sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Roteiro Belém e Ilha de Marajó


Roteiro Belém e Ilha de Marajó


A nossa família adora sair pelo mundo colecionando momentos, histórias e destinos. Dessa vez o destino escolhido foi a bela capital do Pará e a Ilha do Marajó. A aventura foi garantida!


1º Dia
O nosso voo Fortaleza – Belém foi pela manhã, ao chegarmos ao nosso destino deixamos nossas coisas no hotel e seguimos para Estação das Docas, antigo porto fluvial de Belém, revitalizado no ano 2000. Hoje é um complexo turístico de 500m de extensão, dividido em três armazéns, o Armazém 1: Boulevard das Artes, lá é possível encontrar produtos relacionados ao artesanato regional, roupas e biojóias à venda. No Armazém 2: Boulevard da Gastronomia, há vários restaurantes que oferecem pratos requintados utilizando matéria prima típica da região. E ainda há o Armazém 3: Boulevard de Feiras e Exposições. A Estação das Docas é um local muito agradável, fica às margens da Baía do Guajará e é bem policiado, seguro. Um ambiente bem familiar. A vista do pôr do sol de lá é bem bonita. Almoçamos no Armazém 2, no restaurante Lá em Casa (comida muito boa e regional), para sobremesa, escolhemos o famoso sorvete da Cairu, que fica no mesmo galpão dos restaurantes, nossa escolha foi pelo sabor mestiço (tapioca com açaí).
Após o almoço, caminhamos um pouco pela Estação Docas e seguimos para conhecer o Ver-o-Peso, ao lado da Estação. O mercado Ver-o-Peso é o cartão postal da cidade. É a maior feira livre da América Latina, lá é possível encontrar barracas de frutas, peixes, ervas, temperos, doces, essências, artesanato, também é possível fazer refeições por lá, apesar de o ambiente não parecer muito higiênico. Infelizmente, fomos no período da tarde e o Mercado de Ferro já estava fechado, não pudemos entrar para apreciar a arquitetura do local.
Após o passeio pelo Ver-o-Peso, voltamos à Estação das Docas para fazer um passeio de Barco pelo Rio Guajará e Guamá. O passeio “Orla ao Entardecer” tem duração de aproximadamente uma hora e meia, e mostra a cidade de uma perspectiva diferente. De dentro do barco é possível ver alguns pontos turístico da cidade, como: a Estação das Docas, Ver-o-Peso, Forte do Presépio, a Casa das Onze Janelas, a Catedral, o Magal das Garças. O passeio é embalado por música ao vivo e apresentações de danças típicas, como o carimbo, o siriá e o retumbão. O passeio sai da Estação da Docas às 17:30 e custou R$ 40,00 (adulto) e R$ 20,00 (criança). As meninas adoraram o passeio, principalmente as apresentações de dança.
Ao desembarcamos na Estação, aproveitamos para degustar algumas das cervejas da Amazon Beer (cervejas artesanais) e para petiscar pedimos um bolinho de pato ao molho de tucupi, que surpreendeu no sabor. Jantamos uma massa no Restaurante Capone, ainda na Estação.

