Roteiro
Belém e Ilha de Marajó
A
nossa família adora sair pelo mundo colecionando momentos, histórias e
destinos. Dessa vez o destino escolhido foi a bela capital do Pará e a Ilha do
Marajó. A aventura foi garantida!
1º
Dia
O
nosso voo Fortaleza – Belém foi pela manhã, ao chegarmos ao nosso destino
deixamos nossas coisas no hotel e seguimos para Estação das Docas, antigo porto
fluvial de Belém, revitalizado no ano 2000. Hoje é um complexo turístico de
500m de extensão, dividido em três armazéns, o Armazém 1: Boulevard das Artes,
lá é possível encontrar produtos relacionados ao artesanato regional, roupas e
biojóias à venda. No Armazém 2: Boulevard da Gastronomia, há vários
restaurantes que oferecem pratos requintados utilizando matéria prima típica da
região. E ainda há o Armazém 3: Boulevard de Feiras e Exposições. A Estação das
Docas é um local muito agradável, fica às margens da Baía do Guajará e é bem
policiado, seguro. Um ambiente bem familiar. A vista do pôr do sol de lá é bem
bonita. Almoçamos no Armazém 2, no restaurante Lá em Casa (comida muito boa e
regional), para sobremesa, escolhemos o famoso sorvete da Cairu, que fica no
mesmo galpão dos restaurantes, nossa escolha foi pelo sabor mestiço (tapioca
com açaí).
Após
o almoço, caminhamos um pouco pela Estação Docas e seguimos para conhecer o
Ver-o-Peso, ao lado da Estação. O mercado Ver-o-Peso é o cartão postal da
cidade. É a maior feira livre da América Latina, lá é possível encontrar
barracas de frutas, peixes, ervas, temperos, doces, essências, artesanato,
também é possível fazer refeições por lá, apesar de o ambiente não parecer
muito higiênico. Infelizmente, fomos no período da tarde e o Mercado de Ferro
já estava fechado, não pudemos entrar para apreciar a arquitetura do local.
Após
o passeio pelo Ver-o-Peso, voltamos à Estação das Docas para fazer um passeio
de Barco pelo Rio Guajará e Guamá. O passeio “Orla ao Entardecer” tem duração
de aproximadamente uma hora e meia, e mostra a cidade de uma perspectiva
diferente. De dentro do barco é possível ver alguns pontos turístico da cidade,
como: a Estação das Docas, Ver-o-Peso, Forte do Presépio, a Casa das Onze
Janelas, a Catedral, o Magal das Garças. O passeio é embalado por música ao
vivo e apresentações de danças típicas, como o carimbo, o siriá e o retumbão. O
passeio sai da Estação da Docas às 17:30 e custou R$ 40,00 (adulto) e R$ 20,00
(criança). As meninas adoraram o passeio, principalmente as apresentações de
dança.
Ao
desembarcamos na Estação, aproveitamos para degustar algumas das cervejas da
Amazon Beer (cervejas artesanais) e para petiscar pedimos um bolinho de pato ao
molho de tucupi, que surpreendeu no sabor. Jantamos uma massa no Restaurante
Capone, ainda na Estação.
2º
Dia
Dia
de atravessar o Rio Guamá e conhecer a Ilha Combú. Essa ilha é uma das 39 ilhas
de Belém e ficou famosa pela produção de chocolates artesanais, feito do cacau
plantados nos quintais das casas erguidas sobre palafitas.
O
passeio até a Filha do Combú foi agendado antecipadamente com o Mário Cesar
Carvalho (91 9388-8885). Há dois tipos de passeios para conhecer a propriedade,
menu degustação e menu café da manhã. Optamos pelo menu degustação, com o custo
de R$ 45,00 (adulto) e criança menor de 6 anos gratuito. O pacote inclui a
travessia da Praça Princesa Isabel à propriedade (ida e volta); acolhida com a
D. Nena, apresentando um pouco da sua história com a produção do chocolate; uma
trilha curta pela floresta Amazônica, para conhecermos a plantação de cacau e
outras arvores frutíferas nativas da região; processo produtivo do chocolate
(extração da polpa, fermentação, secagem, torra e obtenção da amêndoa pura); em
seguida é oferecido a degustação de alguns produtos da fábrica.
O
passeio até a Ilha do Combú foi um dos pontos altos da viagem. Muito bom ver e
mostrar para as crianças um pouco da diversidade do nosso país. Conhecer como
vivem a população ribeirinhas, em casas de palafitas, o meio de transporte
precário, porém funcional. Fazê-las caminhar no meio da floresta (embora dentro
de uma propriedade), em total contato com a natureza.
