Ele me manda
uma foto por WhatsApp. Um presente. Uma imagem-poesia. Eu olhei a fotografia e
sorri. É assim que eu desejo que ela lembre de mim. Das nossas brincadeiras,
das gargalhadas, de como a gente se divertia com tão pouco. Apenas água, sol,
areia, vento e nós.
Eu olho para
a imagem e sei que lembrarei de cada detalhe desse momento por muito tempo. Os
gritinhos estridentes, o som da gargalhada, a voz dela me chamando, o toque da
água, o vento a nos abraçar, o sol a nos espiar. Ela correndo livre, explorando,
registrando tudo com seus olhos curiosos.
No futuro, quando ela olhar para essa foto, é provável que não lembre especificamente desse
dia, irá lembrar da mãe moleca, que corria, gargalhava e se divertia feito
uma criança de cinco anos. Ela vai ver o retrato da alegria genuína, do
carinho, do cuidado, do amor da mãe pela filha.
Pai, obrigada
pelo registro. Obrigada, por não deixar esse momento se eternizar apenas na
nossa memória e no nosso coração. Obrigada, por me permitir dar a ela uma
imagem para recordar o quão belo era a nossa relação. E de como a mãe dela era
uma mulher linda, que embora tivesse marcas de expressão, celulites e até uns
quilinhos a mais, era fascinante. Obrigada, pai, por mim e por ela. Um dia, no
futuro (distante, eu espero), quando eu não mais estiver aqui, são imagens como
essas que irão acalentar o coração da nossa menina e diminuir um pouco da
saudade dela de mim.
Texto: Lívia
Lins Torquilho
24/1/2018
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