2º Dia
Dia de atravessar o Rio Guamá e conhecer a Ilha Combú. Essa ilha é uma das 39 ilhas de Belém e ficou famosa pela produção de chocolates artesanais, feito do cacau plantados nos quintais das casas erguidas sobre palafitas.
O passeio até a Filha do Combú foi agendado antecipadamente com o Mário Cesar Carvalho (91 9388-8885). Há dois tipos de passeios para conhecer a propriedade, menu degustação e menu café da manhã. Optamos pelo menu degustação, com o custo de R$ 45,00 (adulto) e criança menor de 6 anos gratuito. O pacote inclui a travessia da Praça Princesa Isabel à propriedade (ida e volta); acolhida com a D. Nena, apresentando um pouco da sua história com a produção do chocolate; uma trilha curta pela floresta Amazônica, para conhecermos a plantação de cacau e outras arvores frutíferas nativas da região; processo produtivo do chocolate (extração da polpa, fermentação, secagem, torra e obtenção da amêndoa pura); em seguida é oferecido a degustação de alguns produtos da fábrica.
O passeio até a Ilha do Combú foi um dos pontos altos da viagem. Muito bom ver e mostrar para as crianças um pouco da diversidade do nosso país. Conhecer como vivem a população ribeirinhas, em casas de palafitas, o meio de transporte precário, porém funcional. Fazê-las caminhar no meio da floresta (embora dentro de uma propriedade), em total contato com a natureza.
A visita a propriedade de D. Nena durou 2h30mim. De lá seguimos para o Solar da Ilha, um restaurante bom, na ilha, com piscina para as crianças brincarem e se refrescarem enquanto esperávamos o prato chegar. Pedimos uma caldeirada para almoçar, esse prato é uma delícia e se assemelha muito com a nossa peixada; e uma isca de peixe de filhote para as crianças almoçarem, uma delícia.
Duas observações sobre o restaurante: a piscina do restaurante não é muito rasa e há um desnível. Estávamos com duas crianças com altura próxima a 1,10m e uma delas, por não saber do desnível, ia se afogando. Acho conveniente o restaurante sinalizar/ informar o desnível da piscina. Fomos ao restaurante numa quinta–feira, e não haviam muitos clientes, ainda assim nosso pedido demorou cerca de 45min (no momento que fizemos o pedido havia sido informado que o tempo de espera seria de 20 à 25min).
Após voltarmos ao continente, seguimos para o Museu Emílio Goeldi. O museu é uma instituição pública, de propriedade do governo federal. Não entramos no museu, ficamos apenas na área do parque zoobotânico. Lá vimos diversas árvores frondosas, vitórias régia e até ervas, formando um bosque. Mas o que mais chamou atenção das crianças foram os animais (lá também tem um mini zoológico). Pudemos ver de perto: onça pintada, ariranha, jabuti, anta, macaco, diversas aves, peixes, cobras, lagartos, jacaré, entre outros.
Achei o local bem agradável e no centro da cidade, porém apesar de o local ser limpo, os animais bem alimentados, percebemos um certo descaso do poder público com o recinto. Percebemos a falta de manutenção preventiva e corretiva em alguns equipamentos (o que é uma pena).
De lá seguimos até a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, que fica a dois quarteirões do museu. A Basílica é belíssima, e é a única basílica da Amazônia brasileira. A festa do Círio de Nazaré, a maior procissão mariana do mundo, tem início na Catedral metropolitana e termina na Basílica. A imagem da Virgem de Nazaré fica no altar central, protegida por um vidro blindado.

