, eu escondi todas as chupetas dela, antes que ela procurasse.
Na hora de dormir ela pediu pela chupeta, eu expliquei que ela tinha perdido a
chupeta. Mas Maria é esperta e ela sabe onde guardávamos as chupetas, ela foi
até a cozinha e apontou para o armário onde as chupetas deveriam estar. Eu
falei que não tinha nenhuma chupeta lá e então contei uma “historinha”. Falei
que quando viajamos, a D. Rata passou lá em casa e pegou as chupetas dela,
porque o ratinho, filho da D. Rata, é bebezinho e ele precisava muito de
chupeta. E como a Maria já é uma menina grande, a D. Rata achou que ela não
precisaria mais das chupetas. Ela escutou a história atenta, mas não se
convenceu. Diante da insistência dela pela “petinha”, eu prometi que no dia
seguinte iriamos procurar pela D. Rata e pediríamos as chupetas de volta. Ela
adormeceu sem chupeta. No dia seguinte, na hora da soneca da tarde, chorou
bastante pela “peta”, mas a noite dormiu sem insistir pela chupeta. E assim
seguimos durante toda a semana, ela chorava muito pedindo a “petinha” para
dormir a tarde. Devido os choros, e para fazê-la entender e acreditar na
história, descemos por dois dias até o parquinho para “procurar” a D. Rata, mas
a “senhora” pegadora de chupetas não apareceu. No fim da semana, ela já não
lembrava mais da chupeta.
O processo não foi muito
fácil. Ela chorou bastante pela falta da chupeta, confesso que no 4º dia pensei
em devolver a chupeta. Me questionei se estaria agindo certo. Afinal a chupeta
era apenas conforto, era o ritual para dormir, era o que a fazia dormir melhor
e mais fácil. Mas resisti e vencemos!
A história da D. Rata me
surgiu porque pensei se caso a D. Rata resolvesse devolver as chupetas, elas
estariam roídas (eu cortaria os bicos, de forma que a chupeta ficaria
inutilizada). Mas a D. Rata nunca devolveu.
Texto: Lívia Lins
Torquilho
16/01/2018.
Nenhum comentário:
Postar um comentário