A
visita a propriedade de D. Nena durou 2h30mim. De lá seguimos para o Solar da
Ilha, um restaurante bom, na ilha, com piscina para as crianças brincarem e se
refrescarem enquanto esperávamos o prato chegar. Pedimos uma caldeirada para
almoçar, esse prato é uma delícia e se assemelha muito com a nossa peixada; e
uma isca de peixe de filhote para as crianças almoçarem, uma delícia.
Duas
observações sobre o restaurante: a piscina do restaurante não é muito rasa e há
um desnível. Estávamos com duas crianças com altura próxima a 1,10m e uma
delas, por não saber do desnível, ia se afogando. Acho conveniente o
restaurante sinalizar/ informar o desnível da piscina. Fomos ao restaurante
numa quinta–feira, e não haviam muitos clientes, ainda assim nosso pedido
demorou cerca de 45min (no momento que fizemos o pedido havia sido informado
que o tempo de espera seria de 20 à 25min).
Após
voltarmos ao continente, seguimos para o Museu Emílio Goeldi. O museu é uma
instituição pública, de propriedade do governo federal. Não entramos no museu,
ficamos apenas na área do parque zoobotânico. Lá vimos diversas árvores
frondosas, vitórias régia e até ervas, formando um bosque. Mas o que mais
chamou atenção das crianças foram os animais (lá também tem um mini zoológico).
Pudemos ver de perto: onça pintada, ariranha, jabuti, anta, macaco, diversas
aves, peixes, cobras, lagartos, jacaré, entre outros.
Achei
o local bem agradável e no centro da cidade, porém apesar de o local ser limpo,
os animais bem alimentados, percebemos um certo descaso do poder público com o
recinto. Percebemos a falta de manutenção preventiva e corretiva em alguns
equipamentos (o que é uma pena).
De
lá seguimos até a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, que fica a dois
quarteirões do museu. A Basílica é belíssima, e é a única basílica da Amazônia
brasileira. A festa do Círio de Nazaré, a maior procissão mariana do mundo, tem
início na Catedral metropolitana e termina na Basílica. A imagem da Virgem de
Nazaré fica no altar central, protegida por um vidro blindado.
3º
Dia
Começamos
o dia com uma caminhada pela Praça da República. Uma praça grande no centro da
cidade, onde as meninas puderam correr um pouco. De lá seguimos para a visita
guiada pelo Theatro da Paz, onde foi possível conhecer um pouco da história do
local e da própria cidade. O Theatro é muito bonito e rico, fruto de recursos advindos
do Ciclo da Borracha. Na decoração do Theatro é possível observar materiais
oriundos da Europa, como o lustre e as estátuas de bronze (França), o piso
(pedra portuguesa), a escadaria e diversas outras pedra em mármore (Itália).
Há
visitas guiadas de hora em hora, das 9:00 às 17:00, com intervalo de 13 às
14:00 horas. A taxa para visitação é de R$ 6,00 (adulto), estudantes e idosos
pagam meia entrada.
De
lá seguimos para o Complexo Feliz Lusitânia, que fica localizado na região mais
antiga de Belém, o complexo abriga o Forte do Presépio, a praça Dom Frei
Caetano Brandão, a Casa das 11 Janelas, a Igreja Santo Alexandre (Museu de Arte
Sacra) (não visitamos) e a Catedral Metropolitana.
O
Forte foi construído para proteger a Amazônia de eventuais invasores, de lá se
tem uma vista belíssima da Baia do Guajará e é possível tirar uma foto bacana
do Ver-o-Peso.
A
casa das 11 Janelas era a antiga propriedade do senhor de engenho de açúcar
Domingos Bacelar, sendo posteriormente adquirida pelo Governo do Estado para
abrigar o Hospital Real. Após algumas modificações no projeto, hoje a
propriedade é conhecida por Casa das Onze Janelas e o local é utilizado para
exposições de artes contemporâneas e mantém um acervo de obras de artistas
renomados.
O
museu de arte Sacra é formado pela Igreja de Santo Alexandre e o Colégio de
Santo Alexandre, tem arquitetura jesuíta.
A
catedral de Belém foi fundada como Igreja de Nossa senhora da Graça, tem estilo
barroco-colonial e neoclássico. Lá se encontra o maior órgão da América Latina.
Um Cavaillé-Coll.