3º Dia
Começamos o dia com uma caminhada pela Praça da República. Uma praça grande no centro da cidade, onde as meninas puderam correr um pouco. De lá seguimos para a visita guiada pelo Theatro da Paz, onde foi possível conhecer um pouco da história do local e da própria cidade. O Theatro é muito bonito e rico, fruto de recursos advindos do Ciclo da Borracha. Na decoração do Theatro é possível observar materiais oriundos da Europa, como o lustre e as estátuas de bronze (França), o piso (pedra portuguesa), a escadaria e diversas outras pedra em mármore (Itália).
Há visitas guiadas de hora em hora, das 9:00 às 17:00, com intervalo de 13 às 14:00 horas. A taxa para visitação é de R$ 6,00 (adulto), estudantes e idosos pagam meia entrada.
De lá seguimos para o Complexo Feliz Lusitânia, que fica localizado na região mais antiga de Belém, o complexo abriga o Forte do Presépio, a praça Dom Frei Caetano Brandão, a Casa das 11 Janelas, a Igreja Santo Alexandre (Museu de Arte Sacra) (não visitamos) e a Catedral Metropolitana.
O Forte foi construído para proteger a Amazônia de eventuais invasores, de lá se tem uma vista belíssima da Baia do Guajará e é possível tirar uma foto bacana do Ver-o-Peso.
A casa das 11 Janelas era a antiga propriedade do senhor de engenho de açúcar Domingos Bacelar, sendo posteriormente adquirida pelo Governo do Estado para abrigar o Hospital Real. Após algumas modificações no projeto, hoje a propriedade é conhecida por Casa das Onze Janelas e o local é utilizado para exposições de artes contemporâneas e mantém um acervo de obras de artistas renomados.
O museu de arte Sacra é formado pela Igreja de Santo Alexandre e o Colégio de Santo Alexandre, tem arquitetura jesuíta.
A catedral de Belém foi fundada como Igreja de Nossa senhora da Graça, tem estilo barroco-colonial e neoclássico. Lá se encontra o maior órgão da América Latina. Um Cavaillé-Coll.
A Praça Dom Frei Caetano Brandão, fica no centro do complexo. Seu nome é em homenagem ao Bispo do Pará, muito conhecido por cuidar dos enfermos em suas viagens pela Amazônia e com os índios e pobres.
Do complexo, seguimos para o Mangal das Garças, onde almoçamos no restaurante Manjar das Garças. O restaurante funciona no almoço como buffet, pagamos o valor de R$ 76,00 por pessoa e pudemos comer à vontade, as crianças não pagaram. A comida é deliciosa e foi possível experimentar diversos pratos típicos.
Após o almoço fomos passear pelo Mangal. Do mirante é possível ter uma vista belíssima do Rio Guamá. No borboletário do parque pudemos ver a soltura das borboletas, as meninas ficaram encantadas, ainda no Mangal pudemos ver de perto várias aves, inclusive flamingos, répteis (cruzando nosso caminho), caranguejos (no mangue) e a belíssima revoada das garças, no momento de sua alimentação.
Segue o link da programação e horário da alimentação dos animais: http://www.mangaldasgarcas.com.br/pagina/programacaodiaria .
4º Dia
Seguimos para o terminal hidro fluvial de Belém para embarcarmos numa lancha rápida com destino à Ilha do Marajó. O valor da passagem custa R$ 48,00 (adultos e crianças a partir de 3 anos). O tempo de travessia é de 2 horas até a cidade de Soure. Ao chegarmos em Soure, seguimos para uma pousada fazenda onde nos hospedamos por uma noite. Na fazenda pudemos fazer o passeio de búfalo (montaria e charrete), após o passeio foi oferecido pela fazenda um lanche (café, bolinho, pães, manteiga de búfalo, produzida na própria fazenda). De lá seguimos para a M’Barayó, casa do índio Carlos Amaral, onde vimos a confecção de uma peça em cerâmica marajoara e ouvimos a explicação sobre a fabricação da peça, inclusive os materiais utilizados, o significado do desenho e a pintura aplicada sobre a peça. O índio ainda contou um pouco da sua história com a arte em fazer cerâmica e a técnica ensinada por seus avós. Foi uma visita bem interessante, onde foi possível conhecer um pouco mais sobre a cultura marajoara. Após a visitação a M’Barayó, seguimos até a Praia de Pesqueiro, onde almoçamos observando a praia nativa, com infraestrutura bem precária e rudimentar. À noite, fomos até o centro da cidade, estava tendo festa na praça principal, era o aniversário da cidade.

5º Dia
Após o café da manhã, seguimos até o Curtume, onde nos foi apresentado o processamento do artesanato em couro de Búfalo. De lá, seguimos para a praia de Barra Velha, no caminho pudemos observar ninhal de pássaros, com destaque para o símbolo do Marajó, “o Guará”. Fizemos uma caminhada de aproximadamente 500m sobre uma ponte estreita de madeira, onde tivemos a oportunidade de observar a floresta de mangue, lugar que os nativos fazem a pesca de caranguejo de água doce e a extração de turú (viagra marajoara), banhada pela Baía de Marajó. A praia de Barra Velha é muito bonita, bem rustica e nativa.
Retornamos à Belém, em lancha rápida, que partiu da cidade de Salvaterra. Chegamos ao nosso destino às 16:30 e seguimos para a Estação das Docas para almoçar/ jantar e de lá seguimos para o aeroporto.

Belém tem seus encantos, um povo hospitaleiro e simpático, cultura, história e comida maravilhosa. Foi muito bom passar uns dias numa capital ladeada por rios e tendo como “quintal” a floresta Amazônica. O som, o aroma e os sabores dessa cidade nos encantou. Infelizmente, não foi possível provar do famoso peixe com açaí, pois não tivemos tempo para isso. Os restaurantes que frequentamos não ofereciam o prato. Fica para a próxima!

Obs: Dizem que em Belém chove todo dia ou chove o dia todo, ainda assim, a temperatura é bem elevada. Não esqueça de andar com um guarda-chuva, de se proteger com o uso de repelente e protetor solar e de ingerir bastante água para hidratar, porque com chuva ou sem chuva o calor é constante na capital paraense.


Roteiro de Lívia Barros Lins Torquilho, mãe de duas meninas, Isabelle (5 anos) e Maria (2 anos e 3 meses), adora levar as crianças para desbravar o mundo.
Viagem realizada de 17 à 21/01/18.


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