sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Frustração e a mudança de humor

Uma semana de aula. Duas reclamações, na mesma semana. O comportamento instável da minha menina. Basta uma frustração e o humor dela desanda. Coisa de menina mimada. Mas quem mima? Eu sou uma mãe chata, ruim mesmo. Daquelas que ela, Isabelle, olha e diz: "eu não gosto de você". Essa frase, que já nem me ofende, é o meu indicador de que estou no caminho certo. Sempre que essa frase é proferida, eu olho para ela (olhos nos olhos) e explico: “você tem todo o direito de não gostar de mim, mas eu sou sua mãe e mesmo que você não goste, você vai me obedecer e me respeitar. E se eu não faço o que te convém só para te agradar é porque eu te amo infinitamente e eu não quero criar um ser humano desagradável, que no futuro as pessoas não irão querer ter por perto”.
Frustrar minha filha nunca foi problema para mim, acredito que faz parte da boa educação. Crianças frustradas se tornam adultos melhor resolvidos. Não ter tudo o que se quer, receber “nãos” faz parte do aprendizado e do amadurecimento. Não há formulas para criar um ser humano. Isabelle tem 5 anos, a fase da birra ainda persiste. Isso me irrita, me frustra. Não sou omissa, tento ser o mais presente possível. Converso, oriento, explico, mas ela tem mudanças de humor em cada frustração.
"Isabelle, eu tenho um segredo para te contar: eu também detesto ser frustrada, não conheço um ser humano que goste. Mas a gente tem que aprender a superar. Pode até chorar, gritar, esmurrar a parede. Desabafar, de alguma forma, alivia. Frustar-se dói, mas superar nos faz crescer! Minha filha, a mamãe também se sente frustrada vez em quando, no entanto, eu não saio batendo o pé, nem me jogando no chão. As lágrimas, às vezes, insistem em cair, e, por vezes eu também prefiro ficar só no meu cantinho. Isso não é errado e nem nos faz menos fortes. O que não legal é não externar/ expor nossos sentimentos. Quando expomos o que sentimos é mais fácil resolver os problemas. Tente resolvê-los rapidamente. Não perca os momentos preciosos de aprendizagem, brincadeiras e convivências com as pessoas que te cercam por bobagem, birra ou orgulho".
Ter o filho elogiado é balsamo para alma. Mas quando vem reclamações, o sentimento é de frustração, de derrota. É como receber uma prova com nota insatisfatória. Se eu me sinto triste? Claro, mas acho muito importante esses “feedbacks”. São eles que me orientam, que me norteiam na educação das meninas. Há um ditado africano que diz: “é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”.  Eu sou muito grata às pessoas que nos cercam e que demonstram afeto e cuidado conosco. É difícil criar um filho, é responsabilidade grande, talvez o meu maior desafio da vida. Não sou perfeita, nem sou sabedora de todas as coisas, mas saber que tenho pessoas que nos apoiam e nos ajudam nessa jornada torna o caminho mais leve.

#devaneiosdelivia

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