A
Praça Dom Frei Caetano Brandão, fica no centro do complexo. Seu nome é em
homenagem ao Bispo do Pará, muito conhecido por cuidar dos enfermos em suas
viagens pela Amazônia e com os índios e pobres.
Do
complexo, seguimos para o Mangal das Garças, onde almoçamos no restaurante
Manjar das Garças. O restaurante funciona no almoço como buffet, pagamos o
valor de R$ 76,00 por pessoa e pudemos comer à vontade, as crianças não
pagaram. A comida é deliciosa e foi possível experimentar diversos pratos
típicos.
Após
o almoço fomos passear pelo Mangal. Do mirante é possível ter uma vista
belíssima do Rio Guamá. No borboletário do parque pudemos ver a soltura das
borboletas, as meninas ficaram encantadas, ainda no Mangal pudemos ver de perto
várias aves, inclusive flamingos, répteis (cruzando nosso caminho), caranguejos
(no mangue) e a belíssima revoada das garças, no momento de sua alimentação.
Segue
o link da programação e horário da alimentação dos animais: http://www.mangaldasgarcas.com.br/pagina/programacaodiaria .
4º
Dia
Seguimos
para o terminal hidro fluvial de Belém para embarcarmos numa lancha rápida com
destino à Ilha do Marajó. O valor da passagem custa R$ 48,00 (adultos e
crianças a partir de 3 anos). O tempo de travessia é de 2 horas até a cidade de
Soure. Ao chegarmos em Soure, seguimos para uma pousada fazenda onde nos
hospedamos por uma noite. Na fazenda pudemos fazer o passeio de búfalo (montaria
e charrete), após o passeio foi oferecido pela fazenda um lanche (café,
bolinho, pães, manteiga de búfalo, produzida na própria fazenda). De lá
seguimos para a M’Barayó, casa do índio Carlos Amaral, onde vimos a confecção de
uma peça em cerâmica marajoara e ouvimos a explicação sobre a fabricação da
peça, inclusive os materiais utilizados, o significado do desenho e a pintura
aplicada sobre a peça. O índio ainda contou um pouco da sua história com a arte
em fazer cerâmica e a técnica ensinada por seus avós. Foi uma visita bem
interessante, onde foi possível conhecer um pouco mais sobre a cultura
marajoara. Após a visitação a M’Barayó, seguimos até a Praia de Pesqueiro, onde
almoçamos observando a praia nativa, com infraestrutura bem precária e
rudimentar. À noite, fomos até o centro da cidade, estava tendo festa na praça
principal, era o aniversário da cidade.
5º
Dia
Após
o café da manhã, seguimos até o Curtume, onde nos foi apresentado o processamento
do artesanato em couro de Búfalo. De lá, seguimos para a praia de Barra Velha,
no caminho pudemos observar ninhal de pássaros, com destaque para o símbolo do
Marajó, “o Guará”. Fizemos uma caminhada de aproximadamente 500m sobre uma
ponte estreita de madeira, onde tivemos a oportunidade de observar a floresta
de mangue, lugar que os nativos fazem a pesca de caranguejo de água doce e a
extração de turú (viagra marajoara), banhada pela Baía de Marajó. A praia de
Barra Velha é muito bonita, bem rustica e nativa.
Retornamos
à Belém, em lancha rápida, que partiu da cidade de Salvaterra. Chegamos ao
nosso destino às 16:30 e seguimos para a Estação das Docas para almoçar/ jantar
e de lá seguimos para o aeroporto.
Belém
tem seus encantos, um povo hospitaleiro e simpático, cultura, história e comida
maravilhosa. Foi muito bom passar uns dias numa capital ladeada por rios e
tendo como “quintal” a floresta Amazônica. O som, o aroma e os sabores dessa
cidade nos encantou. Infelizmente, não foi possível provar do famoso peixe com
açaí, pois não tivemos tempo para isso. Os restaurantes que frequentamos não
ofereciam o prato. Fica para a próxima!
Obs:
Dizem que em Belém chove todo dia ou chove o dia todo, ainda assim, a temperatura
é bem elevada. Não esqueça de andar com um guarda-chuva, de se proteger com o
uso de repelente e protetor solar e de ingerir bastante água para hidratar,
porque com chuva ou sem chuva o calor é constante na capital paraense.
Roteiro
de Lívia Barros Lins Torquilho, mãe de duas meninas, Isabelle (5 anos) e Maria (2 anos e 3 meses), adora levar as crianças para desbravar o mundo.
Viagem
realizada de 17 à 21/01/18.
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